Evolução das interligações produtivas do Brasil nas cadeias globais de valor de 1995 a 2009
Renato José da Silva, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 27/01/2016
O objetivo do estudo foi mensurar e identificar a evolução das relações intersetoriais e inter-regionais do Brasil nas Cadeias Globais de Valor para os anos de 1995, 2000, 2005 e 2009. Para atingir os objetivos utilizou-se o sistema de insumo produto inter-regional, com base nos dados do World Input-Output Database – WIOD e foram calculados os geradores e multiplicadores de produção, emprego e valor adicionado, bem como os transbordamentos referentes a cada setor produtivo. Os resultados mostraram que no período estudado os setores que apresentaram o maior efeito transbordamento de produção e valor adicionado foram: (14) Eletrônicos e Equipamentos ópticos (8) Refino de Petróleo e Combustível Nuclear, (15) Equipamentos de Transporte e (10) Borracha e Plástico. No entanto, verificou-se entre 1995 a 2009 a queda da participação do NAFTA e da Zona do Euro na inter-relação produtiva com o Brasil e o aumento da integração de produção com a China, RIIAT e o Resto do Mundo, principalmente nos anos 2000. Tal movimento indicou o processo de fragmentação da produção brasileira em bases globais, principalmente dos setores de produtos manufaturados. Os setores de serviços apresentaram menor transbordamento no fluxo comercial internacional, sendo os seus multiplicadores de produção e valor adicionado em sua maioria de origem doméstica. Os setores mais importantes na geração de emprego externo foram (4) Têxteis, (14) Eletrônicos e Equipamentos ópticos e (15) Equipamentos de Transporte, em grande maioria gerada na China e RIIAT. O transbordamento médio dos setores brasileiros sentido exterior aumentou de 1995 a 2009 para a produção, emprego e valor adicionado saltando de 6,6% para 8,9% para o primeiro, 2,2% para 3,4% no emprego e 6,7 para 8,6% no valor adicionado. Os resultados para os multiplicadores do Tipo I de produção, emprego e valor adicionado mostraram que os maiores multiplicadores direto e indireto foram coincidentes, ou seja, os setores com maiores capacidades de multiplicar produção, também resultaram em maiores retornos de emprego e valor adicionado dentro e fora do Brasil. Contudo, para o do ano de 2009, destacou-se a redução da participação brasileira nas Cadeias Globais de Valor ante ao crescimento observado entre 1995 a 2005. Podem ser considerados a crise financeira americana de 2008 que logo se propagou para todo o sistema econômico internacional e a política anticíclica do governo brasileiro de conteúdo local. A economia do país demonstra estar se especializando em produção de bens intermediários menos intensivos em tecnologia e apresenta correlação com a maior participação de bens intermediários importados, sobretudo em setores mais intensivos em tecnologia, como Equipamento de Transporte, Químico e Equipamentos Elétricos e Ópticos demonstrando o perfil da estrutura produtiva brasileira nas cadeias globais de valor.
Estrutura produtiva dos países do BRIC e seus impactos nas emissões de CO2 : uma análise insumo-produto
Adriano Martins de Souza, Irene Domenes Zapparoli
Data da defesa: 01/08/2014
Estudos recentes indicam que o conjunto dos países emergentes, ou seja, o BRIC (formado por Brasil, Rússia, Índia e China), poderá se tornar, dentro de algumas décadas, a principal força na economia global. Porém, junto com o crescente poder econômico vem aumentando também o impacto negativo desses países sobre o meio ambiente, sobretudo referente às emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é identificar quais são os principais setores causadores de poluição dos países do BRIC, no ano de 2009, relacionando a estrutura produtiva desses países com as suas respectivas emissões de CO2. Para tanto, utilizou-se como metodologia a matriz insumo-produto, sendo que a base de dados foi extraída do World Input-Output Database - WIOD. Os resultados mostraram que, no caso do Brasil, as atividades que envolvem os setores de transporte foram as que apresentaram a maior participação nas emissões, sendo estes os setores mais poluentes. No caso dos outros três países analisados, China, Índia e Rússia, o setor de Eletricidade, Gás e Água foi classificado como o setor mais poluente, pois apresentou a maior participação nas emissões no período analisado. Outros resultados importantes indicam que grande parte das emissões do Brasil provenientes do aumento da sua produção, é transbordada para outros países, sendo este um indicativo da dependência brasileira de insumos importados. Já a maior parte das emissões de CO2 dos demais países do BRIC acaba ficando em seus próprios territórios, confirmando assim que embora esses países tenham um grande potencial de crescimento possuem em contrapartida uma ampla capacidade em gerar poluição.
