SAÚDE MENTAL: ESGOTAMENTO PROFISSIONAL AMEAÇANDO O BEM-ESTAR DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DE LONDRINA, PARANÁ
ANGÉLICA RODRIGUES DE AMORIM , Prof.ª Dr.ª Suellen Túlio Córdova Gobetti
Data da defesa: 28/01/2022
No ano de 2018 foi publicado pelo Estudo de Bem-Estar Veterinário (Merck Animal Health Veterinary Wellbeing Study), conduzido pelo laboratório MSD, em parceria com a American Veterinary Medical Association (AVMA), que 30% dos médicos veterinários passam por um quadro de depressão após a conclusão da graduação e 17% têm tendências suicidas. Com isso, observa-se a necessidade de cautela sobre as condições da saúde mental destes profissionais e por isso, objetiva-se com este trabalho, a elaboração de uma cartilha de orientação em saúde mental para médicos veterinários da cidade Londrina - Paraná. A pesquisa visou detectar como está a saúde mental do profissional médico veterinário, se há esgotamento mental ou alguma das síndromes como Burnout e fadiga da compaixão. A pesquisa é focada na detecção de fatores que levam o profissional médico veterinário ao esgotamento mental e consequentemente o surgimento de problemas relacionados ao estresse, como a síndrome de Burnout e a fadiga por compaixão. A pesquisa foi realizada por meio de questionário via Google Forms, contendo 60 perguntas e enviadas à médicos veterinários que estão com CRMV ativo e atuantes no mercado de trabalho da cidade de Londrina – PR, responderam a esse questionário o total de 46 profissionais. Foi encontrado como resultado um predomínio de mulheres, solteiras e sem filhos, que não praticam atividade física. Maioria com menos de cinco anos de formação, atuantes em clínica médica de pequenos animais, atuando também em plantões noturnos e quase 70% conhecem um profissional que cometeu suicídio.
MEDICINA VETERINÁRIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS: DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PARA A GASTROENTERITE CANINA NO ATENDIMENTO VETERINÁRIO EM DOMICÍLIO
VANESSA YOSHIDA OKAMURA , Profa. Dra. Mirian Siliane Batista de Souza
Data da defesa: 18/05/2021
O Médico Veterinário que atua em atendimento clínico em domicílio encontra escassa literatura de apoio à sua atuação profissional cotidiana, sendo inexistentes Diretrizes Terapêuticas específicas para nortear o atendimento das doenças prevalentes de seus pacientes. Ante os desafios para a consolidação deste campo de atuação médico veterinário o profissional que atende em domicílio necessita de Diretrizes Terapêuticas específicas às doenças prevalentes em sua rotina de trabalho. Objetivo - Este estudo pioneiro tem por objetivo propor um manual de diretrizes terapêuticas baseadas em evidências para a doença prevalente no atendimento veterinário em domicílio de cães nos municípios paranaenses de Londrina, Cambé e Ibiporã. Métodos - Medicina Veterinária Baseada em Evidência. Foram analisados os prontuários de 272 casos de atendimento em domicílio de caninos realizados entre agosto de 2019 e julho de 2020 e 179 artigos, dos quais 11 artigos foram selecionados para análise em profundidade com a abordagem SIGN50 da Scottish Intercollegiate Guidelines Network. Resultados - A doença prevalente identificada foi a gastroenterite com 9,8% de prevalência. Identificou-se as 4 principais intervenções clínicas à Gastroenterite canina, sintetizou-se 16 evidências científicas, foram produzidas 12 recomendações clínicas, dentre estas 5 recomendações clínicas principais. Produziu-se 1 Manual de Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento de Gastroenterite Canina no Atendimento Clínico em domicílio. Conclusões - Produziuse o primeiro manual do mundo de Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento de Gastroenterite Canina no Atendimento Clínico em Domicílio utilizando-se os princípios da Medicina Veterinária Baseada em Evidências e a abordagem de desenvolvimento de Diretrizes Terapêuticas SIGN50.
