Ensaios sobre competitividade e oferta de exportação do Brasil no mercado de carne suína congelada : 2002 a 2018

Dissertação de mestrado

Visualizar PDF

Resumo

Este estudo é constituído por dois artigos sobre o comércio internacional do Brasil no setor de carne suína congelada. O primeiro tem por objetivo geral investigar a competitividade do setor por subgrupos e o segundo estimar a função de oferta de exportação do Brasil do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada. A metodologia proposta para o primeiro ensaio foi o cálculo e análise dos seguintes indicadores: Índice de Vantagem Comparativa Revelada, Índice de Vantagem Revelada de Exportação, Índice de Vantagem Comparativa Revelada Simétrico e o Índice de Orientação Regional no período de 2002 a 2018. O segundo ensaio utiliza séries temporais trimestrais referentes ao período de janeiro de 2002 a dezembro de 2018 e o modelo Autorregressivo de Defasagens Distribuídas (ARDL), com estimativas dos coeficientes de longo prazo e os ajustes de curto prazo. As séries utilizadas no segundo ensaio foram a quantidade exportada do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada, a taxa de câmbio, o preço doméstico do suíno vivo em Santa Catarina, o preço de exportação do bem e o Produto Interno Bruto do Brasil. Os resultados expostos no primeiro ensaio demonstram que o Brasil é competitivo em todos os subgrupos de carne suína congelada, com destaque para o subgrupo de outros cortes de carne suína. A Rússia foi o principal importador neste segmento no período 2002 a 2017, perdendo espaço para a Geórgia em 2018. Merece destaque o mercado asiático, principalmente Hong Kong e China. Os resultados do segundo ensaio revelaram que a velocidade de ajuste da quantidade exportada a choques inesperados nas variáveis independentes é rápida, aproximadamente 71,03%. Os resultados obtidos sinalizam que a carne suína é um bem inferior no Brasil. Conforme aumenta a renda real (PIB) a oferta de exportação do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada aumenta. Uma depreciação da taxa de câmbio, bem como um aumento no preço real de exportação ou uma redução no preço real doméstico do suíno vivo (ceteris paribus para cada variável) aumentam a oferta de exportações de outros cortes de carne suína. Todas as variáveis foram significativas no curto e longo prazos. De modo geral, pode-se concluir que o Brasil possui vantagem comparativa no setor de carne suína congelada e que possui uma oferta de exportação para o subgrupo de outros cortes de carne suína congelada. Isto demonstra o potencial do setor na geração de emprego, renda e divisas para o Brasil.