AVALIAÇÃO DO ESTRESSE OXIDATIVO SÉRICO E TECIDUAL EM CADELAS COM NEOPLASIA MAMÁRIA
VINICIUS AQUILES GOMES ZAMBONI , Profa. Dra. Giovana Wingeter Di Santis
Data da defesa: 23/02/2022
As neoplasias mamárias são os tumores mais frequentes que acometem as cadelas. São enfermidades complexas que envolvem diversas alterações genéticas e bioquímicas, sistêmicas e no microambiente tumoral, e estresse oxidativo. As espécies reativas de oxigênio podem promover danos às macromoléculas celulares críticas, incluindo DNA, lipídios e proteínas, participando da oncogênese e da diferenciação celular. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estresse oxidativo, sistêmico e tecidual, em cadelas com neoplasia mamária. Foram incluídas 26 cadelas portadoras de tumor de mama e oito saudáveis (grupo controle). Todas as amostras de tecido mamário foram submetidas ao exame histopatológico. Dessas, foram utilizadas amostras teciduais de 22 neoplasias malignas e sete neoplasias benignas, além de 26 amostras de glândulas mamárias não neoplásicas e saudáveis, de pacientes com neoplasia mamária, e oito amostras de tecido mamário saudável, do grupo controle. Para avaliação do estresse oxidativo, foi determinado do soro e do homogeneizado de tecido mamário, a capacidade antioxidante total (CAT), pela redução do cátion ABTS sozinho (CAT-ABTS) ou associado à peroxidase (CATABTS+HRP), redução cúprica (CAT-CUPRAC) e redução férrica (CAT-FRAP), e pela capacidade oxidante total (COT) e peroxidação lipídica (TBARS), e o antioxidante ácido úrico. Para verificar as diferenças nas dosagens séricas entre os grupos controle e neoplasia maligna, foi utilizado teste de t não pareado ou Mann-Whitney, quando p<0,05. Para verificar as diferenças nas dosagens teciduais entre todos os grupos, foi utilizado o teste ANOVA e pós-teste de Tukey ou Kruskall-Walis com pós-teste de Dunn quando, p<0,05. No presente estudo, os animais com neoplasias mamárias malignas apresentam estresse oxidativo sérico e tecidual. No âmbito sistêmico houve redução da CAT, e aumento de oxidantes associado à peroxidação lipídica. Enquanto no tecido mamário neoplásico e normal, dos animais portadores de tumores mamários, houve aumento de antioxidantes e redução dos oxidantes, sem diferença na peroxidação lipídica.
MEDICINA VETERINÁRIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS: DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PARA A GASTROENTERITE CANINA NO ATENDIMENTO VETERINÁRIO EM DOMICÍLIO
VANESSA YOSHIDA OKAMURA , Profa. Dra. Mirian Siliane Batista de Souza
Data da defesa: 18/05/2021
O Médico Veterinário que atua em atendimento clínico em domicílio encontra escassa literatura de apoio à sua atuação profissional cotidiana, sendo inexistentes Diretrizes Terapêuticas específicas para nortear o atendimento das doenças prevalentes de seus pacientes. Ante os desafios para a consolidação deste campo de atuação médico veterinário o profissional que atende em domicílio necessita de Diretrizes Terapêuticas específicas às doenças prevalentes em sua rotina de trabalho. Objetivo - Este estudo pioneiro tem por objetivo propor um manual de diretrizes terapêuticas baseadas em evidências para a doença prevalente no atendimento veterinário em domicílio de cães nos municípios paranaenses de Londrina, Cambé e Ibiporã. Métodos - Medicina Veterinária Baseada em Evidência. Foram analisados os prontuários de 272 casos de atendimento em domicílio de caninos realizados entre agosto de 2019 e julho de 2020 e 179 artigos, dos quais 11 artigos foram selecionados para análise em profundidade com a abordagem SIGN50 da Scottish Intercollegiate Guidelines Network. Resultados - A doença prevalente identificada foi a gastroenterite com 9,8% de prevalência. Identificou-se as 4 principais intervenções clínicas à Gastroenterite canina, sintetizou-se 16 evidências científicas, foram produzidas 12 recomendações clínicas, dentre estas 5 recomendações clínicas principais. Produziu-se 1 Manual de Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento de Gastroenterite Canina no Atendimento Clínico em domicílio. Conclusões - Produziuse o primeiro manual do mundo de Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento de Gastroenterite Canina no Atendimento Clínico em Domicílio utilizando-se os princípios da Medicina Veterinária Baseada em Evidências e a abordagem de desenvolvimento de Diretrizes Terapêuticas SIGN50.
