Defesas e qualificações
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Teses e dissertações
A evolução crescente na produção de commodities agropecuárias, vem
impulsionando a também ascendente demanda brasileira por fertilizantes químicos
sintéticos. Este fato mostra-se relevante e, ao mesmo tempo, preocupante por ao
menos dois aspectos fundamentais: os impactos ambientais ocasionados
principalmente pela contaminação de cursos d’água superficiais e subterrâneos e os
impactos econômicos pela elevação dos custos de produção e crônica dependência
nacional de matérias primas importadas. Os trabalhos tiveram como objetivo avaliar o
desempenho agronômico e os aspectos físicos e químicos de plantas e frutos de
tomateiros submetidos à inoculação e à co-inoculação de isolados bacterianos
potencialmente promotores do crescimento de plantas e um fungo micorrízico
arbuscular. O primeiro estudo foi dividido em duas etapas: na primeira quatro
genótipos de tomateiros foram inoculados com cinco isolados bacterianos
provenientes do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia da Universidade
Estadual de Londrina. Foram avaliadas a massa seca da parte aérea (MSPA) e a
massa seca da raiz (MSR) das mudas de tomateiro em casa de vegetação. Os
resultados demonstraram que não ocorreu interação entre os genótipos e os isolados.
Os isolados Stenotrophomonas sp. (1S) e Enterobacter sp.(19S) incrementaram a
MSPA das mudas em 24,32% e 18,91% e a MSR em 27,27% e 18,18%
respectivamente. Na segunda etapa, conduzida em estufa, as sementes de tomateiro
– cv. BRS-Nagai – foram inoculadas e coinoculadas com os isolados
Stenotrophomonas sp. e Enterobacter sp. e o fungo micorrízico arbuscular (FMA)
Rhizophagus clarus, proveniente do Departamento de Ecologia Microbiana da
Universidade Estadual de Londrina. Ao longo do período de formação das mudas,
foram avaliados a taxa de emergência (TE), o tempo médio de emergência (TME), o
índice de velocidade de emergência (IVE), a MSPA, MSR e variáveis relacionadas ao
diâmetro, comprimento, número e área superficial de raízes. Não ocorreu interação
entre os isolados bacterianos e o FMA e não houve influência dos tratamentos na TE,
TME e IVE. As mudas semeadas em substratos micorrizados apresentaram
incremento de 29,13% em MSPA, 18,56% em MSR, maior diâmetro médio e maior
número total de raízes. Parte das mudas obtidas foram transplantadas em vasos, em
estufa, para uma segunda etapa de avaliação contemplando variáveis de
produtividade, ocasião em que foram avaliadas a altura de plantas (AP), distância
entre cachos, teores de proteína e das enzimas catalase, peroxidase e fenilalanina
amônia-liase (FAL), SPAD, massa seca de raiz (MSR), percentual de colonização
micorrízica (%CM), massa fresca de frutos por planta (MFFPP), massa fresca média
de frutos (MFMF), comprimento e largura de frutos, teores de sólidos solúveis (SS) e
acidez titulável (AT) de frutos. Não houve interação ou efeito dos tratamentos para as
variáveis AP, MSR, %CM, MFFPP, MFMF, AT e FAL e SPAD. Nos tratamentos que
não receberam isolados bacterianos, a micorrização provocou redução de 17,46% e
15,15% na distância entre o 1º e 2º cachos e entre o 2º e 3º cachos respectivamente.
Nos tratamentos que não receberam micorrização, o isolado Enterobacter sp. reduziu
em 22,53% a distância entre o 1º e o 2º cacho. Não ocorreu interação entre os
tratamentos para os teores de proteína e enzimas. Tratamentos micorrizados
apresentaram teor de proteína 19,95% menor e teores de catalase e peroxidase
49,28% e 57,48% maiores, respectivamente. Teores de sólidos solúveis foram
ligeiramente maiores em tratamentos que não receberam a micorrização. No terceiro
trabalho as mudas originárias do primeiro experimento foram transplantadas e
conduzidas à campo. Foram avaliadas altura de plantas (AP), distância entre cachos,
massa fresca de frutos por planta (MFFPP), massa fresca média de frutos (MFMF),
comprimento e largura de frutos, teores de sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT),
colorimetria e perda de massa de frutos pós-colheita, atividade antioxidante (DPPH e
FRAP) e compostos fenólicos totais. Não ocorreu interação ou efeito dos tratamentos
para AP, distância entre cachos, largura de frutos e teores de SS. Tratamento
micorrizado e coinoculado com Stenotrophomonas sp. e Enterobacter sp. resultou em
incremento de 14,51% na produção de frutos. Ocorreu interação entre os tratamentos
para as variáveis comprimento de frutos e AT. Os tratamentos inoculados com