Estrutura produtiva dos países da zona do euro e seus impactos no uso da energia
Clévia Israel Faria França, Irene Domenes Zapparoli
Data da defesa: 29/08/2017
A Zona do Euro ampliou as relações comerciais entre países e a formação de grandes empresas europeias que emergiram a partir das fusões e aquisições. Porém, com o crescente poder econômico, houve aumentos do impacto desses países sobre o meio ambiente, no que se refere a utilização de energia. Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é correlacionar a estrutura produtiva da Zona do Euro e seus impactos no uso da energia nos anos de 1995 e 2009. Para atingir esse intento foram calculados os multiplicadores e geradores de energia renovável e não renovável e ainda foi identificado o efeito transbordamento da utilização de energia. Para tanto, utilizou-se como metodologia a matriz insumo-produto, sendo que a base de dados foi extraída do World Input-Output Database (WIOD). Os resultados mostraram que, o setor que apresentou os maiores multiplicadores de produção dos países da Zona do Euro em relação ao uso de energia, foi equipamentos de transporte. No que é pertinente aos maiores geradores, Refino de Petróleo e Combustível Nuclear e Eletricidade, Gás e Água, foram os que se destacaram no período analisado. Outros resultados importantes indicam que grande parte da utilização de energia proveniente do aumento da produção é transbordada para fora do bloco, o que indica insuficiente infraestrutura interna. Devido a um trade-off entre o aumento da produção e a utilização de energia, seria importante descobrir as vantagens e desvantagens de cada país quanto a tais escolhas, sendo esta, uma sugestão para trabalhos futuros.
Estrutura ocupacional e rendimentos nas macrorregiões brasileiras : estudo do período 2002-2007
Adriana Evarini, Solange de Cássia Inforzato de Souza
Data da defesa: 12/11/2010
Este estudo tem por objetivo analisar a estrutura e o perfil das ocupações e seus efeitos sobre os rendimentos no Brasil e em suas macrorregiões no período de 2002 a 2007. Para tanto, utiliza-se a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) como base de dados para traçar o perfil das ocupações, um modelo econométrico denominado "diferenças em diferenças" para investigar o efeito sobre o rendimento e o índice de Gini para medir a desigualdade do rendimento. Os resultados revelam para o Brasil e suas macrorregiões que os grupos ocupacionais denominados Dirigentes e Profissionais das Ciências e das Artes são brancos (exceto no Norte) e mais qualificados, apresentaram um maior crescimento da participação feminina, possuem rendimento mais elevado, estão mais presentes nas classes de renda AB e C. Os grupos dos Trabalhadores dos Serviços e da Produção são em maior proporção, são menos qualificados, porém apresentaram crescimento significativo nas faixas mais escolarizadas, ocupam a posição de empregados, têm entre 25 e 39 anos, possuem renda mais baixa, são mais alocados na classe E, embora tenham sua participação aumentada nas classes AB C e D. Não houve diferenças significativas em relação à variação da taxa de crescimento das ocupações (exceto no Nordeste) e uma queda na taxa de crescimento da renda em todo período em todos os grupos ocupacionais. Por fim, ressalta-se que os Trabalhadores dos Serviços Administrativos e dos Serviços contribuíram para a queda da desigualdade dos rendimentos em todas as regiões brasileiras.
