Relação entre emprego e tecnologia : um estudo para quarenta países (1995-2009)
Renan Henrique Luquini, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 03/03/2017
O presente estudo teve como objetivo calcular a decomposição estrutural da variação do número de postos de trabalho em efeitos intensidade do uso do fator, tecnologia, proporção da demanda final e volume da demanda final estimando-se as causas da variação dos postos de trabalho e o papel da mudança estrutural para o crescimento do emprego (Índice de Modificação Estrutural-IME) a partir dos dados do World Input-Output Database (WIOD) de quarenta países no período de 1995 a 2009. Os principais resultados foram: i) a China apresenta valores elevados de ganhos de produtividade já o México é o único país onde se verifica perca de produtividade; ii) o Brasil (-11,90%) não acompanhou os ganhos de produtividade dos demais países em desenvolvimento; iii) a variação da tecnologia ocorreu a favor da geração de empregos na maioria dos países; iv) o efeito da proporção da demanda final (estrutura/tipo de consumo) demonstra tendência de que os resultados sejam negativos tanto por regiões como por países levando a diminuição dos postos de trabalho nos países mais industrializados e aumento nos países em desenvolvimento; v) o efeito do volume da demanda final (crescimento econômico) foi o principal gerador de empregos e compensou o efeito tecnológico (negativo), com exceção do Leste da Ásia onde não foi suficiente para aumentar o número total de empregos; vi) os índices de modificação estrutural dos quarenta países apresentaram uma alta volatilidade.
PIB do agronegócio e sua relação com os indicadores de desenvolvimento : uma visão mundial para os anos de 1995 e 2015
Lucas Trindade Borges, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 01/07/2019
O objetivo do estudo foi estimar o Produto Interno Bruto do Agronegócio para 63 países e Outros Países. A partir desses dados relacionar a participação percentual do agronegócio no PIB total do país com dois índices de desenvolvimento: IDH e PIB per capita, comparar a evolução dos países em análise num período de 20 anos e classificá-los em 4 grupos de acordo com o grau de industrialização. A metodologia utilizada foi matriz insumo-produto e foram usados dados da OCDE para os anos de 1995 e 2015. Para relacionar a participação percentual do agronegócio e os índices foi utilizada regressão linear. Como resultado, foi possível constatar a relação entre a participação percentual do agronegócio no PIB total e os índices de desenvolvimento. Para o ano de 1995 o aumento de 1% no IDH causou uma redução de 2,22% na participação do agronegócio, enquanto que o aumento de 1000 dólares no PIB per capita refletiu em uma redução de 0,57% na participação do agronegócio. Para o ano de 2015 o aumento de 1% do IDH causou a redução de 3,94% da participação do agronegócio e o aumento de 1000 dólares causou uma redução de 0,37% na participação do agronegócio. As regressões foram validadas por meio do Teste F, p-valor e Teste Koenker-Basset. Além disso, foi possível classificar os países em 4 classes, de acordo com o nível de industrialização dos mesmos.
Impactos locais e inter-regionais da indústria moveleira de Arapongas – PR
Joel Ferracioli, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 20/12/2012
A dissertação analisa o dinamismo da economia da cidade de Arapongas Paraná dando ênfase ao polo moveleiro que é a especialidade local. O objetivo geral é estimar os impactos locais e inter-regionais, multiplicadores de emprego e renda, transbordamento de remunerações e produção, os índices de ligação para frente e para trás e a geração de emprego. A metodologia aplicada para alcançar os resultados utilizou-se das Matrizes Insumo-Produto de 1995 e 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com os dados coletados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Agregaram-se as 42 categorias das Matrizes Insumo Produto (MIPs), para 20 setores, tendo em vista a aptidão local e para compatibilizar com as 87 categorias da Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE). A análise dos resultados revela que os principais setores no ano de 2009 são: indústria química no índice de ligação para frente, nos multiplicadores de emprego e de remunerações e transbordamento de produção. No índice de ligação para trás a indústria de alimentos. Sendo que o setor madeira e mobiliário emprega 33,73% dos trabalhadores formais do munícipio no ano de 2009. Conclui-se que houve um aumento na geração de emprego no polo moveleiro de 1995 (29,73%) para 2009. Isso mostra uma estabilidade positiva da indústria moveleira no munícipio de Arapongas.
