O impacto do aumento da jornada escolar sobre o IDEB dos anos finais do ensino fundamental das escolas públicas brasileiras
Benjamin Cesar Alves Ximenes, Carlos Roberto Ferreira
Data da defesa: 12/08/2016
Este trabalho se propõe a analisar o impacto da presença do Programa Mais Educação (PME) nas escolas públicas que ofertam os anos finais do ensino fundamental, a partir dos microdados do Censo Escolar para o Brasil e suas macrorregiões, nos anos de 2007 a 2013. Dessa forma, comparam-se os resultados escolares desses dois tipos de escola e avaliou-se o PME, que amplia a jornada escolar, focando-se os efeitos sobre o IDEB das escolas públicas referente aos anos finais do ensino fundamental para o Brasil e suas macrorregiões. Com esse intuito, foram realizados testes de diferenças de médias e uma análise a partir do modelo de diferenças em diferenças, com ajuste de poligonal. Os resultados mostraram que as escolas públicas brasileiras que participaram do PME apresentaram um efeito positivo de 5% no IDEB dos anos finais do ensino fundamental. O programa teve melhorias nacionalmente, mas apresentou disparidades entre as regiões. As regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste também apresentaram impacto positivo no IDEB e as regiões Norte e Sul apresentaram efeito nulo do programa sobre o IDEB dos anos finais do ensino fundamental. Apesar das disparidades, o programa foi importante para as macrorregiões brasileiras: o IDEB das escolas públicas da região Nordeste teve melhoria independentemente da implementação do programa. A partir dos resultados pode-se constatar a importância do PME para a melhoria do ensino público brasileiro.
Comparação de eficiência das instituições de ensino superior públicas e privadas no desempenho acadêmico dos alunos concluintes em ciências sociais aplicadas : 2012 e 2015
Felipe César Marques, Márcia Regina Gabardo da Camara
Data da defesa: 05/02/2018
O objetivo do estudo é avaliar o desempenho das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas em relação à sua capacidade de agregar conhecimento acadêmico aos alunos concluintes em ciências sociais aplicadas, nos cursos de administração, ciências contábeis, direito e ciências econômicas, com base nas notas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) nos anos de 2012 e 2015. Para tanto, o trabalho divide-se em duas etapas; na primeira parte, aplica-se a técnica de Mínimos Quadrados Ordinários para o controle dos fatores pessoais e sociais, cognitivos e demográficos dos alunos. Na segunda etapa utiliza-se a decomposição da Análise Envoltória de Dados em dois componentes: um relativo ao desempenho do aluno, e outro relacionado à eficiência das IES; avalia-se também, por meio do índice de Malmquist adaptado, as mudanças de produtividade ocorridas entre 2012 e 2015 para o conjunto dos estabelecimentos públicos e privados. Os resultados da regressão linear apontam como fatores pessoais positivos no desempenho acadêmico dos discentes: o conhecimento prévio do aluno, renda familiar, ensino médio em escola privada, rotina de estudos, e a política de cotas. Entre as variáveis de influência negativa estão: a região da IES, a idade do aluno, gênero feminino, condições de moradia, etnia, e trabalho. A análise de eficiência resulta em desempenho superior das IES públicas, tanto sob o ponto de vista dos alunos quanto das instituições. Ainda assim, IES privadas apresentam potencial para a redução das disparidades. Na maior parte dos casos, observa-se também aumento de produtividade entre os anos avaliados, para ambas instituições públicas e privadas.