Teses e Dissertações
Palavra-chave: eCG
AVALIAÇÃO DA hCG COMO SUPORTE GONADOTRÓFICO EM PROTOCOLOS DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM TEMPO FIXO EM GADO DE CORTE
EDUARDO ANTÔNIO DE ALMEIDA ROSSIGNOLO , Prof. Dr. Fábio Morotti
Data da defesa: 25/09/2023
Este estudo comparou o desempenho reprodutivo de receptoras de embriões tratadas com um protocolo de transferência de embriões em tempo fixo (TETF) usando gonadotrofina coriônica humana (hCG) ou gonadotrofina coriônica equina (eCG). Em um dia aleatório do ciclo estral (Dia -10) receptoras da raça Bos taurus indicus (n = 341; 194 vacas nulíparas e 147 multíparas) com escore de condição corporal entre 3,0 e 4,0, foram submetidas ao protocolo TETF que consiste em uma injeção intramuscular i.m. de 2,0 mg de benzoato de estradiol (BE) e inserção
de dispositivo intravaginal de progesterona (P4) que permaneceu até o dia -2,5. No mesmo dia (-2,5), os animais receberam uma injeção i.m. de 150 mg de D-cloprostenol e 1 mg de cipionato de estradiol e foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o grupo eCG (n = 179), no qual as fêmeas receberam injeção i.m. 300 UI de eCG e o grupo hCG (n = 162), no qual as fêmeas receberam 150 UI de hCG. Em seguida, no D0 os animais foram avaliados quanto a intensidade do estro, diâmetro folicular (DF) por ultrassonografia modo B e no D7 foi avaliado a qualidade do corpo lúteo (CL) por ultrassonografia (modo B e doppler colorido) para selecionar as receptoras elegíveis a receber a transferência de um embrião produzidos in vitro. O diagnóstico de gestação foi avaliado 23 dias após a transferência. Os dados contínuos foram analisados por ANOVA usando um modelo de efeitos mistos e o teste de Tukey. As taxas foram analisadas por meio de um modelo de regressão logística. O DF no D0 do protocolo TETF foi influenciado pela interação entre o tratamento gonadotrófico e categoria (P = 0,01), sendo que as receptoras nulíparas tratadas com hCG apresentaram o menor diâmetro. O tratamento com hCG e eCG resultou em alta taxa de expressão de estro, no entanto, a proporção de fêmeas com estro de alta intensidade foi maior no grupo hCG (79,84 vs. 68,61%, respectivamente; P = 0,03). A taxa de utilização (receptoras com CL) apresentou tendência (P = 0,06) a ser influenciada pela interação entre o tratamento gonadotrófico e categoria, sendo que as receptoras nulíparas tratadas com hCG apresentaram taxa de utilização inferior aos demais grupos. O diâmetro, perímetro e área do CL foram semelhantes (P > 0,1) em todos os grupos. No entanto, o grupo hCG resultou em CL com melhor escore de vascularização (P = 0,04), maior fluxo sanguíneo central (P = 0,03) e tendência a maior fluxo sanguíneo periférico (P = 0,08). As taxas de concepção (32,00% hCG vs. 35,10% eCG; P = 0,46) e prenhez (24,69% hCG vs. 29,61% eCG; P = 0,20) foram semelhantes entre os grupos hCG e eCG. No entanto, uma interação entre o tratamento gonadotrópico e a categoria revelou menor concepção (P = 0,01) e taxas de prenhez (P = 0,001) em receptoras nulíparas tratadas com hCG. O tratamento com hCG resultou em maior intensidade de expressão de estro e CL com maior escore de vascularização, o que determinou taxas de utilização, concepção e prenhez semelhantes aos protocolos convencionais com eCG. No entanto, receptoras nulíparas tratadas com hCG exibiram uma taxa reprodutiva geral mais baixa.