Impactos econômicos e ambientais do comércio entre Brasil e China no período 1995-2009
Larissa Coradetti Palma da Silva, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 14/08/2018
As relações comerciais do Brasil com o mundo têm sido crescentemente moldadas pelo padrão bilateral de comércio mantido com a China. O objetivo do presente estudo foi, portanto, verificar as relações comerciais de produção e emissões entre Brasil e a China. Para isso, mensurou-se os impactos econômicos sobre produção, emprego e missões de CO2 do comércio Brasil-China. O trabalho foi realizado a partir dos dados do World Input-Output Database (WIOD) no período de 1995 a 2009. Concluiu-se, por fim, observando os impactos econômicos, que o saldo da Balança Comercial foi positivo sobre a ótica do Brasil, contudo, quando se verificou o emprego e o CO2 viu-se um saldo negativo. Foi possível confirmar as ideias abordadas referentes a uma “primarização” do Brasil e uma mecanização da economia chinesa. Enquanto no Brasil foi possível notar uma migração de ambos os indicadores para os setores Agropecuária e Extrativismo Mineral, na China verificou-se uma predominância em ambos os períodos do setor Eletrônicos e Equipamentos Ópticos, sendo este de maior tecnologia. Dessa forma, viu-se que o estudo vai de encontro a ideia de uma intensificação da relação comercial entre os países ao longo do período e também quanto a pauta exportadora destes.
Impactos econômicos de curto prazo da Universidade Estadual de Maringá: campus sede no ano de 2006
Ana Maria Machado Caravieri, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 27/02/2015
O objetivo deste estudo é analisar o impacto econômico de curto prazo da Universidade Estadual de Maringá (Campus Sede) e seus efeitos locais e inter-regionais no ano de 2006. A partir da análise de insumo-produto foram calculados os multiplicadores de produção, emprego e rendimentos, geração de emprego e rendimentos e seus transbordamentos, bem como os índices de ligação para trás e para frente, para os vintes setores agregados, com foco principal no setor de Educação Pública. E, por fim, foi calculado o impacto causado nos setores da economia de Maringá, restante do Paraná e Brasil devido a presença da UEM (Campus Sede) nesse município. Como resultado foi observado que o setor 19- Educação Pública está entre os cinco setores com maior número de pessoas ocupadas na economia do município de Maringá, bem como a maior remuneração média mensal. Quanto aos indicadores econômicos, o setor 19- Educação Pública ficou em último lugar no ranking do multiplicador de produção, em relação ao gerador de emprego, foi de 8 empregos total na economia para o aumento de um milhão de reais na demanda final, sendo 6 em Maringá, 1 no restante do Paraná e 1 no Brasil. No quesito gerador de remunerações foi o quinto maior desta economia, com impactos em efeitos locais. A partir da aplicação do orçamente da UEM (Campus Sede) nos indicadores econômicos, os setores que mais se destacaram nessa economia dado a existência da UEM em Maringá são eles, 17- Serviços, 12- Construção Civil e 13- Comercio. Ao considerar os impactos inter-regionais observou-se que foram maiores no restante do Brasil do que em relação ao restante do Paraná, na produção, emprego e rendimentos. O estudo quantificou os benefícios econômicos que a universidade pública da UEM (Campus Sede) gerou em Maringá e com seus efeitos inter-regionais. Permitiu concluir que além dos benefícios sociais, geração conhecimentos e formação de profissionais, a mesma impacta no cenário econômico gerando rendimentos, emprego e produção.
Impacto econômico da Universidade Estadual de Londrina no ano de 2006
José Tarocco Filho, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 21/02/2014
O presente estudo teve como objetivo analisar o impacto econômico da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e seus impactos locais e inter-regionais no ano de 2006. Através da análise de insumo-produto foram calculados os multiplicadores de produção, emprego e remunerações, geração de emprego e renda e seus transbordamentos, bem como os índices de ligação para trás e para frente do setor de Educação Pública e o impacto da Universidade Estadual de Londrina dos setores de Londrina. Os resultados mostraram que a Educação Pública empregava 6,19% do pessoal ocupado e é responsável por 12,27% das remunerações geradas no município e também tem a segunda maior remuneração média de Londrina no ano de 2006, ficando atrás somente do setor de Instituições Financeiras. Quanto ao multiplicador de produção o setor de Educação Pública o multiplicador foi de 1,40, ou seja, 19ª dos 20 setores. A Educação Pública se destacou na geração de emprego em Londrina, que junto com os setores de Educação Mercantil e Serviços (13), foi o quarto maior indicador, ficando atrás dos setores: Administração Pública, Comércio e Indústria Diversas e Mobiliários. Já seu multiplicador de emprego é de 1,25, no qual multiplicado pelo total de funcionários da UEL (5.192) geraria um total de 1298 empregos indiretos, e sua capacidade de gerar remunerações por efeito direto no município é a terceira maior com R$ 368.153 milhões. Os efeitos transbordamento tanto de produção quanto de gerador de empregos a Educação Pública tem os menores transbordamentos, o que conclui que a maioria do que é produzido fica em Londrina. Quanto ao impacto da universidade na produção dos setores de Londrina, os que se destacaram foram o setor de Serviços, Construção Civil, já o impacto no emprego, além do Setor de Serviços que gerou 205 empregos e Construção Civil 93, tem-se o setor de comércio com 57 postos de trabalhos gerados pela UEL e a renda gerada pela universidade foi cerca de 2 milhões de reais somente no setor de Serviços, destacando-se também os setores de construção civil e comércio. Através dos resultados foi possível quantificar os benefícios econômicos que uma universidade pública como UEL gera no local em que a mesma se instala, pois além dos benefícios sociais, que é gerar conhecimentos e formar profissionais, a mesma impacta no cenário econômico gerando renda, emprego e produção.
