O impacto das políticas públicas antitabagistas na probabilidade de consumir tabaco no Brasil
Denize Mirian da Silva, José Adrian Pintos Payeras
Data da defesa: 18/05/2015
O tabagismo pode ser considerado uma das principais causas de problemas respiratórios e de outras doenças que causam a morte de milhões de pessoas todos os anos no mundo. Em virtude disso, desde o final da década 1990, diferentes estados brasileiros têm adotado políticas antitabagistas e várias leis federais também foram criadas para diminuir o consumo de tabaco. Esforços para conter o consumo de tabaco são considerados importantes para o governo, porque eles são negativamente relacionados com despesas futuras com tratamentos de saúde. Com base nisso, o principal objetivo deste trabalho foi o de analisar como as políticas antitabagistas e variáveis sociodemográficas estão relacionadas aos gastos com tabaco dos indivíduos no Brasil. Foram utilizados dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) para estimar a probabilidade de um indivíduo ter dispêndio com produtos do tabaco. As probabilidades foram calculadas por meio de regressões logit para diferentes anos (1995-1996, 2002-2003 e 2008-2009). Os principais resultados apontam que o indivíduo mais propenso a consumir tabaco é do sexo masculino, com idade entre 45 e 65 anos, morador de áreas rurais, que cursou até o ensino fundamental, não-branco, sem religião, com renda per capita de até dois salários mínimos e residente no Sul e Sudeste do Brasil. Foi constatada também, uma correlação negativa entre renda per capita e gastos com tabaco. Além disso, foi observado que mulheres grávidas tendem a gastar menos com tabaco devido à preocupação com a saúde do bebê. Ademais, os indivíduos que residem em domicílio onde há a presença de um casal, também são menos propensos a ter dispêndio com tabaco. Ao contrário das expectativas iniciais, nem todas as políticas antitabagistas nacionais atingiram o seu objetivo na redução do consumo de tabaco. Concluiu-se que esforços futuros para conter o consumo de tabaco devem focar o aumento de impostos, além de políticas nacionais e locais.
Estimativa da matriz de insumo-produto inter-regional de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil para o ano de 2008
Karla Cristina Tyskowski Teodoro Rodrigues, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 29/01/2016
O objetivo deste estudo é estimar a estrutura produtiva do município de Porto Alegre, para o ano de 2008. Essa análise visa estimar a matriz inter-regional de Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil. A justificativa para o estudo se apresenta pela importância econômica do município no cenário gaúcho – apesar de ser o município de maior PIB no estado, a sua participação em relação à produção total de bens e serviços vem caindo ano após ano. A metodologia utilizada é pautada em quatro pontos básicos: a teoria de Leontief (1988), a estimativa da matriz nacional de Guilhoto e Sesso Filho (2005a), o modelo de Isard (1951) e o vetor de produção utilizado em Brene (2014) para calcular o quociente locacional. A estrutura produtiva do município em 2008 exibiu um alto grau de transbordamento na produção dos setores da agricultura, máquinas e equipamentos, indústria química e farmacêutica, têxtil, vestuário, calçados, produtos alimentícios, indústrias diversas. Em relação às vantagens locais, os setores de serviços possuíram maior destaque. Os destaques foram: administração pública, serviços privados, comércio, transporte e construção; os quais também apresentaram os menores índices de transbordamento dos 18 setores, bem como os maiores indicadores de tamanho. No caso dos setores-chave, tanto para o índice de Rasmussen-Hirschman quanto para o índice puro normalizado (GHS), os setores de comércio e de serviços privados destacaram-se como setores-chave da economia. Em relação ao campo de influência, os setores da indústria química e farmacêutica, produtos alimentícios e serviços privados tiveram forte interação de vendas com todos os 18 setores do sistema de Porto Alegre. No caso dos setores compradores, há os de produtos alimentícios e serviços privados, setores com a maior quantidade de ligações.