A hidrotubação histeroscópica em equinos consiste na cateterização da papila da junção útero tubárica (JUT) através da endoscopia para lavagem retrógrada da tuba uterina. A técnica pode ser utilizada no diagnóstico e terapêutica das obstruções tubáricas por massas de colágeno em éguas, sendo indicada em casos de éguas que apresentam histórico de subfertilidade não diagnosticada pelos métodos de exame ginecológico convencionais. A obstrução tubárica é responsável pela falha na passagem do embrião até o útero, gerando atrasos ou falha na gestação da égua acometida e consequentes perdas econômicas. Em consideração à importância da patologia e dificuldade na execução de outras técnicas de desobstrução da tuba, o estudo teve como principais objetivos a padronização da técnica de hidrotubação retrógrada por histeroscopia de éguas em estação, a experimentação de um cateter endoscópico modificado com um fio guia para cateterização da papila da JUT e a avaliação do tempo médio para a realização do procedimento segundo o protocolo anestésico estabelecido e sua eficácia. O experimento foi realizado em duas etapas, A e B. Na etapa “A” foram utilizadas três éguas, sem raça definida, com idade entre 8 e 12 anos, clinicamente sadias e sem histórico de problemas reprodutivos. Cada uma foi submetida duas vezes a histeroscopia em intervalo de 30 dias. Os objetivos dessa fase foram o treinamento da técnica de hidrotubação e evolução da curva de aprendizagem, desenvolvimento do cateter modificado e definição do protocolo anestésico. Na etapa “B” foi executada a técnica padronizada na fase anterior junto ao modelo de cateter desenvolvido. Nessa etapa foram utilizadas seis éguas, com idade entre 7 e 18 anos, clinicamente sadias e sem histórico de problemas reprodutivos. Cada uma foi submetida duas vezes a histeroscopia em intervalo mínimo de 60 dias para hidrotubação unilateral, sendo que o primeiro procedimento teve o lado escolhido por sorteio e no seguinte foi utilizado o contralateral. Foram realizadas 12 histeroscopias, sendo que em 10 delas a hidrotubação unilateral foi realizada com êxito. O tempo máximo estabelecido para a conclusão do procedimento de acordo com o protocolo anestésico escolhido foi de 45 min. A média de tempo na execução foi de 27 min e 10 s. As análises estatísticas considerando as variáveis de fase de ciclo estral, lado do procedimento e tempo total de execução da técnica não mostraram diferenças significativas entre elas, utilizando-se o método de MannWhitney. A execução da técnica e os equipamentos utilizados foram eficazes para hidrotubação histeroscópica de éguas sadias.