Identificação dos setores-chave para o crescimento econômico e social do município de Curitiba
Everson Kapusniak, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 17/02/2020
O objetivo desta pesquisa é estimar a matriz de insumo-produto inter-regional Curitiba - Restante do Paraná para o ano de 2013, a fim de identificar quais são os setores-chave para seu desenvolvimento econômico e social. Para tanto, a metodologia é baseada na abordagem do método do Quociente Locacional, e na estimativa da matriz nacional desenvolvida com base em dados preliminares das contas nacionais. A base de dados tem como referência a matriz insumo-produto nacional de 2013, obtida no site do Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (NEREUS), e os dados de emprego e massa salarial, por sua vez, são da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). A aplicação da metodologia resultou em uma matriz inter-regional composta por 56 setores. Os resultados obtidos para os multiplicadores simples de produção mostraram que os maiores valores referem-se em sua maioria ao setores relacionados a indústria, como (5) Extração de minerais metálicos e (7) Indústria de bebidas, enquanto que, no caso dos multiplicadores simples de emprego, os maiores valores são relacionados em sua maioria aos setores de serviços, destacando-se a (52) Educação privada e (49) Outras atividades administrativas e serviços complementares. Em ambos os casos, os menores transbordamentos foram identificados para os setores de serviços. Os resultados obtidos mostraram ainda, de acordo com os indicadores de Rasmussen-Hirschman, a existência de onze setores-chave na economia curitibana, com destaque para os setores de (28) Energia elétrica, gás natural e outras utilidades, (30) Construção, (32) Comércio por atacado e a varejo, exceto veículos automotores, e (43) Intermediação financeira, seguros e previdência complementar, por apresentarem um volume de produção significativo dentro do município.
Identificação de setores-chave para o desenvolvimento do município de Londrina
Renato Rugene de Carvalho, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 02/07/2019
Esta pesquisa tem como objetivo identificar os setores-chave da economia de Londrina (PR) em 2017. Para tanto, foi utilizada a matriz de insumo-produto (MIP), com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Os resultados mostram oito setores-chave e três motrizes, sendo os maiores índices de ligações intersetoriais de Rasmussem-Hirschman para trás são: produtores de borracha e plástico; produtos químicos; telecomunicações; armazenamento; atividades auxiliares dos transportes e correio; transporte terrestre e; atividades de televisão rádio, cinema e gravação/edição. Já os maiores índices de ligações intersetoriais de Rasmussem-Hirschman para frente são comércio por atacado e a varejo exceto veículos automotores; transporte terrestre; intermediação financeira, seguros e previdência complementar; produtos químicos; armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio; atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e imagem; produtos de borracha e plástico, e telecomunicações. Os setores líderes no multiplicador de produção são: indústria automobilística e peças; indústria alimentar; produtos de madeira; celulose, papel e produtos de papel e; produtos de minerais não-metálicos.
