A intensificação do processo de urbanização, sobretudo em fins do século XX e início do século XXI, tem contribuído para o crescimento das cidades. Muitas vezes, tal crescimento não vem acompanhado de um planejamento adequado e pode trazer graves consequências para a população local. Antes de prosseguir com o processo de formação da região metropolitana de Londrina, é importante fazer um breve resgate sobre sua localização e processo de criação. Em uma paisagem que muito se assemelha ao oeste paulista, Londrina está situada em pleno coração do norte paranaense e teve sua planta pré-estabelecida, o que pode ser notado pela sua forma quadrangular, traçado rigorosamente simétrico que se assemelha a um tabuleiro de xadrez. Nos arredores da cidade, o terreno foi vendido em lotes para chácaras e sítios, com formas predominantemente retangulares, alguns ao lado da estrada de rodagem e outros próximos aos pequenos ribeirões. O crescimento da cidade de Londrina toma maior impulso quando em 1934, ela foi elevada a município e, em 1935 ocorre a chegada do primeiro trem. A população de Londrina foi crescendo muito lentamente visto que ela era uma cidade boca de sertão, a primeira que era construída numa zona praticamente vazia e desconhecida, sem estrada de ferro e qualquer outro recurso. Já a partir da década de 1950 até 1960, devido à elevada produtividade da cafeicultura regional, um grande contingente populacional se dirigiu a cidade de Londrina, marcando uma verdadeira explosão demográfica que acarretou a expansão físico-territorial da cidade e assim, culminou, em 1954, com o primeiro plano urbanístico instituído por meio da lei 133/1951, que estabeleceu o zoneamento de Londrina (ARCHELA e BARROS, 2009). Segundo Fresca (2002), em linhas gerais, a virada que a expansão urbana de Londrina passou a partir da década de 1970 foi marcada pelo forte crescimento da população total e urbana, cuja origem esteve no intenso processo de êxodo rural. Observando-se os dados dos censos demográficos na década de 1960 a população total da cidade de Londrina era de 134.821 habitantes, sendo que 57,40 % estavam na área urbana. Na década seguinte, 1970, a população total já contava com 228.101 habitantes e a porcentagem de pessoas morando na área urbana era de 71,69%. Em 1980, o censo aponta a população de Londrina com 301.711 habitantes, com a maior parte das pessoas, 88,48%, vivendo na malha urbana.

       Já a partir de fins do século XX e início do século XXI, os dados dos levantamentos censitários permitem afirmar que Londrina é um município eminentemente urbano, com cerca de 97,40% de sua população concentrada na área urbana do município e apenas 2,6% dos habitantes vivendo na área rural. Isso reflete diretamente na densidade demográfica de Londrina, que é de cerca de 300 hab./km², que estão concentrados na cidade devido ao desenvolvimento das atividades econômicas e decisórias dos setores primários, secundários e, principalmente, o terciário que coloca Londrina como uma cidade que possui forte expressão no setor de prestação de serviços, exercendo significativa influência em diversas cidades da região e estabelecendo importantes relações socioeconômicas com as mesmas. No Brasil, as regiões metropolitanas foram institucionalizadas na década de 1970, no cerne de uma política nacional de desenvolvimento urbano. Neste sentido, a Lei Complementar nº 81 de 17 de junho de 1998 instituiu a Região Metropolitana de Londrina (RML), a primeira do interior do Brasil, que trazia em sua composição inicial os municípios de Londrina, Bela Vista do Paraíso, Cambé, Ibiporã, Jataizinho, Rolândia, Sertanópolis e Tamarana, formando um aglomerado metropolitano com significativa área conurbada com Londrina. Depois, em 14 de julho de 2010, mais três cidades foram incluídas. São elas: Alvorada do Sul, Assaí e Primeiro de Maio. Dois anos mais tarde, em 2012, passaram a integrar a RML mais cinco cidades: Jaguapitã, Pitangueiras, Sabáudia, Florestópolis e Porecatu. Por fim, no final do ano de 2013, o governo do Estado do Paraná autorizou a inclusão de mais oito cidades a RML, a saber: Arapongas, Centenário do Sul, Guaraci, Lupionópolis, Miraselva, Prado Ferreira, Rancho Alegre e Uraí. A inserção dos municípios na região metropolitana de Londrina vai ao encontro aos interesses de vários gestores e políticos que procuram ampliar suas bases eleitorais, já que a inclusão dessas cidades na RML possibilita captar maiores recursos para diversas áreas de interesse social, tais como: habitação, educação, saúde, infraestrutura, dentre outras.

      Todo esse crescimento loco-regional fez a RML se tornar promissora e comprometida com uma expressiva prestação de serviços. Essa realidade é notória na Medicina Veterinária, onde há inúmeros negócios no eixo comercial, de diagnóstico e terapêuticos. Assim, essa exigência é condizente com as funções da universidade pública, em poder propiciar educação continuada, promovendo constante capacitação para profissionais que mobilizam e contribuem com a sociedade, através da geração de emprego e renda.