PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DO BEM-ESTAR DE RÉPTEIS EM CATIVEIRO
LICIA MARIA SAID DE LAVOR , Prof. Dr. Wilmar Sachetin Marçal
Data da defesa: 22/08/2016
A manutenção de animais selvagens em cativeiro sempre foi um desafio enfrentado por médicos veterinários, biólogos e tratadores, devido às particularidades biológicas das milhares de espécies existentes. Os répteis estão entre os animais menos estudados, embora a presença deles nas instituições zoológicas e em coleções particulares esteja em crescimento. Aliado a este avanço na demanda, o maior envolvimento da sociedade em questões relacionadas ao bem-estar animal tem gerado um aumento no número de denúncias, levando as autoridades públicas a requisitar exames periciais para averiguá-las. O objetivo do presente trabalho foi propor um protocolo de avaliação que busca examinar, de forma científica e objetiva, as principais variáveis comportamentais, ambientais, sanitárias e de conforto que possam influenciar o bem-estar de répteis em cativeiro. Espera-se que o protocolo seja útil para peritos, técnicos de zoológicos e criadores, além de proprietários domiciliares, para que todos possam identificar as situações que requerem uma ação imediata e direta para diminuir os casos de maus tratos que envolvem répteis em cativeiro.
PREVALÊNCIA DE LEUCEMIA E IMUNODEFICIÊNCIA VIRAL FELINA EM GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (PR) EM 2014
EDUARDO YUDI HASHIZUME , Prof. Dr. Marcelo de Souza Zanutto
Data da defesa: 28/03/2016
Os retrovírus felinos incitam o interesse de muitos pesquisadores. Dentre os retrovírus que causam doenças em gatos domésticos destacam-se o vírus da imunodeficiência dos felinos (FIV) e o vírus da leucemia felina (FeLV), ambos de ocorrência mundial. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência e os fatores de risco das infecções pelo FIV e FeLV na população felina atendida no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina - Paraná (HV-UEL), durante o ano de 2014. Das 771 amostras testadas, houve prevalência de 5,19% (40) para o FIV, 1,81% (14) para o FeLV e 0,26% (2) apresentaram coinfecção. No grupo de infectados pelo FIV 23 eram machos (57,5%), metade apresentou-se doente ao atendimento, 18 (45%) tinham acesso à rua e 19 (47,5%) viviam em locais com múltiplos gatos. Entre os infectados pelo FeLV, foram observados 50% de machos e metade apresentou-se doente, seis (42,86%) felinos com acesso à rua e nove (64,29%) viviam em locais com múltiplos gatos. A idade média dos infectados para o FIV (46 meses) foi maior do que dos infectados pelo FeLV (16 meses) (p = 0,03778). O risco de infecção pelo FIV foi significativamente maior para gatos mais velhos (p = 0,03581), os que possuíam acesso à rua (p = 0,009151), aos que conviviam em mais de cinco gatos na mesma residência (p = 0,008868) e também para gatos provenientes de gatis (p = 0,00207) e os nascidos na própria residência (p = 0,01164). Para os felinos infectados pelo FeLV, apenas sobressaíram-se como fatores de risco os gatos mais jovens que os infectados pelo FIV (p = 0.03778) e os que conviviam em residências com mais de 5 gatos (p = 0,01411).
MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO PROSPECÇÃO DE CLIENTES NA CLÍNICA VETERINÁRIA
DOUGLAS ALEXANDRE ARAGÃO , Prof. Dr. Wilmar Sachetin Marçal
Data da defesa: 21/06/2016
Apesar do crescente número de cursos de Medicina Veterinária em todo o Brasil, o marketing ainda é pouco explorado. Juntamente com este crescimento também se acentua a competitividade entre veterinários e a exigência dos proprietários que se apresentam cada vez mais informados. Neste universo, cada vez mais exigente, o médico veterinário deve, além de se preocupar com sua formação técnica e atualizações comerciais, estar preparado para colocar em prática ações de marketing de serviço, propaganda, marketing de relacionamento e planejamentos estratégicos. Esta necessidade é apresentada neste trabalho como proposta de se aplicar as ferramentas de marketing, melhorando o relacionamento e prospectando clientes nas clínicas veterinárias que assistem animais de companhia.
