Teses e Dissertações
Palavra-chave: mu-CT
ESTUDO DO PROCESSO DE POLIMERIZAÇÃO E REATIVIDADE DE RADICAIS LIVRES APRISIONADOS EM MATERIAIS ODONTOLÓGICOS
Bruna Cristina Amorin, Eduardo Di mauro, Bruno Vicentin
Data da defesa: 19/06/2018
Quando a polimerização de compósitos resinosos odontológicos é iniciada, seja pela
fotoativação ou pela autoativação, muitos radicais livres são formados. Contudo, devido
à vitrificação de sistema, nem todos radicais participam da polimerização, ficando
aprisionados na rede quando o material torna-se rígido. Levando-se em conta a
importância da eficiência de polimerização nas características finais dos materiais e a
importância dos radicais livres como iniciadores de polimerização, este trabalho tem
como proposta estudar as propriedades relativas à polimerização em duas etapas. Para a
primeira etapa, foram realizadas medidas de Espectroscopia Vibracional no
Infravermelho por Transformada de Fourier (FT-IR, da sigla em inglês) para calcular o
grau de conversão de monômeros em polímeros e medidas de Microtomografia
Computadorizada (µ-CT) para determinar a contração de polimerização e o perfil de
porosidade dos compósitos estudados. Para a segunda etapa, considerando que as
estruturas moleculares dos radicais aprisionados têm sido determinadas (estes radicais
são chamados por alguns autores de radical propagante e radical alílico), foi proposto
um método para estimar seus tempos de meia vida separadamente. Para tanto, utilizou-
se Espectroscopia por Ressonância Paramagnética Eletrônica (RPE) em banda -X e
simulações computacionais para reproduzir o sinal do espectro. Por serem amplamente
utilizadas em suas respectivas aplicações, foram escolhidas duas marcas comercias: a
resina Filtek Z350 – 3M ESPE e o cimento resinoso dual Allcem – FGM. O processo de
polimerização da resina se inicia através de irradiação luminosa (fotoativação), contudo
o cimento possui dois modos de ativação (fotoativação e autoativação). Assim, foi
avaliada a influência da composição nas propriedades estudadas (comparando-se a
resina fotoativada e o cimento fotoativado) e a influência do método de ativação
(comparando-se o cimento fotoativado e o cimento autoativado). Os resultados deste
trabalho demostram que o grau de conversão depende tanto da composição quanto do
método de ativação, enquanto que a porosidade é uma característica da composição do
material. Não foram observadas diferenças de contração de polimerização em virtude
dos dois modos de ativação do cimento. Por outro lado, observaram-se diferenças de
contração de polimerização em decorrência da composição comparando-se a resina
fotoativada e o cimento fotoativado. Com relação ao método proposto para determinar
os tempos de meia vida dos radicais, obteve-se que radical alílico é aproximadamente
duas vezes mais estável que o radical propagante, independentemente da composição
ou método de ativação, indicando que a reatividade relativa dos radicais no compósito
polimerizado não é influenciada por estes fatores.