AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO DIÓXIDO DE CLORO: DESCONTAMINAÇÃO DA SUPERFÍCIE DE OVOS E EXPOSIÇÃO EM AMBIENTE DE INCUBATÓRIO
Dissertação de mestrado
Visualizar PDFResumo
A fumigação empregada em ovos férteis com vapores de paraformaldeído apresenta alta eficiência de descontaminação da superfície da casca dos ovos e baixo custo para a atividade. Todavia o paraformaldeído é irritante para o trato respiratório e apresenta expressiva atividade teratogênica e carcinogênica representando um risco para a saúde dos trabalhadores. Em decorrência disso, a busca por alternativas ao paraformaldeído é necessária e urgente. O objetivo do estudo foi avaliar a efetividade do dióxido de cloro em inibir microrganismos contaminantes da casca do ovo e avaliar as alterações histopatológicas nas traqueias dos pintainhos submetidos a exposição ao dióxido de cloro durante o processo de eclosão dentro do incubatório. Para tanto foi realizado experimento in vitropara a avaliação da descontaminação da superfície da casca foram utilizados 54 ovos comerciais de galinha (Gallus domesticus) distribuídos em três grupos: T1 = Ovos contaminados por Escherichia coli patogênica para aves - APEC - LMA046 (Controle Positivo); T2 = Ovos contaminados por APEC e descontaminados com dióxido de cloro (100ppm/m3) e T3 = Ovos contaminados por APEC e descontaminados com paraformaldeído (6g/m3), para cada grupo foram seis repetições, e cada repetição formada por três ovos, totalizando 18 ovos por tratamento. Os ovos foram expostos aos tratamentos por 30min. Na sequência realizou-se a recuperação bacteriana com diluição e plaquemento em ágar MacConkey suplementado com Ácido Nalidíxico e Rifampicina (100ug/mL). Foi realizado um Experimento in vivo com os tratamentos: T1 – Controle (pintainhos não expostos a nenhum descontaminante ambiental; T2 – Pintainhos expostos ao dióxido de cloro; T3 – Pintainhos expostos ao paraformaldeído, as aves foram expostas aos tratamentos por 72h e posteriormente seis aves por tratamento foram selecionadas ao acaso, eutanasiadas e coletados traqueia e pulmão, os órgãos foram fixados em formalina tamponada (10%) seguido de processamento histopatológico. O ensaio foi realizado em triplicata. Verificou-se que no tratamento controle (T1), a média de contaminação foi de 8,26 Log UFC/mL diferindo significativamente de T2 -dióxido de cloro e T3 - paraformaldeído com média de 0,90 e 0,74 Log UFC/mL, respectivamente. Não foi observada diferença significativa entre Dióxido de Cloro e paraformaldeído na descontaminação da superfície da casca dos ovos. Na avaliação histopatológica das traqueias de pintainhos submetidos ao tratamento com paraformaldeído(T3) foram encontradas descamação ciliar, infiltrado linfocítico, perda ciliar e de necrose já na avaliação dos pintainhos submetidos a fumigação com dióxido de cloro não foram observadas lesões. Conclui-se que o dióxido de cloro foi efetivo na descontaminação de cascas de ovos contaminados experimentalmente por APEC e não proporcionou lesões na traqueia das aves expostas ao produto indicando ser um candidato a substituir o paraformaldeído nas condições avaliadas.