Stenotrophomonas sp. apresentaram comprimento de frutos 8,3% maior na ausência
de micorrização. Em relação à variável AT, para os tratamentos que receberam
micorrização, as coinoculações de Enterobacter sp. e Enterobacter sp. e
Stenotrophomonas sp. originaram frutos de menor acidez. Na ausência de
micorrização, menor acidez em frutos foi constatada para a testemunha e para o
tratamento que recebeu Stenotrophomonas sp. Na ausência dos isolados bacterianos,
tratamentos micorrizados resultaram em frutos com maior acidez que tratamentos sem
micorriza. Frutos oriundos de plantas micorrizadas apresentaram menor atividade
antioxidante (DPPH, FRAP e FENOL). No que se refere às variáveis pós-colheita, a
coinoculação de Stenotrophomonas sp. e Enterobacter sp. apresentou menor perda
de massa de frutos no período estudado tanto em plantas micorrizadas como em
plantas não micorrizadas. Frutos oriundos de plantas inoculadas com R. clarus
apresentaram maior uniformidade na variação de coloração ao longo do processo de
amadurecimento
A mancha alvo da soja causada pelo fungo Corynespora cassiicola ocorre em todas as
regiões sojícolas do Brasil, causando reduções de produtividade até 45% e perdas
significativas na cultura. O objetivo do estudo foi caracterizar os parâmetros monocíclicos,
resultantes da interação entre oito isolados de C. cassiicola e oito cultivares comerciais de
soja, bem como determinar os sintomas exibidos pelas plantas inoculadas neste
patossistema. Dois experimentos foram instalados, um in vitro e outro sob condições de
câmara climatizada. O delineamento experimental do ensaio in vitro foi o inteiramente
casualizado em esquema fatorial 2 x 8 (meios de cultura x isolados), com cinco repetições.
Os isolados foram repicados em placas de Petri contendo os meios de cultura BDA e Suco
V8 Ágar. Foram avaliadas a coloração, aspecto e taxa do crescimento micelial, produção,
dimensões e número de septos dos conídios. O delineamento experimental do ensaio em
câmara climatizada foi de blocos casualizados em arranjo fatorial 8 x 8 (isolados de C.
cassiicola x cultivares de soja), com cinco repetições. Plantas em estádio fenológico V4,
foram inoculadas com suspensão de cada isolado (2 x 104 conídios mL-1
). Para cada
combinação isolado e cultivar de soja, foram quantificados o número de lesões, período de
incubação, a incidência e tipo de manchas necróticas em órgãos vegetativos. No ensaio in
vitro, verificou-se que o meio de cultura em que C. cassiicola é submetido influencia a cor
e taxa de crescimento, mas não influencia o aspecto de micélio da colônia. Os aspectos de
micélio aparentam estar relacionados ao hospedeiro de origem. Isolados oriundos de
plantas de algodão apresentaram aspecto de micélio plano, enquanto isolados
provenientes de plantas de soja tendem a apresentar micélio aéreo cotonoso. O meio Suco
V8 Ágar proporcionou a maior taxa de crescimento para os isolados de C. cassiicola quando
comparado ao meio BDA. A produção de conídios em isolados oriundos de plantas de soja
é equivalente ou maior quando cultivados em meio Suco V8 Ágar. As características
morfológicas dos conídios de C. cassiicola apresentaram grande variabilidade em relação
ao próprio isolado e ao meio de cultivo. Quanto ao segundo ensaio, a severidade e período
de incubação de mancha alvo são influenciados pelos isolados de C. cassiicola, cultivares
de soja e a posição do trifólio nas plantas. O isolado ISO 4S ocasiona maior severidade de
mancha alvo, em relação aos isolados ISO 2A, ISO 2S e ISO 11S. Menor severidade da
doença ocorre para os cultivares de soja BMX Potência RR, BMX Força RR e NA 5909 RG,
em relação ao cultivar BMX Elite IPRO. Independente do cultivar avaliado, o período de
incubação tende a ser maior para o isolado ISO 4S. A quantidade de lesões e o período de
incubação de C. cassiicola é maior no trifólio inferior e menor no trifólio superior das plantas.
Cinco padrões de lesões foram identificados. Os isolados ISO 1S, ISO 4S e ISO 11S
ocasionam sintomas mais severos. Maior porcentagem de folhas com lesões ocorreu nos
cultivares BMX Elite IPRO, BRS 284, BMX Garra IPRO e NA 5909 RG. Lesões com menor
severidade ocorreram nos trifólios da posição média das plantas de soja. Sintomas nos
cotilédones, folhas unifolioladas, pecíolos e haste das plantas foram observados. O isolado
ISO 4S inoculado nos cultivares BMX Potência RR e BMX Força RR ocasionou maior
incidência de lesões. A incidência de lesões nos pecíolos, aumentou conforme a posição
em que o pecíolo é inserido na haste principal.