HIPOADRENOCORTICISMO CANINO: ESTUDO RETROSPECTIVO DE 32 CASOS NO PERÍODO DE 2011 A 2018
CÍNTHIA PERES CAMILO , Prof. Dr. Mauro José Lahm Cardoso
Data da defesa: 10/07/2019
O hipoadrenocorticismo primário é caracterizado pela secreção hormonal adrenocortical insuficiente de glicocorticoides e mineralocorticoides, e pode causar sinais inespecíficos e alterações laboratoriais como hiponatremia e hipercalemia, resultando em uma baixa relação entre esses dois eletrólitos. Trata-se de uma doença rara, porém subdiagnosticada. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo retrospectivo, com dados obtidos dos prontuários de 32 cães com diagnóstico comprovado de hipoadrenocorticismo, previamente atendidos no Hospital Veterinário da Universidade de Londrina e na Clínica Veterinária Espaço Vida, entre os anos de 2011 a 2018. Foram analisados os parâmetros peso, sexo, condição reprodutiva, raça, idade, e os resultados de exames laboratoriais de cães com hipoadrenocorticismo confirmado. Foram avaliados os valores preditivos para a concentração sérica de cortisol basal de 0,8 µg/dL, 1 µg/dL e 2 µg/dL. Não se observou predisposição sexual ou racial, embora as raças mais acometidas foram Lhasa Apso e Poodle. Não houve correlação nem associação das categorias com o valor de cortisol pós ACTH, com exceção do cloro e da ALT. Concluiu-se o cortisol basal não deve ser utilizado como única ferramenta diagnóstica no hipoadrenocorticismo, entretanto, a concentração sérica de cortisol basal igual ou menor que 1 µg/dL teve alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico da doença.
PIODERMATITE EM CÃES: ASPECTOS REVISIONAIS E CONTRIBUIÇÃO CLINICA PROSPECTIVA
CRISTIANE AZANHA DE CARVALHO, Prof. Dr. Wilmar Sachetin Marçal
Data da defesa: 17/05/2017
Os casos dermatológicos apresentam grande prevalência em pequenos animais, sendo a razão mais comum para que estes sejam levados ao médico veterinário. Diversas pesquisas apontam que atendimentos na área de Dermatologia representam de 30 a 75% da rotina clínica de pequenos animais e, a cada ano, a especialidade ganha mais destaque na prática clínica. A literatura demonstra que as afecções dermatológicas apresentam maior expressão no cão quando comparado ao gato. Na primeira espécie são as Dermatites Alérgicas, Neoplasias, Piodermatites Bacterianas, Seborreias, Atopias e Dermatoses Imunomediadas, as mais relevantes. Enquanto que nos felinos as mais frequentes se referem as Dermatoses de origem Parasitaria, Complexo Granuloma Eosinofílico Felino, Doenças Micóticas, Reações de Hipersensibilidade, Doenças Bacterianas, quadros Seborreicos, Neoplasias e Dermatoses Autoimunes. A pele é o maior órgão do corpo e funciona como uma barreira anatomofisiológica entre o animal e o meio ambiente, fornecendo proteção contra lesão química, física e microbiológica. A pele possui quatro padrões anatômicos que diferem em vários aspectos, mas, principalmente, em relação à espessura. Além das diferenças na espessura entre as diferentes regiões da pele, podem ocorrer variações relacionadas com a idade e a raça de cães e gatos. O termo piodermatite é usado para infecções bacterianas da pele e está entre as causas mais frequentes de afecções dermatológicas nos cães. As lesões podem ser superficiais ou envolverem estruturas mais profundas. São comumente encontradas pápulas, pústulas, colaretes epidérmicos, nódulos, crostas, alopecia. Geralmente está associada a bactérias Staphylococcus pseudointermedius e é uma das razões mais comuns de usos de antimicrobianos em cães. Um problema, tanto do ponto de vista da saúde animal como da saúde pública é o aparecimento de Staphylococcus pseudointermedius e Staphylococcus aureus resistente a vários antimicrobianos utilizados frequentemente na clínica e a possível transmissão entre animais e humanos. Neste trabalho será realizada uma revisão de literatura que contribua para a atualização à comunidade acadêmica, bem como aos profissionais da área sobre Piodermatite em Cães, que é uma das maiores casuísticas na rotina clínica de um médico veterinário, razão pela qual merece constante abordagem, sobretudo na rapidez de diagnóstico e efetividade terapêutica. Pretende-se fazer uma abordagem educacional para evitar a proliferação e resistência bacteriana aos antibióticos presentes no mercado, minimizando impactos negativos ao meio ambiente.