A CRÍTICA DE MACINTYRE AOS DIREITOS HUMANOS E A TRADIÇÃO TOMISTA CONTEMPORÂNEA
Luís Henrique Toniolo Serediuk Silva, Andrea Luisa Bucchile Faggion
Data da defesa: 08/04/2024
O trabalho cobre a crítica de MacIntyre sobre os direitos humanos, que é uma parte de sua crítica mais ampla à racionalidade moderna e ao inquérito moral moderno, e isso tendo como pano de fundo o tomismo contemporâneo. Pois diferentes tomistas ofereceram explicações diversas sobre como os direitos humanos surgiram na filosofia e prática ocidentais, o que resultou em respostas conflitantes para a "crise epistemológica" que veio com esse novo conceito de racionalidade prática. Alguns argumentaram em seu favor, vendo-o seja como produto direto de um contexto cristão e, mais especificamente, tomista (relação genética), seja ao menos como um conceito amistoso, compatível com um contexto tomista (relação complementar). Outros, dentre os quais, MacIntyre, enxergaram os direitos como um conceito completamente disruptivo que estorva a racionalidade tradicional (relação dialética) e leva apenas à incomensurabilidade e dissenso moral. Porém, o objetivo geral desta pesquisa não é apenas explicar a crítica de MacIntyre em sua relação com outros ramos do tomismo contemporâneo, mas ir além do próprio MacIntyre, considerando que ele aderiu a uma explicação tomista da lei natural várias décadas atrás. Um dos resultados aqui alcançados é que é possível falar de direitos (direitos-na-tradição, não o que comumente se entende por direitos humanos) que surgem de uma explicação tomista da lei natural, mesmo na teoria de MacIntyre, partindo de uma racionalidade ancorada numa tradição e em práticas, e numa explicação teleológico-essencialista da natureza humana, contra a explicação nominalista-mecanicista na qual vicejam os direitos humanos. Portanto, de uma análise da cultura moderna informada por tais princípios nominalistas-mecanicistas da razão prática, e indo além do ceticismo de MacIntyre quanto a direitos em geral, foi possível chegar a uma solução para a "crise epistemológica" com respeito ao tomismo e direitos humanos, com o que se pode chamar de "relação genética qualificada": direitos atribuíveis aos seres humanos só podem funcionar propriamente num contexto de razão prática informado por uma tradição de inquérito moral, e têm suas raízes, especificamente, na racionalidade cristã e pré-moderna. Uma vez retirado desse contexto, assim como outros conceitos que MacIntyre chama de "tabus", está fadada a falhar.
A liberdade intelectual em Schopenhauer
Antonio Alves Pereira Junior, Prof. Dr. Aguinaldo Antonio Cavalheiro Pavão
Data da defesa: 16/12/2022
O objetivo principal da presente dissertação é a investigação sobre a formação e significação do conceito de liberdade intelectual que surge em Schopenhauer na obra Sobre a liberdade da vontade e aparece vez ou outra de modo direto ou indireto em outras de suas obras. No entanto, muitos conceitos importantes das discussões filosóficas schopenhauerianas também são trabalhados e abordados sob a perspectiva de aumentar a compreensão e de fornecer um detalhado e pormenorizado estudo da liberdade. São esses conceitos principalmente a responsabilidade moral, a justiça eterna, as formas de causalidade, a negação da vontade, o fatalismo e a loucura, que dão como que o intervalo tonal e compõem o campo harmônico para vez ou outra, recorrer de novo à tonalidade principal, ou seja, à liberdade intelectual. Uma importante reflexão levantada ao final da dissertação e que se configura como uma das suas principais contribuições para a comunidade filosófica schopenhaueriana especializada se trata da hipótese de pensar a loucura, no âmbito da filosofia e do entendimento de Schopenhauer, como que deslocada da estética para a ética, de modo a entendê-la não apenas como rompimento do fio da memória, mas também como estando nos santos e negadores da vontade como loucura divinatória, nas palavras de Sócrates e expostas por Platão, tal como busquei mostrar.
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