ACURÁCIA DO EXAME CITOLÓGICO NO DIAGNÓSTICO DE NEOPLASMAS EM REGIÃO DE MAMA EM CADELAS
CAIO RIBEIRO COUTINHO , Profa. Dra. Giovana Winteger Di Santis
Data da defesa: 25/05/2016
A precisão de um exame de diagnóstico é uma característica essencial de qualquer teste clínico e o presente trabalho teve como objetivo avaliar a acurácia do exame citológico para a avaliação dos tumores em região de mama de cadelas no que concerne à malignidade, a concordância cito-histológica para distinção de malignidade, histogênese e determinação da origem tecidual (neoplasmas cutâneos ou de glândula mamária). Inicialmente é apresentada uma revisão de literatura abordando a citologia e os tumores mamários em cadelas e posteriormente é apresentada uma avaliação a partir dos registros do Laboratório de Patologia Animal no período de 01 de janeiro de 2010 a 04 de maio de 2015, tendo como critério de inclusão primário a presença de ao menos uma tumoração na região mamária. Foram localizados 1380 registros de exames atendendo a este critério e em 147 casos foram atendidos todos os critérios de inclusão. A concordância cito-histológica para histogênese foi de 59%, para distinção de malignidade foi de 68%, para origem tecidual (cutâneo/mama) foi de 83%. A sensibilidade para a detecção de neoplasmas foi de 96%, especificidade de 67%, valor preditivo positivo (VPP) foi de 98%, valor preditivo negativo (VPN) de 44%. Para malignidade, a sensibilidade foi de 81%, com especificidade de 61%, o valor preditivo positivo (VPP) foi de 94% e o valor preditivo negativo (VPN) foi de 40%. Em 12% das amostras o material foi insuficiente, o que reforça a necessidade de treinamentos e a padronização para colheitas e procedimentos.
AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFUSÃO DE SOLUÇÕES CRISTALÓIDES POR VIA INTRAPERITONEAL EM VACAS
ALEXANDRE LOBO BLANCO , Prof. Dr. Wilmar Sachetim Marçal
Data da defesa: 29/04/2016
A manutenção e a correta concentração de íons são fatores essenciais para a homeostase nos animais. Algumas condições como hipocalcemia, hipoglicemia, diarreia e outras, comumente acometem bovinos, levando à desequilíbrios hidroeletrolíticos e ácido básicos. Como método terapêutico é feito a fluidoterapia. Esse trabalho tem como obejtivo avaliar a velocidade da fluidoterapia intraperitoneal para a administração de 3 litros soluções isotônicas de NaCl 0,9% e Ringer lactato em vacas, avaliando a via como eficaz e segura na reidratação e terapêutica dos animais enfermos. A pesquisa foi aprovada pelo CEUA da Universidade Estadual de Londrina (protocolo nº 46/2016). O ensaio foi realizado em março de 2016, numa propriedade rural do município de Assaí, estado do Paraná. As avaliações ocorreram no período diurno, sendo 5 no período da manhã e 5 no período da tarde. O experimento foi instalado com delineamento inteiramente casualizado de um único fator produto com dois níveis: Solução cloreto de sódio a 0.9% (CS) e Ringer lactato (RL). Para cada tratamento foram realizadas 5 repetições em animais diferentes. Foram selecionadas, ao acaso, dez vacas saudáveis, sem sinais de desidratação, com escore corporal médio de 2,5 e peso médio de 479,8 kg. Realizou-se a antissepsia da área de infusão com álcool 92,8° e gaze. O ponto de aplicação da agulha com equipo localizava-se no lado direito, no meio da fossa paralombar, inserida em ângulo de 180° em relação ao solo, ultrapassando a pele, o subcutâneo, três camadas musculares, fáscia e peritônio, chegando assim à cavidade abdominal. Este ponto de perfuração está fora do campo de visão binocular clara dos bovinos, evitando-se estresse e inquietação. O preparo das soluções cristalóides comerciais seguiu a recomendação do fabricante. Os três frascos de 1 litro foram suspensos próximos sob o