Roubo e furto no estado de São Paulo em 2016 : análise espacial e variáveis explicativas
Guilherme Rubim Davoglio, Maria de Fátima Sales Westeren
Data da defesa: 18/03/2019
Esta pesquisa busca conhecer as variáveis explicativas dos crimes de roubo e furto no estado de São Paulo em 2016, através de técnicas econométricas e da distribuição espacial. Com base na teoria do crime de Becker e teoria da desorganização social, considerou-se que esses crimes são relacionados às características econômico-sociais, demográficas e intrínsecas aos municípios, sendo que sua distribuição no espaço não é uniforme. A partir do perfil dos apenados no estado de São Paulo em 2016 e características de seus municípios, foram utilizadas as técnicas de AEDE (Análise Exploratória de Dados Espaciais) e regressões cross section espacial e tradicional para analisar a distribuição espacial dos crimes de furto e roubo e suas variáveis explicativas. Os resultados obtidos evidenciaram que entre os apenados no estado de São Paulo em 2016, 94,58% eram homens; 41,07% dos homens e 19,11% das mulheres foram condenados pelos crimes de furto e roubo. Indivíduos com idade entre 18 e 39 anos representavam 83,31% do total de detentos. Através dos mapas de clusters, evidenciou-se que os crimes de furto e roubo em 2016 concentraram-se na Região Metropolitana de São Paulo e no litoral do estado. Foi feita a análise bivariada contra variáveis que foram significativas nos modelos estimados e foi encontrada uma dependência espacial entre elas. As variáveis explicativas de medição de desenvolvimento econômico e social, incluídas nos modelos, , foram: densidade demográfica, homens de 15 a 30 anos com menos de 8 anos de estudo, IFDM para emprego e renda e para educação, mulheres chefes de família sem a presença do cônjuge na residência, população de 18 a 24 anos que não estudava nem trabalhava, taxa de fecundidade, número de pessoas presas pelo tráfico de drogas, população de 14 a 17 anos que não estudava nem trabalhava e a taxa de fecundidade. Os resultados obtidos nos modelos foram ao encontro com a literatura estudada, bem como com a análise da população prisional do Estado, ou seja, foi possível, através do estudo das variáveis descritas, determinar quais os principais fatores que levam ao surgimento dos crimes de furto e roubo nas diferentes mesorregiões do estado de São Paulo. Com isso, as autoridades podem sensibilizar recursos para diminuir os crimes lucrativos através de políticas públicas.
Desigualdade de rendimentos do trabalho no Paraná no período 2002a 2009 : uma análise quantílica para o quartil 0,25º e o percentil 0,90º da distribuição de rendimentos
Clécia Ivânia Rosa Satel, Maria de Fátima Sales Westeren
Data da defesa: 15/12/2011
Este estudo tem por objetivo analisar a evolução das desigualdades de rendimento entre os indivíduos localizados no quartil 0,25° e percentil 0,90° da distribuição de rendimento, no mercado de trabalho paranaense, no período de 2002 a 2009. Para lograr com êxito a proposta deste trabalho, utiliza-se como base de dados os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o modelo econométrico de regressão quantílica. Os resultados mostram que o mercado de trabalho paranaense é marcado pela discriminação em relação a gênero e cor da pele, ou seja, o retorno da educação para mulheres e pessoas não brancas foi bem menor do que para homens e pessoas brancas. Constatou-se que, no período em análise, indivíduos que entraram no mercado de trabalho com idade inferior a 14 anos fazem parte dos quantis inferiores da distribuição de rendimentos. É possível verificar a influência positiva da qualificação nos rendimentos, do mesmo modo, o retorno da escolaridade foi maior para as pessoas que fazem parte dos quantis mais elevados da distribuição. Além disso, observou-se aumento na desigualdade de rendimento entre o quartil 0,25° e o percentil 0,90° no Paraná.