USO DA PROGESTERONA INJETÁVEL COMO ESTRATÉGIA DE PRÉ-SINCRONIZAÇÃO EM PROTOCOLO DE IATF COM GnRH DE VACAS DE CORTE Bos indicus EM ANESTRO

Dissertação de mestrado

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Resumo

O uso de protocolos de sincronização e pré-sincronização da ovulação tem ganhado cada vez mais espaço no mercado brasileiro, sendo que quanto mais a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) cresce, mais estudos são necessários para atingir uma melhor eficiência reprodutiva do rebanho. Este estudo avaliou o efeito da présincronização com progesterona (P4) injetável na dinâmica folicular ovariana de vacas Bos indicus em anestro tratadas com protocolo de IATF à base de GnRH/P4. Foram utilizadas fêmeas Nelore (N=50), multíparas, entre 5 e 8 anos de idade, com 30 a 60 dias pós-parto. Dez dias antes (D-10) do início do protocolo de IATF foram avaliados a contagem de folículos antrais (CFA; folículos ≥3 mm), condição ovariana (diâmetro do maior folículo e presença de CL) e escore de condição corporal (ECC: 1-5) por um único técnico para estabelecer dois grupos: Controle (N =23) e Présincronização (N=27; P4 injetável). No mesmo dia, o grupo de Pré-sincronização recebeu 150mg de P4 injetável, por via intramuscular (i.m). No D0, a avaliação ovariana foi repetida e o protocolo de IATF foi iniciado com a inserção de um dispositivo intravaginal P4 e administração de 10,5µg de acetato de buserelina/GnRH em todos os animais. No D7, o dispositivo P4 foi removido e 300UI de eCG, 150µg de D-cloprostenol e 1mg de cipionato de estradiol foram aplicados por via i.m. No mesmo dia, avaliou-se a presença de CL, mediu-se o folículo dominante e pintou-se a cauda para avaliar a expressão do estro. No D9, repetiu-se a medição do maior folículo, e a IATF foi realizada em todas as vacas utilizando sêmen de um único touro. Animais sem estro ou com baixa expressão receberam 10,5µg de GnRH. Dados numéricos foram analisados pelo teste de Mann-Whitney. Dados binários foram analisados pelo teste exato de Fisher (5%). Os grupos Controle e Pré-sincronização não diferiram quanto ao ECC no início da présincronização (D-10; 2,4±0,1 e 2,5±0,1; P=0,59) e no início do protocolo de IATF (D0; 2,5±0,1 e 2,6 ±0,1; P=0,43), e quanto a CFA (40,5±5,7 e 49,7±6,1 folículos; P=0,16) respectivamente. O diâmetro do maior folículo (mm) também foi semelhante entre os grupos Controle e Pré-sincronização no D-10 (9,2±0,7 e 10,1±0,6; P=0,33), no D0 (9,9±0,6 e 10,7±0,6; P = 0,33), no D7 (11,0±0,8 e 10,1±0,8; P=0,21) e D9 (11,3±0,7 e 12,0±0,7; P=0,20), respectivamente. Os grupos Controle e Présincronização também não diferiram quanto à presença de CL no D7 do protocolo [56,5% (13/23) e 77,8% (21/27); P=0,11], a taxa de expressão de estro [91,3% (21/23) e 96,3% (26/27); P=0,44] e a taxa de concepção [39,1% (9/23) e 44,4% (12/27); P=0,45], respectivamente. O uso da P4 injetável como estratégia de présincronização não melhorou a dinâmica folicular ovariana de vacas em anestro tratadas com protocolo de IATF a base de GnRH/P4 injetável.