Estimativa da matriz de insumo-produto inter-regional de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil para o ano de 2008
Karla Cristina Tyskowski Teodoro Rodrigues, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 29/01/2016
O objetivo deste estudo é estimar a estrutura produtiva do município de Porto Alegre, para o ano de 2008. Essa análise visa estimar a matriz inter-regional de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil. A justificativa para o estudo se apresenta pela importância econômica do município no cenário gaúcho – apesar de ser o município de maior PIB no estado, a sua participação em relação à produção total de bens e serviços vem caindo ano após ano. A metodologia utilizada é pautada em quatro pontos básicos: a teoria de Leontief (1988), a estimativa da matriz nacional de Guilhoto e Sesso Filho (2005a), o modelo de Isard (1951) e o vetor de produção utilizado em Brene (2014) para calcular o quociente locacional. A estrutura produtiva do município em 2008 exibiu um alto grau de transbordamento na produção dos setores da agricultura, máquinas e equipamentos, indústria química e farmacêutica, têxtil, vestuário, calçados, produtos alimentícios, indústrias diversas. Em relação às vantagens locais, os setores de serviços possuíram maior destaque. Os destaques foram: administração pública, serviços privados, comércio, transporte e construção; os quais também apresentaram os menores índices de transbordamento dos 18 setores, bem como os maiores indicadores de tamanho. No caso dos setores-chave, tanto para o índice de Rasmussen-Hirschman quanto para o índice puro normalizado (GHS), os setores de comércio e de serviços privados destacaram-se como setores-chave da economia. Em relação ao campo de influência, os setores da indústria química e farmacêutica, produtos alimentícios e serviços privados tiveram forte interação de vendas com todos os 18 setores do sistema de Porto Alegre. No caso dos setores compradores, há os de produtos alimentícios e serviços privados, setores com a maior quantidade de ligações.
Equidade no sistema previdenciário : uma análise das aposentadorias e pensões no Paraná 1988 – 2008
Flávio Braga de Almeida-Gabriel, Carlos Roberto Ferreira
Data da defesa: 21/12/2010
Este trabalho tem como objetivo principal avaliar a contribuição das aposentadorias e pensões para a desigualdade da distribuição do rendimento domiciliar per capita no Paraná e Paraná Rural (área rural), para o período de 1988 a 2008. Como objetivos específicos, buscou-se calcular a participação das aposentadorias e pensões na formação e concentração da renda domiciliar per capita e expor o debate existente na literatura, conjuntamente com os resultados obtidos das políticas previdenciárias na melhoria da distribuição de renda. Elaborou-se a revisão da literatura sobre distribuição de renda e sistema previdenciário no país, trazendo o limiar do debate sobre a contribuição das aposentadorias e pensões para a concentração de renda e suas principais conclusões para o Paraná. Utilizou-se, como metodologia, a decomposição do Índice de Gini em seis componentes: rendimento do trabalho principal; outros trabalhos; aposentadorias e pensões; rendimentos de aluguel; rendimentos de doações feitas por pessoas de outros domicílios; e outros rendimentos, tendo como parâmetro a distribuição do rendimento domiciliar per capita da Região Sul, Região Sul Rural, Brasil e Brasil Rural. A base de dados utilizada foi as PNADs dos respectivos anos em análise. Como resultados, destaca-se a participação crescente das aposentadorias e pensões na formação da renda domiciliar per capita para todas regiões analisadas nos anos pós-1992, explicada pelas políticas sociais e econômicas do período, principalmente pelas contribuições legais instituídas pela Constituição de 1988. A contribuição dessa parcela de rendimento domiciliar para a concentração de renda se mostrou menos significativa para o Paraná e Paraná Rural contrariamente ao apresentado pelo Brasil, Brasil Rural, Região Sul e Região Sul Rural.