mesmo animal para facilitar a troca. O tempo foi cronometrado do momento de aplicação da agulha no animal até o momento de retirada da agulha, findada a aplicação de 3 litros do produto. A prática da fluidoterapia intraperitoneal de 3 litros de produto foi monitorada durante todo o tempo, garantindo a velocidade de gotejamento em fluxo contínuo (“torneira aberta”). Os resultados demonstraram que as velocidades médias de infusão intraperitonial dos produtos não apresentaram diferenças significativas entre elas, sendo os valores encontrados dentro dos limites recomendados pela literatura científica e pesquisado com outras soluções cristalóides comerciais. As características físico-químicas das soluções avaliadas (Solução de cloreto de sódio a 0,9% e Solução de Ringer lactato) são diferentes, mas as variações de viscosidade entre elas não foram suficientes para produzir um efeito observável. Conclui-se que a velocidade média da infusão intraperitonial, para 3 litros, encontrada no experimento foi de 9,425 ml/KgPesoVivo/hora, com desvio padrão de 2,7185, sem diferença significativa entre os tratamentos.
IMPLANTAÇÃO DE DIRETRIZES BASEADAS NA MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO EM UMA ONG/OSCIP DE PROTEÇÃO ANIMAL NA CIDADE DE LONDRINA
ANA PAULA MOLLER POLICENO ANTONIO , Profa. Dra. Carmen Esther Santos Grumadas
Data da defesa: 21/06/2016
Visa demonstrar, por meio de pesquisa qualitativa, como diretrizes baseadas na Medicina Veterinária do Coletivo podem tornar sustentáveis e promissoras as políticas voltadas ao bem-estar dos animais domésticos quando aplicadas em uma organização não governamental de proteção animal. As diretrizes foram introduzidas no Programa de Gestão 2015-2016 da ONG/OSCIP SOS Vida Animal, atuante na Cidade de Londrina há 26 anos. São mencionados o histórico da instituição, seus objetivos, ações e resultados anteriores. Constata que a falta de diretrizes científicas no planejamento da ONG de proteção animal e as ações assistencialistas geraram endividamento da organização, desperdício de recursos e resultados pouco efetivos à população de cães e gatos do município. As primeiras ações instituidas visando gerar qualidade de vida aos animais resgatados em anos anteriores pela ONG e conter o endividamento foi a interrupção de resgates e as adequações do abrigo existente, visando o bem-estar animal. Na sequência, os projetos controle de natalidade, campanha de vacinação e o projeto educacional foram desenvolvidos para atuar nas causas basais do problema que são as crias indesejadas, os maus tratos, a falta de prevenção de doenças zoonóticas e infecciosas dos cães e o consequente abandono. Medidas como o investimento dos valores arrecadados nos projetos de controle populacional e educacionais foram fundamentais para atuar na prevenção do abandono, maus tratos e acúmulo de animais, bem como nos problemas de saúde pública que os animais podem causar. Os projetos Feiras de Adoção e adoção por meio de rede social foram aprimorados para evitar a adoção sem o conhecimento de conceitos sobre guarda responsável e da importância da esterilização do animal adotado. No período estudado foram doados 827 animais, sendo 761 filhotes e 66 adultos. Foram realizadas ações, em conjunto com orgãos competentes, junto a acumuladores, com o objetivo de auxiliar a essas pessoas. Quanto às reivindicações para as políticas públicas foram apresentados projetos tanto à Prefeitura de Londrina quanto à Secretaria de Saúde do Município visando obtenção de recursos para efetivar e ampliar as ações. Todas as novas diretrizes aplicadas conduziram a resultados positivos e possibilitaram planejar e aprimorar ações para promover o bem-estar animal sem comprometer financeiramente a instituição e seus membros.