Dispêndios com bebidas alcoólicas : uma análise a partir de arranjos familiares brasileiros

Dissertação de mestrado

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Resumo

A presente dissertação tem por objetivo estudar o impacto dos dispêndios com álcool no orçamento das famílias brasileiras, considerando os diferentes arranjos familiares a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizou-se o modelo de regressão censurada Tobit com correção de erros robustos. Para efeitos de comparação, estimou-se o modelo Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). Foi possível inferir que as famílias biparentais, cuja pessoa de referência é do sexo masculino, estão mais susceptíveis a gastar com o álcool. Sendo que as famílias monoparentais femininas apresentam gastos inferiores a todos os arranjos familiares. O dispêndio com bebidas alcoólicas apresentou relação positiva com a escolaridade da pessoa de referência, o contrário ocorre para idade: cada ano a mais na idade da pessoa de referência implica em uma redução de pouco mais de 2,1% nos dispêndios com bebidas alcóolicas. Também se observou que, quando o chefe de família se declarou branco, os dispêndios são menores. A presença de ao menos um filho menor de dez anos também implica em menores gastos com o álcool. Em relação ao meio em que as famílias residem, às áreas urbanas gastam, em média, 33,4% a mais do que as famílias residentes no meio rural. Quanto às grandes regiões brasileiras, o maior dispêndio foi registrado no Norte, seguido de Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Nas famílias em que a pessoa de referência se autodeclarou participante da religião evangélica, os dispêndios são menores se comparados às demais religiões investigadas. A renda per capita familiar mostrou-se um fator relevante aos gastos com álcool, constatando-se que, para cada 1% de aumento na renda per capita, as despesas com esse bem aumentariam em 0,75%.