Envelhecimento populacional e mudanças no padrão de consumo : impactos na estrutura produtiva do Brasil
Rodrigo Rafael Zanon, Antonio Carlos Moretto
Data da defesa: 13/02/2012
Este trabalho teve como objetivo principal analisar como o envelhecimento populacional pode afetar a estrutura produtiva brasileira, dadas as mudanças previstas no padrão de consumo da população entre os anos de 2005, 2030 e 2050. Assim, para atingir esse objetivo utilizou-se da análise insumo-produto em conjunto com informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2005 e da Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 1980-2050. Como resultados destacam-se: a) os produtos com maior diferença no consumo em favor das famílias idosas foram aqueles relacionados à saúde e ao bem-estar do idoso, como Intermediação Financeira e Seguros, Saúde Mercantil, Serviços Domésticos e Produtos Farmacêuticos, enquanto que em favor das famílias não idosas foram Educação Mercantil, Vestuário, Calçados e Produtos do Couro e Serviços Prestados às Famílias e Associativos; b) quando calculada e comparada a produção necessária à satisfazer o consumo das famílias nos anos de 2005, 2030 e 2050, verificou-se que os setores com maior crescimento devem ser aqueles responsáveis pelos produtos com maior consumo pelas famílias idosas, com destaque para os setores Produtos Farmacêuticos, Saúde Mercantil, Intermediação Financeira e Seguros, Outros Serviços, Aparelho/Instrumento Médico-Hospitalar, Medida e Óptico, Serviços Imobiliários e Aluguel, e Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana, ao passo que os setores com menor crescimento de sua produção devem ser Perfumaria, Higiene e Limpeza, Material Elétrico, Eletrônico, Informática e Comunicação, Transporte, Armazenagem e Correio, Veículos Automotores, Peças e Equipamentos, Produtos do Fumo, Serviços de Alojamento e Alimentação, Vestuário, Calçados e Produtos do Couro e Educação Mercantil; c) as diferentes taxas de crescimento dos setores podem sinalizar, quando verificada a distribuição da ocupação e da renda entre eles, que os impactos no mercado de trabalho deverão ser positivos, com melhoria em relação ao quadro atual de emprego e remuneração da população em geral.
Ensaios sobre os gastos públicos com saúde : um estudo comparativo da eficiência e da participação da União, do Estado e dos municípios entre os principais municípios do Paraná de 2000 a 2016
Marcos Augusto de Carvalho, Sidnei Pereira do Nascimento
Data da defesa: 26/03/2018
Os dois ensaios contidos nesse estudo possuem uma problemática central: avaliar o gasto público em saúde. A presente pesquisa busca discutir a evolução, a eficiência e a participação da União, do estado e dos municípios nos gastos em saúde entre os principais municípios do Paraná, de 2000 a 2016. Para construir os Índices de Qualidade do Gasto Público (IQGP), os indicadores de saúde foram padronizados estatisticamente. Assim, foi possível quantificar a eficiência através do exame dos gastos e dos parâmetros de saúde dos serviços públicos prestados à sociedade. Para avaliar a influência do Pacto pela Saúde e da crise, de 2008-2009, dos outros municípios em relação a Londrina, foi utilizado o modelo econométrico de Diferenças em Diferenças com Ajustes de Poligonais. Para extrair as tendências individuais dos municípios, foram utilizadas as Taxas Geométricas de Crescimento. Os resultados com base no Pacto pela Saúde revelaram que houve evolução positiva nas despesas com saúde no período, porém todos os municípios avaliados superaram a taxa de crescimento médio dos gastos de Londrina a partir do Pacto pela Saúde. Além disso, a taxa de crescimento do IQGP de Londrina superou Foz do Iguaçu e foi inferior à Curitiba e Ponta Grossa entre 2006 e 2016. Concluindo os resultados a partir do Pacto pela Saúde, o município de Ponta Grossa foi classificado como o mais eficiente e Foz do Iguaçu foi considerado o menos eficiente. De outro modo, a análise a partir da crise de 2008-2009, revelou que o crescimento médio dos gastos per capita anuais de Cascavel e Maringá superaram Londrina. Porém, exibiram em média um gasto per capita em saúde inferior ao de Londrina no período de 2010 a 2016. Outra conclusão importante, foi a identificação das participações da União, do estado e dos municípios nos gastos da saúde por tipo de repasses de recursos para os municípios, convênios, gastos diretos e transferências fundo a fundo. Por fim, a influência dos não residentes nos gastos com internações foi de cerca de 30% e nos atendimentos foi de aproximadamente 40%. Em resumo, todos os municípios precisam aprimorar mais os seus critérios de eficiência na saúde, principalmente Foz do Iguaçu e Londrina, que apresentaram os menores índices de qualidade.
