O conceito de Ideia em Schopenhauer
CAMILA BEREHULKA DE ALMEIDA, José Fernandes Weber
Data da defesa: 29/02/2024
O conceito de Ideia em Schopenhauer costuma ser um conceito bastante criticado por estudiosos do filósofo, considerado como um erro, ou ainda um argumento ad-hoc. Tendo em vista que esse conceito é originariamente da filosofia de Platão, acreditam que o mesmo não teria lugar em uma filosofia imanente. O presente trabalho pretende defender que, na verdade, o conceito de Ideias de Platão sofreu constantes alterações com o passar dos séculos, sendo considerado posteriormente como um conceito pertencente às artes e à vida interior do artista e tais alterações, ainda que não sejam claramente mencionadas por Schopenhauer, foram decisivas para a sua apropriação do mesmo, configurando um papel importante em sua metafísica do Belo, bem como na metafísica da Ética. Além disso, analisamos as críticas desferidas contra esse uso schopenhaueriano das Ideias platônicas, as quais, por ignorarem essa alteração de significado, incluíram na filosofia de Schopenhauer conclusões que não fazem parte do pensamento do filósofo, sendo inclusive contraditórias ao que preconiza o pensamento do filósofo de O Mundo como Vontade e como Representação. Expomos que Schopenhauer operou uma subversão do conceito de Ideias em sua significação, que não apenas se refere à Arte e ao Artista (Gênio), mas que em sua filosofia possui um caráter profundamente imanente e ligado à Vontade como coisa-em-si. Por fim, apresentamos, a título de exemplo, a poesia de Augusto dos Anjos como uma receptora do conceito de Ideia.
A liberdade intelectual em Schopenhauer
Antonio Alves Pereira Junior, Prof. Dr. Aguinaldo Antonio Cavalheiro Pavão
Data da defesa: 16/12/2022
O objetivo principal da presente dissertação é a investigação sobre a formação e significação do conceito de liberdade intelectual que surge em Schopenhauer na obra Sobre a liberdade da vontade e aparece vez ou outra de modo direto ou indireto em outras de suas obras. No entanto, muitos conceitos importantes das discussões filosóficas schopenhauerianas também são trabalhados e abordados sob a perspectiva de aumentar a compreensão e de fornecer um detalhado e pormenorizado estudo da liberdade. São esses conceitos principalmente a responsabilidade moral, a justiça eterna, as formas de causalidade, a negação da vontade, o fatalismo e a loucura, que dão como que o intervalo tonal e compõem o campo harmônico para vez ou outra, recorrer de novo à tonalidade principal, ou seja, à liberdade intelectual. Uma importante reflexão levantada ao final da dissertação e que se configura como uma das suas principais contribuições para a comunidade filosófica schopenhaueriana especializada se trata da hipótese de pensar a loucura, no âmbito da filosofia e do entendimento de Schopenhauer, como que deslocada da estética para a ética, de modo a entendê-la não apenas como rompimento do fio da memória, mas também como estando nos santos e negadores da vontade como loucura divinatória, nas palavras de Sócrates e expostas por Platão, tal como busquei mostrar.