Dinâmica do uso da terra na bacia hidrográfica do ribeirão Lindóia em Londrina-PR (2006-2017)
Rafael Dantas da Silva, Maurício Moreira dos Santos
Data da defesa: 20/06/2022
Esta pesquisa analisa a evolução das matas ciliares em ambientes urbanos, especificamente, as localizadas na bacia hidrográfica do ribeirão Lindoia, no município de Londrina-PR. Partiu-se de uma avaliação da problemática socioambiental urbana, na qual sociedade e natureza configuram uma relação dialeticamente conflituosa. A legislação ambiental aplicada à proteção ambiental urbana serviu como elemento estruturante da pesquisa. Utilizou-se técnicas de geoprocessamento para analisar imagens de satélites que o processamento de imagens de satélite, que permitiram a produção de mapas buscando avaliar a evolução da ocupação e uso da terra na bacia hidrográfica do ribeirão Lindoia, em especial, a evolução espacial e temporal da Área de Preservação Permanente (APP) no período de 2006-2017. Também se realizou um comparativo para este mesmo período, com a vigência do Plano Diretor Municipal Participativo de Londrina 2008-2018. Concluiu-se que houve aumento da mata ciliar no interior da APP durante o período observado que coincide com a vigência do Plano Diretor do município.
Balanço hídrico climatológico das bacias hidrográficas do Ribeirão Jacutinga e rio Taquara (PR)
Rei Kuboyama, Maurício Moreira dos Santos
Data da defesa: 28/03/2022
O presente trabalho teve como objetivo principal conhecer as variáveis hidrológicas e determinar o balanço hídrico climatológico das bacias hidrográficas do ribeirão Jacutinga (BHRJ) e do rio Taquara (BHRT). O extrato do balanço hídrico foi feito para a média da série histórica de 1980 a 2020 e em anos de anomalias positivas (2015 e 2016) e negativas (2020) de precipitação. O cálculo foi feito pelo método de Thornthwaite e Mather, automatizado por Rolim e Sentelhas. Também foram realizadas análises de variáveis fluviométricas e meteorológicas para compressão do contexto hidrológico e climático dominante nas bacias. Essas bacias são localizadas na região norte paranaense, estão cerca de 20 km de proximidade e são afluentes do rio Tibagi. A primeira é relevante para o abastecimento de água do município de Ibiporã (PR), com muitos afluentes que percorrem a área urbanizada da cidade de Londrina (PR). A segunda tem grande importância para a produção agropecuária, visto que o uso e ocupação na área é quase inteiramente rural. Foram utilizados dados de precipitação e temperatura diários e mensais de 1980 a 2020 de estações do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET e Instituto Água e Terra – IAT. O climograma da área de estudo revela que o período chuvoso vai de dezembro a fevereiro e o período seco vai de junho a agosto. O balanço hídrico médio na BHRJ demonstra ter excedente hídrico em quase todos os meses, com valores menores em março, abril e julho e maiores em dezembro a fevereiro. Em agosto ocorre retirada hídrica de 1,35 mm do solo. Na BHRT o excedente hídrico é presente em todos os meses, com valores maiores em janeiro, fevereiro e maio e valores menores em março, abril e agosto. Meses chuvosos não necessariamente são os que registram maior excedente hídrico por causa da evapotranspiração do solo e aqueles que registram baixo excedente ou retirada hídrica devem receber irrigação adequada para que não haja perdas na agricultura. Em julho de 2015 e janeiro de 2016, influenciado pela forte ocorrência do fenômeno El Niño, houve eventos extremos de precipitação que atingiu a região norte paranaense. O período chuvoso em 2015 nas duas bacias esteve abaixo da média e inesperadamente julho foi um dos meses com maior volume de excedente hídrico. Em janeiro de 2016 o evento extremo foi mais intenso que no ano anterior, com excedente hídrico concentrado em janeiro e fevereiro e pouco expressivo no segundo semestre. O ano de 2020 foi atipicamente seco, nas duas bacias as chuvas estiveram abaixo da média anual e o mês de agosto, acabou sendo o mês que teve maior volume de excedente, contrariando as expectativas da média. Com os resultados do balanço hídrico médio, retratando a dinâmica da entrada e saída de água, épocas de deficiência e excedente hídrico, é possível subsidiar as tomadas de decisões no planejamento agrícola regional, como no manejo de irrigação.