Resumo

Doenças do sistema respiratório ocupam o segundo lugar na restrição do desempenho em equinos e muitas vezes não apresentam sinais clínicos específicos ou apresentam sinais discretos que podem passar despercebidos. Este trabalho teve como objetivo a identificação da porcentagem de participação dos tipos celulares presentes na secreção traqueobronquial dos equinos da região metropolitana de Londrina e sua relação com características básicas de manejo dos animais. Foram avaliados 76 equinos de diversas raças através de preenchimento de uma ficha epidemiológica (contendo informações sobre: identificação, finalidade, alimentação e criação), realização de exame específico do sistema respiratório (percussão pulmonar) e exame endoscópico. A percussão pulmonar alterada foi adotada como critério de exclusão para análises estatísticas. A avaliação do escore de muco e do escore de espessamento de carina deu-se pela endoscopia. A secreção traqueobronquial foi colhida através do canal de trabalho do endoscópio, esse material foi processado laboratorialmente pela técnica “squash”, e a coloração utilizada foi Panótico Rápido. Os dados da ficha epidemiológica foram avaliados com frequência absoluta e relativa; A celularidade foi avaliada pela contagem diferencial e o perfil citológico foi estabelecido pela média aritmética e desvio padrão de cada tipo celular dos equinos avaliados sem alteração na percussão pulmonar e/ou relato de sinais clínicos; Dados comparativos da celularidade entre as categorias formadas pela avaliação da ficha epidemiológica foram avaliados pela Anova e teste de comparação de médias Tukey, com significância de 5%. Os resultados mostraram percussão pulmonar alterada em 9,20% (7/76) dos animais. Foi observado acúmulo de muco grau 0 em: nenhum (0/76) dos animais; Grau 1: 21,1% (16/76); Grau 2: 47,4% (36/76); Grau 3: 23,7% (18/76); Grau 4: 5,3% (4/76) e Grau 5: 2,6% (2/76). Foi observado espessamento de carina de grau 0 em 1,3% (1/76) dos animais; Grau 1: 41,3% (33/76); Grau 2: 34,2%(26/76) e Grau 3: 21,10% (16/76). Na citologia foi encontrada participação de 67,40% (±27,37) de células epiteliais; 27,06% (±23,47) de macrófagos; 6,73% (±14,78) de neutrófilos; 1,84% (±2,78) de linfócitos; 3,22% (±5,01) de eosinófilos; 0,5% (±0,24) de mastócitos, espirais de Curshmann foram observadas em quatro animais. Observou-se maior participação de macrófagos em animais direcionados a trabalhos pedagógicos e maior participação de neutrófilos em animais que recebiam alimentação concentrada de ração e aveia. Conclui-se que o perfil citológico da secreção traqueobronquial dos equinos da região metropolitana de Londrina é composto predominantemente por células epiteliais e macrófagos, o acúmulo de muco e espessamento de carina foram observados com frequência e as características de manejo parecem ter influência no perfil citológico identificado nos animais avaliados.