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma cultura com alto potencial produtivo e
grande importância no mundo devido a sua composição química, valor nutritivo,
relevância social e econômica para os países produtores. Entretanto, o potencial
produtivo e a qualidade dos grãos são impactados pelos fatores de produção e
técnicas de manejo. O manejo adequado de fertilizantes e corretivos, permite a
absorção de nutrientes necessários para o desenvolvimento e alta produtividade.
Especificamente, a deficiência de fósforo (P) reduz o desenvolvimento vegetativo, a
produtividade, a qualidade e causa senescência precoce, por outro lado, o uso
excessivo do P pode afetar a sustentabilidade agrícola e ambiental. Neste contexto,
foi desenvolvido este estudo em condições de casa de vegetação com o objetivo de
avaliar a eficiência agronômica de fontes e doses de fósforo (P) na soja cultivada
em dois solos, Neossolo Quartzarênico distrófico (RQd) com textura arenosa e
Latossolo Vermelho Amarelo eutrófico (LPVAe) com textura argilosa e baixa
concentração de P. O delineamento experimental foi inteiramente causualizado com
três repetições por tratamento. Foram empregadas quatro doses de P (0, 50, 100 e
200 mg kg-1
) e quatro fontes superfosfato triplo (SFT), fosfato natural reativo da
Argélia (FNRAr), fosfato natural de Alvorada (FNAl) e fosfato decantado
(Supraphos). Os resultados evidenciaram os maiores Índices de Eficiência
Agronômica (IEA) e Equivalente Superfosfato Triplo EqSFT com aplicação de
FNRAr e o Supraphos. Os extratores Mehlich1 e Resina apresentam uma alta
correlação entre si e foram eficientes na avaliação do P disponível. As doses de P
aplicadas aumentaram a produção de massa seca de parte aérea (MSPA), número
de vagens por vaso (NV) e o peso de grãos (PG) em ambos os solos. O SFT e o
FNRAr proporcionaram a maior produção de MSPA, NV e PG, entra as fontes. A
fonte Supraphos elevou significativamente o teor cálcio (Ca) em todas as doses no
solo argiloso, enquanto em solo arenoso não houve diferença entre as fontes e
doses. As variações de pH causadas pelas fontes estudas ficaram em 4,5 e 6,5 e
não resultaram em prejuízo na absorção de nutrientes. As doses e fontes de P não
afetaram a absorção de Zn. Em solo com maior teor de argila são necessárias
maiores doses de P, do que em solos arenosos, mesmo utilizando fosfatos mais
solúveis, devido a maior fixação de P pelo solo argiloso
A estria bacteriana causada pela bactéria Xanthomonas vasicola pv. vasculorum (Xvv) é uma
doença foliar do milho relatada no Brasil pela primeira vez em lavouras das regiões Oeste,
Centro-Oeste e Norte do estado do Paraná em 2018. A disseminação de Xvv à longas
distâncias pode estar relacionada à transmissão da bactéria por sementes. Por outro lado,
resíduos vegetais infestados representam uma fonte potencial de inóculo primário, e se
constituem em um veículo de sobrevivência da bactéria entre ciclos da cultura. Assim, os
objetivos deste estudo foram determinar o potencial de transmissão de Xvv a partir de
sementes infestadas com a bactéria e de resíduos vegetais para plantas de milho. Foram
realizados dois procedimentos para a detecção da bactéria: a técnica de PCR utilizando os
iniciadores específicos para Xvv, Xvv3F / Xvv3R, e o reisolamento em meio de cultura. Para
isto, foram obtidos mutantes de Xvv resistentes à rifampicina. A presença de Xvv foi estudada
em amostras de sementes de milho do híbrido IPR 164 embebidas em suspensão bacteriana na
concentração de 108 UFC mL-1
, após um, cinco, 10, 15, 30 e 60 dias da infestação artificial. A
transmissão de Xvv a partir de resíduos vegetais provenientes de plantas de milho com estria
bacteriana foi estudada em três condições: resíduos depositados na superfície do solo após a
semeadura (RS), resíduos incorporados ao solo antes da semeadura (RSI) e resíduos
associados às sementes (RAS): A transmissão de Xvv para as plantas de milho foram
monitoradas e avaliadas com base na manifestação de sintomas de estria bacteriana durante
quatro semanas. Plantas que apresentaram sintomas suspeitos foram examinadas em
laboratório para a presença de Xvv pela técnica de PCR. A presença de Xvv nas sementes de
milho foi detectada até 60 dias após a infestação artificial com a bactéria. A transmissão de
Xvv via sementes para as plantas de milho ocorreu até 30 dias após a infestação artificial das
sementes com a bactéria. Ocorreu transmissão de Xvv para plântulas de milho a partir dos
resíduos vegetais provenientes de plantas com estria bacteriana, independente dos resíduos
estarem na superfície ou incorporados ao solo, ou associados às sementes. Na transmissão de
Xvv via sementes e resíduos vegetais foram observados sintomas de estria bacteriana somente
em folhas dos estádios vegetativos V1, V2 e V3 das plântulas de milho.