EFEITO DE DIFERENTES DOSES DE FSH (PLUSET®) NO PROTOCOLO DE SUPEROVULAÇÃO OVARIANA DE VACAS NELORE COM ALTA E BAIXA CONTAGEM DE FOLÍCULOS ANTRAIS
JOÃO PAULO MENDES LOLLATO, Prof. Dr. Fábio Morotti
Data da defesa: 09/08/2021
A Superovulação Ovariana (SOV) contribui para o melhoramento genético bovino otimizando o potencial reprodutivo da fêmea doadora. A biotécnica possibilita, através do uso do hormônio folículo estimulante (FSH), a ocorrência de múltiplas ovulações em uma fêmea fisiologicamente monovulatória, sendo a base para a produção in vivo de embriões. Pesquisas com doadoras Nelore utilizaram dose de FSH variando entre 250 e 500 UI (Unidades Internacionais). Uma característica que influencia o desempenho reprodutivo da fêmea bovina é a contagem de folículos antrais (CFA), que é altamente variável entre animais, porém com alta repetibilidade no indivíduo. Este estudo teve como objetivo avaliar a produção de embriões em doadoras Bos taurus indicus com alta e baixa CFA, submetidas a SOV usando diferentes doses de FSH. As doadoras (n = 16) foram pré-sincronizadas com protocolo baseado em estrógeno (E2) e progesterona (P4) 30 dias (D-30) antes da SOV. Após a avaliação de CFA (D-26), doadoras com baixa (n = 8; ≤ 15 folículos; média = 10 ± 0,91 folículo) e alta CFA (n = 8; ≥ 25 folículos; média = 36 ± 6,05 folículos) receberam o primeiro programa de SOV utilizando a dose de 150 UI de FSH (Baixa). Após 45 dias, foram submetidas a um segundo programa utilizando a dose de 300 UI de FSH (Alta). A estimulação ovariana foi realizada utilizando protocolo convencional em tempo fixo de superovulação com doses decrescentes de FSH aplicadas com 12 horas de intervalo e a lavagem uterina foi realizada 7 dias após a indução de ovulação. Os dados foram analisados com ANOVA e teste Tukey utilizando o modelo misto ajustado (P ≤ 0,05). O efeito CFA foi observado apenas no número de corpos lúteos (CLs) (10,7 ±1,6 e 19,2 ±3,1, P < 0,01) em doadoras com baixa CFA e alta CFA, respectivamente. Os resultados para dose de FSH (P < 0,05) foram observados no número de CLs (9,4 ± 2.3 e 20,5 ± 2,4), total de estruturas por colheita, 6,2 ± 1,7 e 12,2 ± 1,9 e número de embriões congeláveis, 3,0 ± 0,9 e 7,8 ± 1,3 considerando as doses 150 UI e 300 UI respectivamente. Uma interação significativa (P < 0,05) foi observada entre CFA e dose de FSH, mostrando que doadoras com alta CFA tratadas com dose alta de FSH apresentam média maior no número de CLs (P = 0,001), total de estruturas (P = 0,02), embriões viáveis (P = 0,03) e embriões congeláveis (P 0,01). A produção de embriões não foi influenciada pela CFA, mas sim pela dose de FSH. Além disso, a interação significativa entre CFA e dose de FSH revelou que doadoras de alta CFA superovulada com a maior dose de FSH apresentam melhor performance em termos de produção de embriões.
RELAÇÃO DA CONTAGEM DE FOLÍCULOS ANTRAIS COM ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL, PESO VIVO E REATIVIDADE ANIMAL SOBRE A TAXA DE CONCEPÇÃO EM VACAS DA RAÇA BRAHMAN SUBMETIDAS À IATF
MARIA EDUARDA SCHEEL BOMTEMPO , Prof. Dr. Fábio Morotti
Data da defesa: 12/04/2019
Com o objetivo de avaliar se a contagem de folículos antrais (CFA), o escore de condição corporal (ECC), o peso vivo e o escore de comportamento no tronco exercem influência sobre a taxa de concepção em vacas submetidas ao protocolo de inseminação artificial em tempofixo (IATF), foram avaliadas 122 fêmeas da raça Brahman (Bos taurus indicus), com ECC variando de 2,5 a 3,5 (escala de 1-5) e peso entre 300 a 560 kg. Em um dia aleatório do ciclo estral (D0), as vacas receberam um dispositivo intravaginal contendo 1,2 g de progesterona (P4) e aplicação de 2,0 mg de benzoato de estradiol (BE) por via intramuscular (IM). Após 8 dias (D8), o dispositivo foi removido e administrou-se 500 μg de cloprostenol sódico (PGF2α), 300 UI de gonadotrofina coriônica equina (eCG) e 1,0 mg de cipionato de estradiol (CE) por via IM. Neste mesmo dia, realizou-se a marcação da base da cauda para avaliar a demonstração de estro e 48 horas depois procedeu-se a IATF. O ECC e o escore de comportamento foram avaliados em todos os dias do protocolo de IATF. O peso foi mensurado no D0 e no diagnóstico de gestação (D40). A CFA (folículos ≥ 3 mm) de cada fêmea foi determinada no D0. Para análise, estabeleceu-se os grupos de CFA (baixa ≤ 15 folículos, intermediária ≥ 16 e ≤ 29 folículos e alta contagem ≥ 30 folículos), da classificação do comportamento (calma, média de escore = 1,0; inquieta, média de escore > 1,0 e ≤ 2,0; e agitada, média de escore ≥ 2,1) de variação do peso (ganhando, variação positiva de +10 a +40 kg; mantendo, variação de -9 a +9 kg; e perdendo, variação negativa de -10 a -40 kg) e variação do ECC (ganhando, variação positiva de +0,25 a +0,75 pontos; mantendo, variação de -0,25 a +0,25 pontos; e perdendo, variação negativa de -0,25 a -0,75 pontos). Taxas de concepção foram analisadas pelo modelo de regressão logística binária. A taxa de concepção geral do estudo foi de 50% (61/122), e não sofreu influência (p > 0,05) dos grupos de CFA, classificação de reatividade, variações de peso e ECC. Animais de baixa, intermediária e alta CFA apresentaram taxas de concepção de 52,6, 50,9 e 45,4%, respectivamente. No entanto, a baixa CFA apresentou maior (p = 0,050) proporção de animais com alta intensidade de manifestação de estro (94,7%) no momento da IATF. Vacas classificadas como calmas, inquietas e agitadas apresentaram taxas de concepção de 43,0, 54,7 e 47,1%, respectivamente. Animais que ganharam, mantiveram e perderam peso tiveram taxas de concepção de 43,0, 54,7 e 47,1%, respectivamente. Já aquelas consideradas como ganhando, mantendo e perdendo ECC apresentaram taxas de concepção de 44,0, 54,3 e 37,5%, respectivamente. Nas condições do presente estudo, conclui-se que a taxa de concepção de vacas da raça Brahman (Bos taurus indicus) submetidas à IATF não sofrem influência da contagem de folículos antrais, da classificação de reatividade e nem das variações de peso e ECC. No entanto, a baixa CFA resultou em maior proporção de fêmeas bovinas da raça Brahman com manifestação de estro de alta intensidade.