Probabilidade de desemprego entre os jovens brasileiros em 2005 e 2015
Pedro Henrique Souza Nadú, Katy Maia
Data da defesa: 13/04/2018
Este estudo objetiva analisar a probabilidade de desemprego dos jovens brasileiros utilizando os microdados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio – PNAD de 2005 e 2015. Para tanto, desagregou-se a população jovem em três faixas etárias distintas, uma vez que o desemprego impacta de forma diferente entre eles. Tal procedimento, teve como objetivo verificar a probabilidade de desemprego entre as faixas dos jovens e em relação aos adultos com mais de 30 anos de idade, observando as características produtivas e não produtivas dos trabalhadores. Primeiramente, foram analisadas as estatísticas descritivas e posteriormente estimado o modelo Logit binomial. Foram mensuradas quatro regressões probabilísticas, sendo elas: (i) não-condicional – trabalhadores de 14 a 69 anos de idade; (ii) jovens-adolescentes – de 14 a 17 anos de idade; (iii) jovens-jovens – de 18 a 24 anos de idade; e (iv) jovens-adultos – de 25 a 29 anos de idade –, a fim de mensurar e identificar os principais determinantes das probabilidades de desemprego dos jovens. Após as regressões, foram calculadas as probabilidades previstas médias de desemprego, com base na regressão não-condicional, para as três faixas etárias dos jovens. Os principais resultados da regressão não-condicional, mostram que os jovens-jovens e os jovens-adultos possuem maiores probabilidades de estarem desempregados do que os trabalhadores com mais de 30 anos de idade. E, em todas as regressões, os não brancos apresentaram maior possibilidade de estarem desempregados em relação aos brancos. Foram encontradas evidências de discriminação no mercado de trabalho contra as jovens e os não brancos. Foi possível perceber que a relação entre anos de estudo e desemprego apresentou o formato de “U-invertido”, ou seja, a probabilidade de desemprego aumenta até determinado nível de escolaridade e a partir deste começa a decrescer. Além disso, verificou-se que a probabilidade de desemprego é menor para os jovens que possuem mais experiência no mercado de trabalho. Tal constatação sinaliza que a experiência teve maior peso no momento de uma possível contratação do que os anos de estudo dos jovens trabalhadores brasileiros, no período analisado.
Política fiscal e monetária : dois ensaios sobre o desemprego
Elianara Gomes dos Santos, Márcia Regina Gabardo da Camara
Data da defesa: 06/08/2018
Este estudo objetiva analisar o custo imediato da inflação, o desemprego, sob duas abordagens macroeconômicas: política monetária e política fiscal. O estudo é composto por dois ensaios. No primeiro ensaio o desemprego foi analisado sob a perspectiva da Curva de Phillips aumentada pelas expectativas. Para tanto utilizou-se um modelo VAR, cujo objetivo principal era verificar a relação de Phillips para os cinco países latino-americanos que adotaram o regime de metas de inflação - Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. Diante da estabilização dos índices inflacionários, constatou-se que o comportamento do desemprego nesses países, nem sempre pode ser explicado como sendo o custo imediato da inflação. Para os casos brasileiro e colombiano, no período de 2005-1016 a relação de Phillips foi encontrada e é estatisticamente significativa. Para o caso chileno, a relação inversa entre inflação e desemprego não foi verificada e foi estatisticamente insignificante. Nos casos mexicano e peruano, a relação foi inversa, mas insignificante estatisticamente. O segundo ensaio traz uma abordagem de interação entre política fiscal e desemprego através de um modelo dinâmico estocástico de equilíbrio geral (DSGE) que versa, sobretudo, analisar efeitos de políticas fiscais trabalhistas sobre o desemprego. O modelo permite fazer considerações acerca dos mercados de trabalho formal e informal, avaliar o prêmio à qualificação no Brasil e corrobora a ideia de que o mercado de trabalho formal brasileiro é muito mais explicado pela sua própria rigidez do que pela dinâmica econômica. O modelo teórico foi calibrado para a economia brasileira e utilizando uma análise de equilíbrio parcial, os resultados mostraram o trade off entre investimento em capital e educação, lazer e oferta de trabalho no setor formal e informal das famílias.