EVIDÊNCIA SOROLÓGICA DE EHRLICHIA CANIS E COINFECÇÃO POR RETROVÍRUS EM GATOS DOMÉSTICOS ATENDIDOS EM HOSPITAL VETERINÁRIO NO BRASIL
MARIA GABRIELA MARTINS DA SILVA SOLIS , Prof. Dr. Marcelo de Souza Zanutto
Data da defesa: 14/08/2020
A erliquiose é uma doença infecciosa transmitida por carrapatos, causada por bactérias da família Anaplasmataceae que podem infectar todos os mamíferos. No Brasil, a erliquiose canina causada pela Ehrlichia canis, sendo considerada endêmica em algumas regiões, já nos gatos essa informação é pouco conhecida pois faltam pesquisas, padronização de testes diagnósticos e conscientização dos médicos veterinários sobre a importância da doença nesta espécie. Esse trabalho tem como objetivo avaliar a presença de anticorpos anti-Ehrlichia canis, pela técnica de imunofluorescência indireta, no plasma de gatos atendidos em Hospital Veterinário na região norte do Paraná, no ano de 2014, correlacionando a titulação sorológica com a presença de infecção por retrovírus e outros fatores de risco como idade, raça e sexo destes animais. Foram realizados dois produtos finais, separados por capítulos, ao Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Clínicas Veterinárias. O primeiro capítulo consiste em uma revisão de literatura intitulado “Erliquiose felinarevisão de literatura”, a qual foi construída nas normas da revista Clínica Veterinária. Já o segundo capítulo compreende a descrição desse trabalho de pesquisa e foi confeccionado segundo as normas da revista “Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia”, intitulado “Evidência sorológica de Ehrlichia canis e coinfecção por retrovírus em gatos domésticos atendidos em hospital veterinário no Brasil”. Das 767 amostras, verificou-se seropositividade em 88 (11,47%) animais, com isso esse estudo sugeriu a circulação do agente E. canis em gatos domésticos residentes no Norte do Paraná, contudo este resultado reforça a necessidade de pesquisas aprofundadas na área com o objetivo de elucidar a patogênese da doença, o papel do gato no ciclo do parasito, a padronização de testes diagnósticos e a conscientização dos profissionais veterinários para a existência da doença na espécie felina, visto que a erliquiose apresenta importância zoonótica.
EFEITOS DA ISOFLAVONA SOBRE A INGESTÃO CALÓRICA, SACIEDADE E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM GATOS CASTRADOS
ANA LÚCIA YOSHIDA DA SILVA YAMADA , Profa. Dra. Nilva Maria Freres Mascarenhas , Prof. Dr. Ricardo Souza Vasconcellos
Data da defesa: 23/01/2019
Atualmente o sobrepeso ou a obesidade atingem aproximadamente metade da população de gatos. Dentre os fatores que favorecem o ganho de peso, a castração é um deles, pois reduz as necessidades energéticas dos animais sem a concomitante redução na ingestão voluntária de alimentos. Estudos têm sido realizados a fim de identificar nutrientes que possam interferir na saciedade ou no metabolismo do animal, auxiliando na manutenção ou na perda de peso. A isoflavona é um fitoestrógeno com estrutura química semelhante ao estrogênio endógeno que tem ação na redução do tecido adiposo, na ingestão de alimentos e aumento na massa magra corporal. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi determinar os efeitos da inclusão de isoflavona na dieta de gatos castrados no controle da ingestão calórica, nas concentrações sanguíneas de substâncias, com ação hormonal, relacionadas à saciedade e na composição corporal. Dezesseis gatos adultos castrados foram divididos em dois grupos, denominados Controle (n=8) e Isoflavona (n=8), os quais foram alimentados respectivamente com ração para gatos castrados ou a mesma ração com a adição de 1% de isoflavona por um período de 99 dias. Durante todo o período experimental os gatos foram pesados e a quantidade de ração calculada para que não houvesse alteração no peso. O consumo energético foi monitorado diariamente. Em dois momentos ao longo do experimento (dias 19 e 44) todos os animais foram desafiados com um alimento altamente palatável 4 horas após a ingestão do respectivo tratamento, visando mensurar o efeito da dieta experimental sobre a saciedade. Tomografia computadorizada foi utilizada na mensuração da composição corporal dos animais no início e término do estudo. Para isto foram determinadas as porcentagens de gordura total, gordura intra-abdominal e subcutânea em cortes realizados em região de segunda vértebra lombar. No último dia do experimento coletaram-se amostras de sangue para dosagens de insulina, grelina, leptina, peptídeo YY e GLP-1 nos momentos basal e após 1, 2, 4 e 6 horas após a ingestão das dietas experimentais. Para todas as variáveis estudadas determinaram-se os efeitos de tratamento e período, em um esquema de parcelas subdivididas, considerando-se 5% de probabilidade. O peso dos animais foi mantido ao longo do estudo (p=0.967). O consumo calórico foi semelhante entre os grupos ao longo do estudo (p=0.187), sem efeito verificado para o consumo de isoflavona, a qual também não afetou o consumo de alimento durante o desafio de saciedade nos dias 19 (p=0.5345) e 44 (p=0.2146). Da mesma forma, a composição corporal não foi modificada pelo consumo de isoflavona (P>0,05). Conclui-se que na concentração de 1% da dieta a isoflavona não modifica a ingestão calórica, indicadores séricos de saciedade e composição corporal em gatos castrados.