Identificação de setores-chave para o desenvolvimento do estado do Paraná
Franciele Henrique, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 21/07/2019
Este estudo teve por objetivo calcular e identificar os principais indicadores do Estado do Paraná, utilizando a metodologia insumo-produto com base nos dados das Contas Nacionais apresentando 67 setores da economia, para o ano de 2013. Foram calculados os geradores e multiplicadores de produção, emprego e renda, assim como os transbordamentos referentes a cada setor produtivo do Estado. Através dos índices de Rasmussen-Hirschman, foi possível classificar os setores-chave da economia paranaense para cada grande setor econômico, divididos neste estudo como: Agronegócio e Extrativismo, Indústrias diversas e Comércio e Serviços. Foram apontados 14 setores-chave, deste total 2 setores se encontram em Agronegócio e Extrativismo, 6 no setor de Indústrias diversas e 6 no setor de Comércio e Serviços. Para os multiplicadores de produção os setores (7) Extração de minerais metálicos não-ferrosos, (20) Fabricação de biocombustível e (44) Transporte aquaviário se destacaram por apresentar os maiores índices para os três grandes setores. Referente aos geradores de emprego destacam-se os setores (14) Vestuário e Acessórios, (40) Construção e (67) Organizações associativas. Os setores em que a produção e renda permaneceram no Estado foram: (3) Produção florestal; pesca e aquicultura, (39) Água, esgoto e gestão de resíduos e (54) Atividades imobiliárias, já os setores que apresentaram maiores transbordamento foram (9) Fabricação e refino de açúcar, (33) Fabricação de automóveis e (44) Transporte aquaviário. Esses resultados proporcionaram uma percepção positiva sobre o aumento dos setores que receberam destaques ao longo do tempo, visto que sua identificação como setor-chave possibilita a execução de políticas públicas para o desenvolvimento econômico e social do Estado. Tornou-se relevante mostrar os impactos que o aumento na demanda final de determinados setores pode gerar com relação a produção, emprego e renda no Estado do Paraná, levando em consideração as interações sinérgicas entre o Paraná e o chamado Restante do Brasil.
Evolução das interligações produtivas do Brasil nas cadeias globais de valor de 1995 a 2009
Renato José da Silva, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 27/01/2016
O objetivo do estudo foi mensurar e identificar a evolução das relações intersetoriais e inter-regionais do Brasil nas Cadeias Globais de Valor para os anos de 1995, 2000, 2005 e 2009. Para atingir os objetivos utilizou-se o sistema de insumo produto inter-regional, com base nos dados do World Input-Output Database – WIOD e foram calculados os geradores e multiplicadores de produção, emprego e valor adicionado, bem como os transbordamentos referentes a cada setor produtivo. Os resultados mostraram que no período estudado os setores que apresentaram o maior efeito transbordamento de produção e valor adicionado foram: (14) Eletrônicos e Equipamentos ópticos (8) Refino de Petróleo e Combustível Nuclear, (15) Equipamentos de Transporte e (10) Borracha e Plástico. No entanto, verificou-se entre 1995 a 2009 a queda da participação do NAFTA e da Zona do Euro na inter-relação produtiva com o Brasil e o aumento da integração de produção com a China, RIIAT e o Resto do Mundo, principalmente nos anos 2000. Tal movimento indicou o processo de fragmentação da produção brasileira em bases globais, principalmente dos setores de produtos manufaturados. Os setores de serviços apresentaram menor transbordamento no fluxo comercial internacional, sendo os seus multiplicadores de produção e valor adicionado em sua maioria de origem doméstica. Os setores mais importantes na geração de emprego externo foram (4) Têxteis, (14) Eletrônicos e Equipamentos ópticos e (15) Equipamentos de Transporte, em grande maioria gerada na China e RIIAT. O transbordamento médio dos setores brasileiros sentido exterior aumentou de 1995 a 2009 para a produção, emprego e valor adicionado saltando de 6,6% para 8,9% para o primeiro, 2,2% para 3,4% no emprego e 6,7 para 8,6% no valor adicionado. Os resultados para os multiplicadores do Tipo I de produção, emprego e valor adicionado mostraram que os maiores multiplicadores direto e indireto foram coincidentes, ou seja, os setores com maiores capacidades de multiplicar produção, também resultaram em maiores retornos de emprego e valor adicionado dentro e fora do Brasil. Contudo, para o do ano de 2009, destacou-se a redução da participação brasileira nas Cadeias Globais de Valor ante ao crescimento observado entre 1995 a 2005. Podem ser considerados a crise financeira americana de 2008 que logo se propagou para todo o sistema econômico internacional e a política anticíclica do governo brasileiro de conteúdo local. A economia do país demonstra estar se especializando em produção de bens intermediários menos intensivos em tecnologia e apresenta correlação com a maior participação de bens intermediários importados, sobretudo em setores mais intensivos em tecnologia, como Equipamento de Transporte, Químico e Equipamentos Elétricos e Ópticos demonstrando o perfil da estrutura produtiva brasileira nas cadeias globais de valor.