Interdependência econômica mundial e complexidade de dependência de exportações nos anos 2000 e 2014 para 43 países
Willian Ruivo Wildner, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 16/08/2018
O objetivo deste estudo é verificar a configuração das sinergias e interdependências econômicas do consumo intermediário entre 43 países, a partir dos dados do World Input-Output Database (WIOD) para os anos de 2000 e 2014, com metodologia criada por Sonis et. al (1997), que identifica a dependência da economia interna (doméstica), de exportação, de importação e dependência da economia mundial para cada uma das regiões. Identificou-se grande heterogeneidade nas composições de dependência econômica dos países. A China tem a maior dependência da economia interna em 2000 e 2014, 89,40% e 88,12% respectivamente, e Luxemburgo com a menor 28,67% e 28,14% para os mesmos anos. Enquanto a maior dependência de exportação é da Irlanda, 37,09% e a menor Estados Unidos, 7,59%. Na perspectiva geral verificou-se uma queda da de dependência interna, em média em -7,88%, e um aumento das dependências externas: exportações 4,92%; importações 0,01% e; economia mundial 2,95%. Também foi calculado o impacto setorial (56 setores) na dependência econômica interna. A China tem a maior concentração em um único setor, na Construção Civil, 18% em 2000 e 25% em 2014. As menores concentrações setoriais foram verificadas na Coréia do Sul em 2000, 2,0034% e Eslovênia em 2014, 3,8001%. A média do Índice HH- Índice Herfindahl-Hirschman, que mede a concentração, foi de 5,24%, em 2000, e 6,43% em 2014, apresentando um aumento médio de 1,19% na concentração setorial da dependência. Com índice proposto neste trabalho, ICDE - Índice de complexidade de dependência de exportação, foi ponderada a dependência de exportação com base no Índice de Complexidade Econômica, Hausmann e Hidalgo (2009), afim de ranquear os países de acordo com sua exposição à dependência de exportação. O país mais exposto em 2014 é Lituânia, com um ICDE de 46,05 e a China a menos exposta, com 8,24. Conclui-se que, em média, os países diminuíram a dependência de suas próprias economias, apesar de as concentrarem mais setorialmente, e ampliaram as dependências externas.
Ensaios sobre competitividade e oferta de exportação do Brasil no mercado de carne suína congelada : 2002 a 2018
Guilherme Felipe da Cruz, Carlos Roberto Ferreira
Data da defesa: 18/03/2020
Este estudo é constituído por dois artigos sobre o comércio internacional do Brasil no setor de carne suína congelada. O primeiro tem por objetivo geral investigar a competitividade do setor por subgrupos e o segundo estimar a função de oferta de exportação do Brasil do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada. A metodologia proposta para o primeiro ensaio foi o cálculo e análise dos seguintes indicadores: Índice de Vantagem Comparativa Revelada, Índice de Vantagem Revelada de Exportação, Índice de Vantagem Comparativa Revelada Simétrico e o Índice de Orientação Regional no período de 2002 a 2018. O segundo ensaio utiliza séries temporais trimestrais referentes ao período de janeiro de 2002 a dezembro de 2018 e o modelo Autorregressivo de Defasagens Distribuídas (ARDL), com estimativas dos coeficientes de longo prazo e os ajustes de curto prazo. As séries utilizadas no segundo ensaio foram a quantidade exportada do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada, a taxa de câmbio, o preço doméstico do suíno vivo em Santa Catarina, o preço de exportação do bem e o Produto Interno Bruto do Brasil. Os resultados expostos no primeiro ensaio demonstram que o Brasil é competitivo em todos os subgrupos de carne suína congelada, com destaque para o subgrupo de outros cortes de carne suína. A Rússia foi o principal importador neste segmento no período 2002 a 2017, perdendo espaço para a Geórgia em 2018. Merece destaque o mercado asiático, principalmente Hong Kong e China. Os resultados do segundo ensaio revelaram que a velocidade de ajuste da quantidade exportada a choques inesperados nas variáveis independentes é rápida, aproximadamente 71,03%. Os resultados obtidos sinalizam que a carne suína é um bem inferior no Brasil. Conforme aumenta a renda real (PIB) a oferta de exportação do subgrupo de outros cortes de carne suína congelada aumenta. Uma depreciação da taxa de câmbio, bem como um aumento no preço real de exportação ou uma redução no preço real doméstico do suíno vivo (ceteris paribus para cada variável) aumentam a oferta de exportações de outros cortes de carne suína. Todas as variáveis foram significativas no curto e longo prazos. De modo geral, pode-se concluir que o Brasil possui vantagem comparativa no setor de carne suína congelada e que possui uma oferta de exportação para o subgrupo de outros cortes de carne suína congelada. Isto demonstra o potencial do setor na geração de emprego, renda e divisas para o Brasil.