Teses e Dissertações
Palavra-chave: Antropometria
Características antropométricas de crianças de 6 a 23 meses de idade e fatores associados a desvios nutricionais
Cybele Renata Trevisan e Silva, Regina Kazue Tanno de Souza
Data da defesa: 27/04/2012
O crescimento infantil é um dos melhores indicadores de saúde e seu
acompanhamento constitui uma das prioridades na atenção a esse grupo
populacional. O objetivo geral desse trabalho foi realizar uma avaliação
antropométrica de crianças de seis a vinte e três meses de idade residentes na área
de abrangência de uma unidade básica de saúde (UBS) de Londrina-PR e identificar
fatores associados aos desvios nutricionais. Como objetivo complementar,
comparou-se a avaliação do estado nutricional utilizando-se os referenciais NCHS
de 1977 e OMS de 2006. Estudo transversal, com amostra de 268 crianças
identificadas no SINASC, Ficha A e outros registros do serviço. Os desfechos
estudados foram excesso de peso e baixa estatura, definidos por meio de percentil e
escore z, segundo referencial proposto pela OMS em 2006. As variáveis
independentes foram as relacionadas às crianças, às mães, às condições
sociossanitárias, ao acesso ao serviço e a algumas características alimentares.
Realizou-se análise descritiva, e, para a associação entre as variáveis, foi utilizado o
teste de qui-quadrado, com correção de Yates e teste exato de Fisher. Entre as
crianças avaliadas, observou-se maior proporção de sexo masculino (53,7%), de
peso adequado de nascimento (94,8%) e de crianças que são cuidadas pela mãe
(63,1%). A maioria das crianças faz acompanhamento na UBS (75,4%), e 91,7%
iniciaram a puericultura antes de 30 dias de vida. Encontrou-se também uma
frequência alta de ingestão de biscoitos salgados industrializados (59,3%),
refrigerante (59,7%) e doces (69,4%). Na avaliação antropométrica verificou-se
prevalência de 14,9% de risco de sobrepeso, 7,1% de sobrepeso e obesidade, 2,6%
de déficit de peso e 4,1% de baixa estatura. Na comparação entre os dois
referenciais, verificou-se maior sensibilidade do referencial OMS de 2006 tanto no
diagnóstico de excesso de peso na relação peso para estatura, quanto no de baixa
estatura. Os fatores que se associaram significativamente na análise bivariada ao
excesso de peso no índice peso para estatura foram: quem cuida a maior parte do
tempo da criança não é a mãe, trabalho materno e a não convivência da mãe com o
companheiro. Em relação ao déficit de estatura, a prevalência do desfecho foi
significativamente mais elevada entre as crianças cujo cuidador não é a mãe. A
maior importância do excesso de peso em relação ao déficit sugere transição
nutricional em curso, e o seu envolvimento com doenças crônicas não transmissíveis
aponta a necessidade de ações efetivas em faixas etárias de vida cada vez mais
precoces.