Determinantes da oferta de exportação de café brasileira
Allana Ayumi Nogueira Tanahashi, Carlos Eduardo Caldarelli
Data da defesa: 10/03/2020
Este estudo tem por objetivo estimar a função de oferta de exportação de café para o Brasil, a fim de analisar os principais determinantes que impactam o desempenho desse produto no comércio exterior. A análise, feita com dados mensais, abrange o período de janeiro de 1997 a dezembro de 2016, captando os movimentos de exportação do café no país no período pós-1990 (desregulamentação). Inicialmente discutiu-se o panorama do mercado cafeeiro, destacando os principais desafios que essa cadeia produtiva tem enfrentado, além de realizar uma revisão teórica tendo como embasamento estudos que estimaram a oferta de exportação de produtos agrícolas no Brasil. Posteriormente, propôs-se um modelo econométrico de séries temporais para estimação. Utilizou-se um modelo autorregressivo de defasagens distribuídas (ARDL) com as seguintes variáveis: quantidade de exportação de café para o exterior, preço doméstico, preço de exportação, taxa de câmbio, variável dummy representando a sazonalidade do café e o PIB brasileiro. Os resultados são expressos a partir de uma estimação de curto e longo prazo, obtidos após a identificação de um vetor de cointegração entre as variáveis. Os resultados obtidos mostram que a variável sazonalidade não apresentou significância para o modelo proposto. Observou-se que a variável preço internacional apresentou relação direta com a variável quantidade de exportação, tanto no curto quanto no longo prazo, enquanto que para o preço doméstico essa relação se deu de maneira inversa. A taxa de juros e o PIB brasileiro apresentaram relação direta e significativa com a variável dependente no curto prazo. Já no longo prazo a taxa de câmbio se mostrou negativamente relacionada com a quantidade exportada. Nota-se ainda que os ajustamentos em direção ao equilíbrio de longo prazo ocorrem rapidamente dentro do modelo estimado para análise. Os resultados sinalizam que a implementação de novas estratégias devem ser consideradas afim de posicionar o Brasil como ofertante de um produto com maior valor agregado e com maior aderência à dinâmica dos preços internacionais.
Competitividade internacional da indústria de alimentos do Brasil e regiões : 2006 a 2014
Fabiany Manfron Gomes da Silva, Maria de Fátima Sales Westeren
Data da defesa: 01/08/2016
Este estudo teve como objetivo investigar a competitividade internacional da indústria de alimentos no Brasil e regiões no período de 2006 a 2014. Especificamente, objetivou-se mensurar a competitividade internacional dos nove subsetores da indústria brasileira de alimentos nas cinco regiões do Brasil, bem como a competitividade internacional desse setor em relação aos cinco maiores exportadores de alimentos no mundo, e também em relação aos blocos econômicos: Mercosul, União Europeia, BRICS e Nafta. Concomitante a isso, pretendeu-se verificar os componentes de variação das exportações da indústria brasileira de alimentos, a fim de investigar os níveis de especialização e competitividade do referido setor. Como metodologia utilizou-se análise descritiva e quantitativa dos dados de produção e exportação da indústria brasileira de alimentos; cálculo dos indicadores de competitividade do comércio internacional, como o Índice de Vantagem Comparativa Revelada Simétrica e o Índice de Contribuição ao Saldo Comercial; e o método Constant Market Share, para análise dos componentes de variação das exportações. Os resultados apontaram que a produção e as exportações do setor de alimentos do Brasil estiveram em contínua ascensão no período considerado pela pesquisa. O setor de alimentos como um todo, se mostrou mais competitivo nas regiões Sul e Centro-Oeste. Constatou-se que o setor de alimentos do Brasil é competitivo em relação aos cinco maiores exportadores de alimentos do mundo. Em relação aos blocos econômicos considerados, o setor brasileiro de alimentos total não se mostrou competitivo em relação ao Mercosul. Observou-se também, que na maioria dos subsetores brasileiros a competitividade foi o fator determinante para a variação das exportações.