EFEITO DE DIFERENTES DOSES DE FSH (PLUSET®) NO PROTOCOLO DE SUPEROVULAÇÃO OVARIANA DE VACAS NELORE COM ALTA E BAIXA CONTAGEM DE FOLÍCULOS ANTRAIS

Dissertação de mestrado

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Resumo

A Superovulação Ovariana (SOV) contribui para o melhoramento genético bovino otimizando o potencial reprodutivo da fêmea doadora. A biotécnica possibilita, através do uso do hormônio folículo estimulante (FSH), a ocorrência de múltiplas ovulações em uma fêmea fisiologicamente monovulatória, sendo a base para a produção in vivo de embriões. Pesquisas com doadoras Nelore utilizaram dose de FSH variando entre 250 e 500 UI (Unidades Internacionais). Uma característica que influencia o desempenho reprodutivo da fêmea bovina é a contagem de folículos antrais (CFA), que é altamente variável entre animais, porém com alta repetibilidade no indivíduo. Este estudo teve como objetivo avaliar a produção de embriões em doadoras Bos taurus indicus com alta e baixa CFA, submetidas a SOV usando diferentes doses de FSH. As doadoras (n = 16) foram pré-sincronizadas com protocolo baseado em estrógeno (E2) e progesterona (P4) 30 dias (D-30) antes da SOV. Após a avaliação de CFA (D-26), doadoras com baixa (n = 8; ≤ 15 folículos; média = 10 ± 0,91 folículo) e alta CFA (n = 8; ≥ 25 folículos; média = 36 ± 6,05 folículos) receberam o primeiro programa de SOV utilizando a dose de 150 UI de FSH (Baixa). Após 45 dias, foram submetidas a um segundo programa utilizando a dose de 300 UI de FSH (Alta). A estimulação ovariana foi realizada utilizando protocolo convencional em tempo fixo de superovulação com doses decrescentes de FSH aplicadas com 12 horas de intervalo e a lavagem uterina foi realizada 7 dias após a indução de ovulação. Os dados foram analisados com ANOVA e teste Tukey utilizando o modelo misto ajustado (P ≤ 0,05). O efeito CFA foi observado apenas no número de corpos lúteos (CLs) (10,7 ±1,6 e 19,2 ±3,1, P < 0,01) em doadoras com baixa CFA e alta CFA, respectivamente. Os resultados para dose de FSH (P < 0,05) foram observados no número de CLs (9,4 ± 2.3 e 20,5 ± 2,4), total de estruturas por colheita, 6,2 ± 1,7 e 12,2 ± 1,9 e número de embriões congeláveis, 3,0 ± 0,9 e 7,8 ± 1,3 considerando as doses 150 UI e 300 UI respectivamente. Uma interação significativa (P < 0,05) foi observada entre CFA e dose de FSH, mostrando que doadoras com alta CFA tratadas com dose alta de FSH apresentam média maior no número de CLs (P = 0,001), total de estruturas (P = 0,02), embriões viáveis (P = 0,03) e embriões congeláveis (P 0,01). A produção de embriões não foi influenciada pela CFA, mas sim pela dose de FSH. Além disso, a interação significativa entre CFA e dose de FSH revelou que doadoras de alta CFA superovulada com a maior dose de FSH apresentam melhor performance em termos de produção de embriões.