PERFIL DO SISTEMA PECUÁRIO FAMILIAR EM REBANHOS BOVINOS DE IBIPORÃ
LORAINE INÊS FERNANDES SCHMITT , Profa. Dra. Priscilla Fajardo Valente Pereira
Data da defesa: 14/12/2021
O conhecimento do perfil produtivo auxilia na avaliação da propriedade de forma ampla contribuindo na tomada de medidas assertivas que impactarão para o desenvolvimento da pecuária local. O presente trabalho tem por objetivo conhecer o sistema produtivo do rebanho bovino de Ibiporã. Foi realizado o levantamento por meio de entrevistas com produtores rurais cadastrados no Sistema de Defesa Sanitária Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná em 61 propriedades de 18 regiões da zona rural de Ibiporã. Dos entrevistados, 49% (30/61) declararam a pecuária como principal atividade da propriedade. Em relação ao manejo geral, a maioria foi caracterizada como exploração do tipo misto (39%), em sistema extensivo (70%), com 36 cabeças em média por estabelecimento, rebanho sem identificação (90%), predomínio de animais mestiços (67%), sem divisão por categoria animal (69%) e praticamente todas (98%) possuem algum tipo de instalação. Quanto ao manejo nutricional, 98% fazem a suplementação mineral, em cocho coberto (67%) e 51% fornecem suplementação proteica ao rebanho. Observou-se que 79% buscam uma alternativa para o período seco, 25% adubam as pastagens e 67% rotacionam os piquetes. A respeito do manejo reprodutivo, há predomínio da monta natural (96%), 63% não apresentam piquete maternidade e 78% não fazem compra e venda de reprodutores. Sobre o manejo sanitário, 85% não possui assistência técnica constante, a maioria (98%) vacina o rebanho e faz os controles de verminoses (92%) e ectoparasitas (95%). Apenas 5% testam os animais para brucelose e tuberculose regularmente. A maioria (87%) afirma que não ocorreu abortamento nos doze meses anteriores ao levantamento. Sobre as doenças prevalentes, 60% responderam que não apresenta problema com nenhuma enfermidade, a maioria citou situações pontuais, como o acidente ofídico (18%). Todos buscam tratamento para os animais doentes. Na rotina da propriedade, os medicamentos mais utilizados são os antiparasitários (85%). As práticas veterinárias mais realizadas foram a castração e a mochação, 58% e 55%, respectivamente. A maioria (89%) cura o umbigo dos bezerros neonatos. Nenhuma propriedade possui banco de colostro. A limpeza das instalações é realizada em 73% das propriedades. Somente 28% dos produtores fazem a quarentena dos animais recém adquiridos. Sobre o destino das carcaças, a maioria (61%) das propriedades enterram. Sobre o manejo da ordenha, no geral é realizada uma vez ao dia (90%), tipo manual (90%), média de 6 vacas em lactação por estabelecimento, volume médio de 7 litros de leite/dia/animal, não realizam pré-dipping e pós-dipping (72%) e os testes para diagnóstico de mastite (76%). O leite é resfriado em 55% dos estabelecimentos e destinado ao consumo próprio predominantemente (41%). Juntamente com a realização das entrevistas, foi produzido um folder com o título “Conheça as principais vias de administração de medicamentos em grandes animais” voltado para os pequenos produtores do município de Ibiporã e região. Conclui-se, de forma geral, que o município de Ibiporã apresenta uma pecuária de subsistência. O conhecimento do status sanitário dos rebanhos e a identificação dos principais pontos de falha no manejo podem gerar uma mudança nas propriedades com a adoção de medidas específicas para o local.