FATORES DE RISCO PARA AUMENTO DE LIPASE PANCREÁTICA FELINA ESPECÍFICA EM GATOS
MARCELO SOARES , Prof. Dr. Marcelo de Souza Zanutto
Data da defesa: 27/03/2018
Foram apresentados três produtos finais, separados por capítulos, ao programa de PósGraduação Mestrado Profissional em Clínicas Veterinárias. O primeiro produto foi um artigo de revisão bibliográfica sobre Pancreatite Felina que aborda as principais peculiaridades que essa afecção apresenta em gatos. O segundo é um artigo, formatado nas normas da revista ‘’Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (ABMVZ)’’ com o seguinte título Fatores de Risco para o Aumento da Lipase Pancreática Felina Específica em Gatos. A pancreatite é uma doença inflamatória do pâncreas exócrino. Seu curso clínico em felinos, por vezes, é bastante inespecífico e os sinais clínicos são semelhantes à de muitas outras doenças. Seu diagnóstico é um desafio para o clínico, porém, com a avaliação da concentração sérica de uma enzima pancreática chamada lipase pancreática felina, sabe-se que, associado com demais achados, a possibilidade de diagnóstico precoce é possível. O trabalho tem como objetivo determinar a prevalência da concentração sérica anormal alta de lipase pancreática felina específica, assim como seus fatores de risco para a doença em gatos atendidos pelo Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina, no estado do Paraná. Foi realizado um estudo retrospectivo com plasma congelado de gatos atendidos no HV-UEL no período de janeiro a setembro de 2014, as amostras foram submetidas ao Snap test Lipase Pancreática Felina da IDEXX Laboratories®, que consiste em um teste semiquantitativo onde a concentração sérica de lipase é definida por intensidade de coloração entre o ponto controle e o ponto da amostra. Após isso foi realizado análise dos prontuários, coletando dados da resenha e do diagnóstico clínico dos pacientes. Dos 467 animais atendidos nesse período, 141 apresentaram nível aumentado de lipase, com prevalência correspondente de 30,2%. Foram analisados os fatores predisponentes para o aumento da concentração dalipase por regressão logística e os que apresentaram significância foram animais infectados com FIV, obesos, oriundos de trauma e animais entre quatro a oito anos. Das faixas etárias estabelecidas, animais com idade entre quatro a oito anos apresentaram importância estatística (p valor < 0,001) e sua razão de chance foi 3,04. Em estudos anteriores, a faixa etária não era um fator predisponente para pancreatite, conforme foi encontrado na presente população. O trauma apresentou p valor de 0,040 e razão de chance de 1,47, essa significância é relatada na literatura, porém, o trauma da população estudada apresenta características diferentes, pois em sua maioria eram animais atropelados. A infecção pelo FIV é importante na medicina felina, sua ocorrência foi significativa com p valor de 0,004 e razão de chance 3,61. O FIV tem característica de causar uma doença crônica, assim como a pancreatite, elas podem ocorrer no mesmo paciente sem ter correlação ou então a imunossupressão que o FIV causa pode predispor a translocação bacteriana e ascensão de bactérias para o pâncreas. A obesidade foi relevante na população estudada, tendo um p valor de 0,015 e razão de chance 2,32. A obesidade pode predispor o animal à oxidação de proteínas, peroxidação lipídica e ao aumento de citocinas inflamatórias levando a um quadro característico de doença inflamatória crônica e generalizada, predispondo o animal à pancreatite.O terceiro produto é um relato de caso de Quilotorax idiopático canino, formatado nas normas da revista Ciência Rural.
Estudo clínico, patológico, epidemiológico e de sobrevida dos tumores mamários em gatas atendidas no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina
Mayara Camuri Teixeira Lopes , Profa. Dra Giovana Wingeter Di Santis
Data da defesa: 15/08/2017
Os tumores mamários em felinos compreendem cerca de 39 a 85 % das neoplasias nesta espécie. As neoplasias mamárias ocorrem geralmente em gatas idosas, não castradas e estão associados ao uso de progestágenos sintéticos. A maioria dos tumores mamários são malignos, invasivos e agressivos. Apresentam prognóstico desfavorável e grande capacidade de ocorrer recidiva local e metástase a distância. Objetivou-se, com este trabalho, caracterizar, sob ponto de vista epidemiológico, clínico e histopatológico as neoplasias mamárias de ocorrência espontânea em gatas (Felis catus). Foram revisados os arquivos do Laboratório de Patologia Animal da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Cinquenta e um exames histopatológicos relacionados aos tumores mamários de gatas, proveniente do tratamento cirúrgico, foram analisados, no período de tempo compreendido entre 2005 e 2016. As lâminas foram lidas novamente e colocados na mesma classificação histológica. A média da idade das gatas com tumores mamários foi de a 9,7 anos e a maior frequência eram animais sem raça definida 72,5% (37/51), seguido da raça Siamês 23,5% (12/51) e Persa 4% (2/51). Os carcinomas mamários corresponderam 74%, (38/51), lesões não neoplásicas representaram 19,6% (10/51) e os tumores benignos com 5,8% (3/51). As lesões benignas foram classificadas em 100% como papilomas ductais, as lesões não neoplásicas compreenderam os fibroadenomatose com 70% (7/10), hiperplasia lobular, ductal e cisto cada um com 10% (1/10). Dentre as neoplasias malignas foram observados carcinomas cribiformes 40% (15/38), túbulos papilares 30% (12/38), carcinomas in situ 13,8% (4/38), carcinomas tubulares 7,8% (3/38), carcinomas sólidos 5,2% (2/38), carcinoma em tumor misto e carcinossarcoma com 2,6% (1/38). As metástases distantes foram encontradas principalmente nos pulmões. A maioria das neoplasias das glândulas mamárias em gatas apresentaram características malignas, evidenciando um mau prognóstico e menor tempo de sobrevida.