MÉDICO VETERINÁRIO: SÍNDROME DE BURNOUT E INGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL
PÂMELA CRISTINA DOS SANTOS SAKATA , Profa. Dra. Carmen Esther Santos Grumadas
Data da defesa: 26/03/2018
A profissão de médico veterinário tem o dever de prevenir e curar doenças nos animais, mas sempre tendo como objetivo o serviço à humanidade e ao meio ambiente. Esta dissertação, por meio de dois produtos, um artigo e uma matéria técnica, se volta para a preocupação com a saúde do trabalhador em Medicina Veterinária e seu ingresso na carreira autônoma. Objetivou-se avaliar a síndrome de Burnout e seus preditores entre os residentes de Medicina Veterinária de uma universidade do norte do Paraná, por meio de um estudo transversal analíticodescritivo realizado com 66 participantes. Os instrumentos de pesquisa foram um questionário semiestruturado para a caracterização sociodemográfica e algumas questões sobre satisfação no trabalho e estresse moral, e o Maslach Burnout Inventory™ – Human Services Survey para avaliar a síndrome de Burnout. A coleta de dados foi realizada pessoalmente, pela mestranda e uma psicóloga autônoma, durante o horário destinado às atividades teóricas da residência. Após a coleta, os dados foram analisados no Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0, por estatística descritiva, inferencial e multivariada. Para todas as análises, considerou-se estatisticamente significativo p<0,05. A amostra compôs-se de residentes do primeiro e segundo ano na mesma proporção, 60,6% eram da especialidade clínica e 39,4% da preventiva, sendo que 56,1% estava formado a mais de um ano. A maioria pertencia ao sexo feminino (68,2%), estado civil solteiro (97%), sem filhos (98,5%) e não moravam sozinhos (65,2%), com idade média de 25,4 anos. Observou-se que 65,2% não praticavam atividades físicas, 65,2% trabalhavam até 60h por semana e 92,4% dispunham de pelo menos um dia de descanso ou lazer por semana. Identificou-se que os residentes da clínica apresentaram escores maiores de exaustão emocional, despersonalização e realização profissional comparados com os da preventiva. Sobre os perfis latentes de Burnout, 27,3% eram engajados, 13,6% esgotados, 16,7% desengajados, 10,6% ineficazes e 24,2% apresentaram síndrome de Burnout, sendo que 7,6% não se classificaram nos perfis existentes por apresentarem o aumento concomitante da exaustão emocional e despersonalização. Houve indicativo do desenvolvimento da síndrome de Burnout na população pesquisada, assemelhando-se aos valores obtidos em estudos realizados nos programas de residência de outros profissionais da saúde. Constatou-se que as variáveis “satisfação em lidar com o paciente” e “atuação em desacordo com os princípios” predominaram nos modelos preditores das dimensões da síndrome de Burnout. Concluiu-se que houve indicativo para a síndrome de Burnout e insatisfação em lidar com o paciente e a atuação em desacordo com os princípios foram os principais fatores predisponentes. Com a matéria técnica, foram apresentadas orientações ao médico veterinário autônomo para que o ingresso no mercado de trabalho seja formal, permitindo-lhe usufruir de seus direitos, por meio do preenchimento de alguns requisitos. Primeiramente devese obter o número de inscrição e o pagamento da anuidade no Conselho Regional de Medicina Veterinária. Em seguida, inscrever-se no Cadastro de Contribuintes Mobiliários na prefeitura de sua cidade, obtendo-se assim o Alvará de Licença de Localização e Funcionamento, devendo ser recolhido à prefeitura o Imposto Sobre Serviços. Depois, deve-se cadastrar como contribuinte individual no Instituto Nacional de Seguro Social, sendo a alíquota de 20% sobre os rendimentos. O contribuinte individual que deixa de pagar as contribuições mensais pode perder a qualidade de segurado e o direito de requerer para si os benefícios previdenciários, como a aposentadoria. Por fim, existe a obrigação com a Receita Federal Brasileira com o pagamento do Imposto de Renda, apurado com base nas informações de receita, deduzidos a contribuição para o Instituto Nacional de Seguro Social, o valor por dependente e as despesas decorrentes da atividade apuradas em um livro caixa. Ressalta-se a importância de consultar um contador e advogado sobre o assunto.