Ensaios sobre competitividade e oferta de exportação do Brasil no mercado de carne suína congelada : 2002 a 2018
Guilherme Felipe da Cruz, Carlos Roberto Ferreira
Data da defesa: 18/03/2020
Este estudo é constituído por dois artigos sobre o comércio internacional do Brasil no setor de carne suína congelada. O primeiro tem por objetivo geral investigar a competitividade do setor por subgrupos e o segundo estimar a função de oferta de exportação do Brasil do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada. A metodologia proposta para o primeiro ensaio foi o cálculo e análise dos seguintes indicadores: Índice de Vantagem Comparativa Revelada, Índice de Vantagem Revelada de Exportação, Índice de Vantagem Comparativa Revelada Simétrico e o Índice de Orientação Regional no período de 2002 a 2018. O segundo ensaio utiliza séries temporais trimestrais referentes ao período de janeiro de 2002 a dezembro de 2018 e o modelo Autorregressivo de Defasagens Distribuídas (ARDL), com estimativas dos coeficientes de longo prazo e os ajustes de curto prazo. As séries utilizadas no segundo ensaio foram a quantidade exportada do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada, a taxa de câmbio, o preço doméstico do suíno vivo em Santa Catarina, o preço de exportação do bem e o Produto Interno Bruto do Brasil. Os resultados expostos no primeiro ensaio demonstram que o Brasil é competitivo em todos os subgrupos de carne suína congelada, com destaque para o subgrupo de outros cortes de carne suína. A Rússia foi o principal importador neste segmento no período 2002 a 2017, perdendo espaço para a Geórgia em 2018. Merece destaque o mercado asiático, principalmente Hong Kong e China. Os resultados do segundo ensaio revelaram que a velocidade de ajuste da quantidade exportada a choques inesperados nas variáveis independentes é rápida, aproximadamente 71,03%. Os resultados obtidos sinalizam que a carne suína é um bem inferior no Brasil. Conforme aumenta a renda real (PIB) a oferta de exportação do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada aumenta. Uma depreciação da taxa de câmbio, bem como um aumento no preço real de exportação ou uma redução no preço real doméstico do suíno vivo (ceteris paribus para cada variável) aumentam a oferta de exportações de outros cortes de carne suína. Todas as variáveis foram significativas no curto e longo prazos. De modo geral, pode-se concluir que o Brasil possui vantagem comparativa no setor de carne suína congelada e que possui uma oferta de exportação para o subgrupo de outros cortes de carne suína congelada. Isto demonstra o potencial do setor na geração de emprego, renda e divisas para o Brasil.
Ensaios sobre a política de desoneração da folha de pagamento
Gustavo Henrique Leite de Castro, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 22/02/2018
Os dois ensaios contidos nesse estudo possuem uma problemática central: avaliar a política de desoneração da folha de pagamento contida no Plano Brasil Maior (PBM). Dessa maneira, o presente estudo objetivou: (i) mapear o dimensionamento e o impacto econômico-fiscal do setor industrial brasileiro antes do PBM a partir das matrizes de insumo-produto e (ii) analisar se a política de desoneração sobre a folha de pagamento surtiu efeito nos níveis de desligamento, admissão e no índice de produção para os grupos beneficiados em relação aos demais. Para tanto, desenvolveu-se dois ensaios com base nos dados da MIP de 2011 e com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados − CAGED, por fim, para a produção foi utilizado o índice de produção física da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM-PF), ambos os índices são mensais para os setores pertencentes ao Cadastro Nacional de Atividade Econômica - CNAE 2.0 - para os anos de 2007 a 2016, os setores selecionados (bebidas, petroquímicos, informática, linha branca, bens de capital, automobilístico e moveleiro) estão de acordo com a pesquisa de Curado e Curado (2016), sendo estes os que mais se beneficiaram da política de desoneração sobre a folha de pagamento. Os principais resultados apontam que no Brasil a maioria dos setores industriais são setores chave no que tange ao índice de ligação Rasmussen- Hirschamn e que os setores industriais são bastantes onerados pelos tributos, principalmente no que se refere à contribuição social. No entanto, embora houvesse um esforço do governo na tentativa de buscar o crescimento e desenvolvimento industrial os resultados desta pesquisa se distanciam dos objetivos propostos pela política de desoneração sobre a folha de pagamento e seus impactos diretos na indústria, exceto o setor petroquímico que obteve índices positivos de produção e admissão. Em resumo, mesmo com o sacrifício da arrecadação federal os setores beneficiados estão: i) desligando mais, exceto o setor de linha branca; ii) admitindo menos, exceto o setor petroquímico; e iii) produzindo menos, exceto o setor petroquímico, o que vai ao desencontro do objetivo da desoneração sobre a folha de pagamento.