Vigilância privada é tema de novo artigo na Folha de São Paulo.

O professor do PPGSOC-UEL e coordenador do LEGS – Laboratório de Estudos sobre Governança da Segurança, Dr. Cléber da Silva Lopes, foi consultado e citado em artigo recente da Folha de São Paulo enquanto cientista político e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e autor de estudos que fundamentam a análise do tema.

O tema é ao mesmo tempo polêmico e familiar, pois ao mesmo tempo que viola a maior parte dos regulamentos internos das polícias, não causa estranhamento ao nos depararmos com exemplos diários. Entretanto, A pesquisa Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha. revela que cerca de 30 milhões de brasileiros (18% da população) vivem em áreas onde policiais de folga atuam como vigilantes privados, uma prática proibida na maioria dos estados.”. Para o professor, essa ainda é uma estimativa conservadora, pois:

Em 2022, um estudo de Lopes para o Anuário Brasileiro de Segurança Pública estimou o número de seguranças particulares que trabalham de forma clandestina, sem supervisão da Polícia Federal, em cerca de 600 mil pessoas. Somados àqueles que estavam registrados de forma lícita, a mão-de-obra empregada pelo mercado de segurança privada chegava a 1,1 milhão de pessoas.

Kruse, t. Policiais de folga fazem vigilância irregular para 30 milhões de pessoas, estima pesquisa. fOLHA DE SÃO pAULO, São Paulo. 1º.set.2024 Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/amp/cotidiano/2024/09/policiais-de-folga-fazem-vigilancia-irregular-para-30-milhoes-de-pessoas-estima-pesquisa.shtml Acesso em 2 de setembro de 2024 às 16:20.

Esses serviços são mais comuns em regiões metropolitanas, especialmente em cidades com mais de 200 mil habitantes. A pesquisa também aponta que moradores dessas áreas relatam mais casos de violência policial. A dupla jornada aumenta o estresse e o risco de vitimização dos policiais, contribuindo para problemas de saúde mental e conflitos de interesse na segurança pública.

Estudos como o mencionado no artigo são cruciais para compreender práticas informais que impactam diretamente a segurança pública e a vida social. Profissionais de sociologia e ciência política desempenham um papel vital ao analisar esses fenômenos, identificando padrões, causas e consequências que muitas vezes passam despercebidos pelo público e pelas autoridades. Eles fornecem uma base empírica para a formulação de políticas públicas mais eficazes, ajudando a mitigar problemas como a precarização do trabalho policial e os conflitos de interesse.