A turistificação do território brasileiro nos estudos geográficos e as redes criadas pelas agências de viagens
Juliana Grigoli Pelarim, Maria del Carmen Matilde Huertas Calvente
Data da defesa: 14/06/2013
A Geografia, dado seu caráter plural, é uma ciência capaz de apreender os vários aspectos que compõem o desenvolvimento da atividade turística, esta que, conforme se observa na sociedade contemporânea, apropriada pelo capital pode ser causadora de inúmeras mudanças no território. O conceito de território embasa o referencial teórico desta pesquisa, destacando-se mais especificamente o conceito de território-rede, por entender que este é capaz de abarcar a dinâmica desta atividade no espaço geográfico. O turismo pode ter sido tardiamente considerado como objeto de estudo das pesquisas geográficas por ser tido como uma atividade elitista. Investigou-se a trajetória dos estudos geográficos brasileiros relacionados com o turismo em busca de saber se estes abordam o conceito de território. Realizou-se um levantamento a partir de fonte secundária dos trabalhos geográficos da década de 1970 ao ano de 2005 que foi seguido de um levantamento inédito da produção nacional nos programas de pós-graduação em Geografia entre os anos de 2006 a 2010, o resultado deste levantamento aponta para a pouca utilização o conceito de território, conforme hipótese prevista anteriormente. Realizou-se como parte empírica desta pesquisa um estudo de caso com a aplicação de questionário à agentes de viagens do município de Londrina, os dados coletados foram analisados buscando-se apreender a dinâmica de comercialização dos pacotes turísticos, fato que envolve operadores de turismo, agências de viagens e turistas em uma ponta e lugar de destino com seus territórios e populações. Atenta-se ao fato de que ainda seja incipiente a preocupação dos turistas com os lugares de destinos para além de lugar de consumo. Outro ponto de destaque é que o mercado londrinense apresenta certo protecionismo em relação às operadoras de turismo originárias da região, fato que vai contra a lógica de dominação das grandes operadoras nacionais.
Turismo de aventura em Tamarana – Paraná : potencialidades e proposições para o desenvolvimento local
Cláudia Serrato Lone, Mirian Vizintim Fernandes Barros
Data da defesa: 20/09/2013
Como integrante do grupo de pesquisa IMAP&P da Universidade Estadual de Londrina que estuda atualmente a Região Metropolitana de Londrina, observou-se que o município de Tamarana (Pr) apresenta índices sociais de desenvolvimento baixo e com potencial para o turismo. Isto levou a fomentar esta pesquisa que tem como objetivo realizar um perfil da atividade do Turismo de Aventura desenvolvida no município de Tamarana no Paraná, bem como diagnosticar as potencialidades e apontar propostas para a incrementação desta atividade tendo como base o Desenvolvimento Local. O turismo é uma prática social no qual transforma o espaço geográfico criando novas relações sociais no destino onde se instala. O desenvolvimento com base local pode ser proporcionado pelo turismo desde que haja um planejamento incluindo a sociedade junto ao poder público e privado na tomada de decisões, programando ações que gerem a inclusão dos menos favorecidos. Consequentemente, pode melhorar a qualidade de vida da população com a geração de empregos e a dinamização da economia. O Turismo de Aventura foi o segmento que mais cresceu nos últimos anos no Brasil, fazendo com que os órgãos responsáveis como o Ministério do Turismo e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) elaborassem normas e orientações ao público. A necessidade de dados sistematizados tanto para o planejamento como para o turista levou ao uso do Geoprocessamento. Neste trabalho estas tecnologias vieram a contribuir para a pesquisa no qual permitiu elaborar mapas de localização, de atividades de aventura, infraestruturas e físicos. A pesquisa de coleta de dados foi realizada em campo, com entrevistas (perguntas fechadas e abertas) com o poder público, poder privado e população. Foi utilizado o GPS (Sistema Global de Posicionamento) para espacializar a localização de atividades de Turismo de Aventura nas estâncias de Tamarana. As fontes secundárias referem-se aos levantamentos de dados pelas Instituições ITCG (Instituto de Terras, Cartografia e Geociências), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis). Pode-se concluir que o Turismo de Aventura pode vir a ser um indutor do desenvolvimento social em Tamarana desde que siga um planejamento de base local. Porém, notou-se falta de articulação entre as esferas pública, privada e cívica. A confecção de mapas para o turismo tem auxiliado no seu planejamento como proposta de desenvolvimento socioeconômico, além de atuar com a divulgação e a gestão do turismo, melhorando as tomadas de decisões em benefício da população.