Integradores De Linha-De-Visada Para Universos De Bianchi Quase-Isotropicos
João Gabriel Vicenti, Thiago S. Pereira
Data da defesa: 30/01/2025
"Nas últimas décadas, a hipótese de isotropia cósmica vem sendo sujeita a escrutínio. Dados ob- servacionais favorecem-na, mas pequenos graus de anisotropias intrínsecas da geometria ainda não podem ser descartados. Conforme os experimentos se tornam mais precisos, novas ferra- mentas se fazem necessárias para esse tipo de análise. Neste contexto, introduzimos dois pro- gramas, AniCLASS e AniLoS, que calculam, utilizando método da integral na Linha-de-visada, os efeitos deixados na Radiação Cósmica de Fundo por uma classe de modelos cosmológicos homogeneos. O software é baseado na correspondência entre modelos de Bianchi e pertur- bações homogêneas da métrica FLRW. Neste trabalho, apresentamos um resumo sobre todos os métodos nos quais os programas são baseados: a física da teoria de perturbações em FLRW, a dinâmica de modelos de Bianchi linearizados e suas conexões com perturbações em FLRW, e a evolução dos fótons da Radiação Cósmica de Fundo. Também analisamos suas estruturas e produtos. As ferramentas aqui propostas pavimentam a busca pela geometria do universo a partir de dados da próxima geração de sondas da Radiação Cósmica de Fundo."
Perturbações Quânticas Em Modelos De Bianchi
Luiz Felipe Demétrio, Sandro Dias Pinto Vitenti
Data da defesa: 30/06/2023
Neste trabalho, analisamos a teoria das perturbações cosmológicas quânticas em um modelo de fundo Bianchi I. Iniciamos com uma revisão dos aspectos básicos do Modelo Cosmológico Padrão (Λ-CDM), destacando seus problemas de condições iniciais. Em seguida, consideramos extensões do Modelo Padrão e ferramentas propostas para resolvê-los, como a classificação de Bianchi das cosmologias homogêneas, os paradigmas inflacionário e de bounce, e a teoria de perturbações cosmológicas em fundos homogêneos e isotrópicos. Prosseguimos discutindo a teoria quântica de campos em espaço-tempo curvo, a fim de quantizar adequadamente as perturbações e definir um estado físico inicial apropriado. Finalmente, combinamos esses conceitos investigando a teoria de perturbações cosmológicas para um fundo homogêneo (mas anisotrópico) e plano do tipo Bianchi I, realizando sua quantização. Concluímos com a análise de um modelo inflacionário simples e mostramos que as prescrições usuais de vácuo não podem ser aplicadas de forma consistente para perturbações cosmológicas quânticas em fundos Bianchi I.
Theoretical methods in spatially anisotropic cosmologies
Oton Henrique Marcori, Thiago dos Santos Pereira
Data da defesa: 25/04/2019
O princípio Copernicano (a hipótese de que o universo é, em média, homogêneo e isotrópico) é a base do modelo padrão da cosmologia. Medidas da RCF mostram que desvios da isotropia são minúsculos, e um cenário onde homogeneidade é quebrada é altamente improvável. Entretanto, a RCF permite somente afirmar que o universo primordial era muito isotrópico, de forma a não excluir a possibilidade de anisotropias tardias. Ademais, uma distribuição de temperatura isotrópica pode surgir de espaços-tempo não isotrópicos. Isso motiva investigações sobre a hipótese de isotropia. Relaxar esse requerimento leva a uma classe de espaços-tempo: os modelos de Bianchi. Eles são espacialmente homogêneos mas anisotrópicos, e uma das generalizações mais simples de espaços-tempo FLRW, possuindo portanto forte apelo cosmológico. Essa tese apresenta dois novos métodos teóricos para serem aplicados no contexto de modelos cosmológicos espacialmente anisotrópicos. O primeiro é relacionado ao estudo de funções de correlação e como elas estão conec- tadas com as simetrias do espaço-tempo. Nós mostramos que exigir que as correlações sejam invariantes por transformações de simetrias fixa sua dependência funcional. Uma solução geral foi encontrada para espaços de Bianchi, o que permitiu analisar o impacto de anisotropias primordiais na matriz de covariância da RCF no limite de grandes ângu- los. Também mostramos como os resultados se aplicam para tanto correlações Gaussianas como não-Gaussianas. O segundo método lida com o drift dos observáveis cosmológi- cos no contexto de cosmologia em tempo real. Medidas astrométricas altamente precisas, permitidas por avanços tecnológicos recentes, podem em princípio detectar variações tem- porais no redshift e direção de observação de estrelas distantes em um intervalo de tempo relativamente curto. Isso pode ser usado para inferir outros observáveis cosmológicos, como a velocidade peculiar da Terra com relação ao referencial da RCF, e, especialmente, anisotropias tardias de modelos tipo Bianchi I. Esse método originial desenvolvido para avaliar os drfits é aplicado a diversos cenários cosmológicos e pode, em princípio, ser estendido para outros espaços-tempo.