Conflitos políticos e físicos no transporte por bicicleta em Londrina / PR
Matheus Oliveira Martins da Silva, Marciel Lohmann
Data da defesa: 24/09/2021
O transporte, em especial o automóvel, é parte essencial para compreensão de como se dá a (re)produção do espaço urbano e suas complexidades no que se refere ao deslocamento das pessoas. O primeiro capítulo da pesquisa apresenta o transporte e a mobilidade na (re)produção do espaço urbano. No mesmo capítulo, a cultura do automóvel é destacada para se compreender seus impactos nos sistemas viários atuais. No segundo capítulo, apresenta-se a inserção da bicicleta enquanto transporte de deslocamento nas cidades e suas legislações aplicáveis ao trânsito por meio de uma revisão normativa. Pautado em Vasconcellos (1985), o estudo compreende que existem dois conflitos inerentes à circulação urbana: o conflito político e o conflito físico. Assim, a pesquisa tem o objetivo de compreender os conflitos políticos e físicos no transporte por bicicleta em Londrina/PR. Os objetivos específicos permeiam em investigar a aplicação das políticas públicas e o uso de bicicleta em Londrina e espacializar os locais com maiores ocorrências de sinistros. Para compreender os conflitos políticos utilizou-se levantamento bibliográfico por meio de legislações, trabalho de campo, cadernos técnicos e informações em sites e jornais. Os conflitos físicos foram espacializados no recorte temporal de 2010 a 2020 a partir do registro de ocorrência de sinistros no banco de dados do SIATE (PARANÁ, 2020) utilizando-se a ferramenta Kernel Density Estimation em software de geoprocessamento e também por meio de trabalho de campo na malha cicloviária. Os resultados apontam que após 14 anos desde o primeiro projeto cicloviário de Londrina, apenas 4,5% das principais vias da cidade contam com infraestrutura cicloviária, onde estas são distribuídas de forma desconexa. Foi possível espacializar 3.221 sinistros envolvendo bicicletas classificadas em regiões de muito baixa à muito alta densidade de ocorrências a partir das variáveis “ano”, “gravidade”, “gênero”, “horário” e “veículo envolvido”. Cerca de 52% dos sinistros ocorreram em cruzamentos e constatou-se que a infraestrutura cicloviária atual apresenta não somente problemas de descontinuidade, mas também interrupção da ciclovia, cruzamentos e acessos não sinalizados e pavimento em mau estado de conservação, o que pode apresentar mais facilidade para a ocorrência de sinistros.
A agricultura orgânica e sua inserção no mercado consumidor de Londrina-PR
Kleyton Kamogawa, Prof.ª Dr.ª Ruth Youko Tsukamoto
Data da defesa: 18/05/2011
A modernização da agricultura teve início entre os séculos XVIII e XIX, com as revoluções agrícolas e industriais, juntamente com a crescente demanda por alimentos, que induziu mudanças no processo de produção, particularmente na qualidade dos insumos. No Brasil, este processo inicia-se em meados da década de 1960, na qual ocorreram avanços no setor industrial agrícola e das pesquisas nas áreas química, mecânica e genética. Porém, com o passar dos anos, esses avanços provocaram grandes mudanças no ambiente, causando graves desequilíbrios ambientais e a contaminação do homem e dos alimentos pelos agrotóxicos. Com isso, foram levantados questionamentos sobre este modelo de produção e a emergência de encontrar novos sistemas de produção, menos agressivos ao homem e à natureza. Entre estes modelos de agricultura que foram desenvolvidas nas décadas de 1920 e 1930, mas somente ganharam destaque recentemente, está a agricultura biodinâmica, orgânica, biológica e natural. Devido à disseminação desses modelos no Brasil, tornou-se necessário a elaboração e promulgação de uma regulamentação, que reconhece todos os modelos de agricultura com a denominação orgânica. Visto o aumento da divulgação e consumo dos produtos, houve também o interesse de pesquisadores em estudar e publicar trabalhos sobre a temática. Assim, buscou-se realizar o estado da arte com a temática agricultura orgânica, nos eventos de geografia agrária. Por fim, analisou-se a demanda de produtos orgânicos no mercado e os canais de comercialização na cidade de Londrina, identificando os principais agentes envolvidos na produção, comercialização e distribuição. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas em livros, internet, revistas e jornais, trabalhos de campo em feiras de produtos orgânicos e nos supermercados de Londrina, que se constitui como principal canal de circulação e comercialização de produtos orgânicos.
Impactos no uso das cidades : a violência no uso dos espaços públicos de Londrina-PR (Zerão, Igapó I e Igapó II)
Saádia Maria Borba Martins, Profª. Drª. Márcia Siqueira de Carvalho
Data da defesa: 29/06/2011
Esta dissertação busca discutir a relação entre a sensação de insegurança e o espaço público de lazer na cidade de Londrina, situada no norte do Paraná. A insegurança no mundo moderno pode ser considerada um fenômeno de urbanização. A falta de segurança e a violência crescente nas áreas urbanas se refletem principalmente no uso dos espaços públicos de lazer. A literatura utilizada neste trabalho envolveu autores como Milton Santos, Marcelo Lopes de Souza,Jürgen Habermas, Zigmunt Bauman, Alba Zaluar, Michel Misse, Ângelo Serpa, Yi FuTuan, Hanna Arendt e Tereza Pires do Rio Caldeira, nas questões relacionadas às cidades modernas, a violência e as sensações que os espaços despertam nas pessoas. O foco teórico central é o debate contemporâneo, do qual encontramos várias articulações lógicas entre a proliferação de problemas associados à urbanização, como a democratização dos territórios, segregação sócio-espacial e a violência perpetrada aos frequentadores de áreas de lazer. A partir de um estudo de caso efetuamos a análise a partir de questionários aplicados aos usuários de importantes espaços públicos de Londrina, como o Zerão, o Igapó I e o Igapó II.Esse trabalho conclui que o indivíduo faz um enfrentamento cotidiano e procura fazer escolhas, racionais e subjetivas, para lidar com esse crescente estado de violência e desorganização nos espaços públicos de lazer.
O perfil da população e a espacialização dos casos registrados de AIDS em Londrina: uma contribuição para geografia da saúde
Márcio Catharin Marchetti, Profª. Drª. Márcia Siqueira de Carvalho
Data da defesa: 02/09/2011
Esta pesquisa, elaborada na esfera da Geografia da Saúde, teve por objetivo levantar a distribuição espacial dos casos de aids No município de Londrina/PR, verificar o perfil dessa população e o estigma e o preconceito como parte das consequências que acompanham. Para isto optou-se trabalhar com as pessoas que vivem com HIV/aids no município e também com profissionais da saúde que atuam diretamente com esses pacientes. O recorte espacial deste trabalho foi a área urbana de Londrina (Paraná - Brasil) e a espacialização dos casos de aids correspondem às áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Para a realização desta pesquisa foram cumpridas algumas etapas como levantamento bibliográfico e de dados sobre a situação da aids em âmbito internacional, nacional, estadual e municipal, por meio de sites institucionais. Em seguida, foram aplicados questionários e a realização de entrevistas dirigidas com pessoas vivendo com HIV/aids e com profissionais da saúde. A análise dos dados mostra que a aids é uma doença que atinge as pessoas sem distinção, e apesar da descoberta e uso de medicamentos que melhoram e prolongam a vida dos portadores do vírus e as pessoas doentes de aids, elas enfrentam situações decorrentes do estigma e do preconceito que envolve a doença, o que se torna uma barreira para o tratamento.