Diferenciais de salário na indústria brasileira por sexo, cor e intensidade tecnológica
Flavio Kaue Fiuza-Moura, Katy Maia
Data da defesa: 27/02/2015
A presente dissertação tem por objetivo mensurar as diferenças salariais, por gênero, cor e intensidade tecnológica, na indústria brasileira, no ano de 2012, em cada segmento tecnológico, bem como medir o “efeito tecnologia” sobre os salários. As bases de dados utilizadas foram PIA 2011, PINTEC 2011 e PNAD 2012. Aplicou-se o procedimento de Heckman para correção de viés de seleção amostral, equações de Mincer para determinação de salários e decomposição de Oaxaca-Blinder para calcular os diferenciais de salários. No entanto, o procedimento de Heckman interferiu na significância dos resultados (vide apêndice). Os principais resultados, sem a correção de viés de seleção amostral, indicam esforço da indústria nacional no sentido de se adaptar à estrutura de investimentos setoriais em P&D, porém ainda apresentou baixa especialização tecnológica intersetorial e baixo investimento em progresso técnico. Foram encontrados retornos salariais positivos para escolaridade, experiência, regiões urbanas e para grupos ocupacionais de liderança, crescentes com o investimento da firma em tecnologia. Observou-se retorno positivo para cor de pele branca e sexo masculino, porém decrescentes em segmentos mais intensivos em tecnologia. A decomposição de Oaxaca-Blinder mostrou elevado grau de discriminação salarial, principalmente em relação às mulheres não brancas. Tal discriminação apresentou menor magnitude conforme foram observados segmentos mais intensivos em tecnologia. O “efeito tecnologia sobre os salários” também se mostrou positivo e crescente conforme observados os setores com maior concentração em investimento em P&D.