Perfil epidemiológico dos usuários de substâncias psicoativas atendidos no CAPS AD, Londrina, PR
Sérgio Ricardo Belon da Rocha Velho, Regina Kazue Tanno de Souza, Dinarte Ballester
Data da defesa: 29/07/2010
Introdução: o tratamento para usuários de álcool e drogas no Sistema Único de Saúde tem uma história recente no Brasil. Há escassez de estudos que avaliem o atendimento a usuários de substâncias psicoativas no SUS. Objetivo: analisar as características dos usuários de substâncias psicoativas no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas de Londrina, PR. Método: trata-se de um estudo transversal com 486 indivíduos atendidos no CAPS AD do município de Londrina, PR no segundo semestre de 2008. A coleta de dados foi realizada pela análise de relatório dos casos, ficha de acolhimento, caderno de registro diário e relatório de internação hospitalar. Foram levantados dados sobre variáveis sociodemográficas, padrão de uso de substâncias psicoativas e variáveis sobre o processo de atendimento. Para o processamento e a análise dos dados foi utilizado o aplicativo Epi Info 3.4.3. Resultados: entre os usuários que procuraram tratamento no CAPS AD observou-se maior proporção de pessoas do sexo masculino (85,4%), na faixa etária entre 30 e 49 anos (51,0%), que não concluíram o ensino fundamental (66,8%), referiram como substância manifesta, no momento da triagem, principalmente o álcool (46,1%) e o crack (44,4%). A proporção de usuários de álcool mostrou-se maior (89,6%) na faixa etária de 45 a 54 anos. Entre as pessoas de menor idade ocorreu predomínio de substâncias ilícitas (crack e maconha). A maioria dos casos veio encaminhada por outros serviços (60,0%) e os serviços de saúde de média e alta complexidade apresentaram maior proporção de encaminhamentos (27,7%). Após a triagem, 81,7% permaneceram em tratamento no CAPS AD. Desses, 49,6% não permaneceram em atendimento por mais de um mês e 29,7% permaneceram em atendimento por mais de 150 dias. Quanto ao número de comparecimentos, 32,0% compareceram apenas na triagem e 16,6%, mais de trinta vezes durante seis meses. Conclusão: os resultados apresentados apontam a necessidade de aprimorar a atenção ao usuário, melhorando a vinculação desses ao tratamento.