ESTUDO DO EFEITO DE VOLUME PARCIAL EM IMAGENS DE MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR RAIOS X
Alisson Henrique Dal Col, Carlos Roberto Appoloni
Data da defesa: 24/02/2017
Sabe-se que o Efeito de Volume Parcial (EVP) deve ser levado em consideração em toda e qualquer análise de imagens digitais. Diversos autores propõem avaliações e correções deste efeito em imagens de Tomografia de Emissão de Pósitrons (PET) e em outras metodologias. Porém, uma parte minoritária de trabalhos disponíveis na literatura científica trabalha com o EVP em imagens de microtomografia. Tem-se como objetivo observar a influência do EVP sobre o volume de objetos que representam espaço sólido das espumas de carbeto de silício industrializadas, avaliar a influência que este efeito tem sobre a porosidade e, por fim, sugerir um método de correção. As imagens foram adquiridas pelo microtomógrafo SkyScan 1173 nas resoluções espaciais de 29,9; 14,9 e 7,4 µm. Nenhum filtro foi aplicado no processo de reconstrução e, sobre subvolumes idênticos, verificou-se (através de cinco operadores e dos algoritmos de Otsu e adaptative) a precisão intra e interoperadores, analisou-se o EVP sobre os volumes de objetos sólidos gerados e sobre a porosidade e, por fim, apresentou-se uma sugestão de correção de EVP para imagens de microtomografia. As análises das precisões via ANOVA e Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) mostraram que para os diferentes operadores/algoritmos os mesmos volumes foram gerados. A comparação via teste-t entre subvolumes de uma mesma espuma, em resoluções espaciais diferentes, mostrou que há volumes superestimados para resoluções espaciais altas. Este fato gerou porosidades maiores para espumas adquiridas em resoluções espaciais menores. Por fim, para o método de correção sugerido, mostrou-se que áreas menores são geradas em comparação aos métodos de Otsu e adaptative.
CARACTERIZAÇÃO NÃO DESTRUTIVA DE MATERIAL CERÂMICO E DE TECIDOS DE CULTURAS ANTIGAS DA BOLÍVIA POR PXRF E ESPECTROSCOPIA RAMAN PORTÁTIL
Jorge Lisme Ticona, Carlos Roberto Appoloni
Data da defesa: 21/02/2017
Neste trabalho foram analisados vasos e fragmentos cerâmicos pertencentes aos sítios arqueológicos de Tiwanaku, Achocalla, Ilha do Sol e Pariti localizados na Bolívia. As amostras de cerâmica foram medidas pela técnica de florescência de raios X por dispersão em energia (PXRF). Foram identificados os elementos químicos que estão presentes nas faces convexa, côncava e na pasta cerâmica nas amostras. Os resultados das análises utilizando a estatística multivariada (PCA e HCA) mostraram a formação de três grupos principais compostos pelas amostras subaquáticas da Ilha do Sol, Tiwanaku e Achocalla, indicando que essas amostras foram manufaturadas com argila de três fontes diferentes. Um fragmento de Pariti e três fragmentos de Achocalla foram medidos pela técnica de micro florescência de raios X. As análises das imagens bidimensionais nas suas faces convexas desses fragmentos mostraram que as regiões de cores marrom, preta e branca têm altas concentrações dos elementos ferro, manganês e cálcio, respectivamente. Utilizando o espectrômetro Raman com duplo comprimento de onda foram analisadas amostras de tecidos pré- colombianos pertencentes à coleção do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) no Brasil. Os espectros Raman medidos in situ mostraram bandas largas com baixa relação sinal-ruído, indicando que, neste caso, o espectrômetro não foi adequado para obter informação molecular dos corantes aplicados nas fibras. As dificuldades para obter uma resposta espectral com alta relação sinal-ruído possivelmente foram causadas devido à mistura de corantes aplicados nas fibras como mostrado nas imagens microscópicas e à presença de produtos de degradação nos tecidos, os quais interferem fortemente o sinal Raman.