Desigualdade de rendimentos do trabalho no Paraná no período 2002a 2009 : uma análise quantílica para o quartil 0,25º e o percentil 0,90º da distribuição de rendimentos
Clécia Ivânia Rosa Satel, Maria de Fátima Sales Westeren
Data da defesa: 15/12/2011
Este estudo tem por objetivo analisar a evolução das desigualdades de rendimento entre os indivíduos localizados no quartil 0,25° e percentil 0,90° da distribuição de rendimento, no mercado de trabalho paranaense, no período de 2002 a 2009. Para lograr com êxito a proposta deste trabalho, utiliza-se como base de dados os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o modelo econométrico de regressão quantílica. Os resultados mostram que o mercado de trabalho paranaense é marcado pela discriminação em relação a gênero e cor da pele, ou seja, o retorno da educação para mulheres e pessoas não brancas foi bem menor do que para homens e pessoas brancas. Constatou-se que, no período em análise, indivíduos que entraram no mercado de trabalho com idade inferior a 14 anos fazem parte dos quantis inferiores da distribuição de rendimentos. É possível verificar a influência positiva da qualificação nos rendimentos, do mesmo modo, o retorno da escolaridade foi maior para as pessoas que fazem parte dos quantis mais elevados da distribuição. Além disso, observou-se aumento na desigualdade de rendimento entre o quartil 0,25° e o percentil 0,90° no Paraná.
A mulher do século XXI no mercado de trabalho : uma abordagem das diferenças salariais por gênero e cor no Brasil e macrorregiões
Izabel Aparecida Faustino, Katy Maia
Data da defesa: 24/02/2017
A presente dissertação tem como objetivo analisar as diferenças salariais e discriminação por gênero e cor no mercado de trabalho brasileiro e macrorregiões nos anos de 2004 e 2014. O referencial teórico exposto tem como pilar as teorias do capital humano, do mercado de trabalho segmentado ou dual e a teoria da discriminação. A base de dados utilizada foi a PNAD de 2004 e 2014 do IBGE. Aplicou-se a equação de Mincer (1974), para determinação dos salários, e a decomposição de Oaxaca (1973) e Blinder (1973) para calcular as diferenças de salários e discriminação por gênero e cor de pele dos indivíduos. Os resultados das equações mincerianas evidenciaram retornos salariais positivos para a escolaridade, sendo o bônus mais elevado para os trabalhadores masculinos de pele branca, independente da macrorregião em ambos os anos. Houve queda do retorno educacional no período examinado, exceto para o grupo de mulheres brancas do Norte, com mais de nove anos de estudo. Pela decomposição de Oaxaca e Blinder, observou-se que as macrorregiões Centro-Oeste e Sudeste apresentaram a maior diferença salarial por gênero e o Sudeste, por cor. A diferença salarial por gênero no período examinado foi mais elevada no Centro-Oeste e Sudeste e a por cor, no Sudeste. O Sudeste e o Sul apresentaram a maior diferença salarial entre os homens brancos e mulheres não brancas e o Norte, entre homem não branco e mulher branca. Os fatores relacionados ao aspecto produtivo e à ocupação foram responsáveis pela maior parte da diferença salarial por cor em todo o país, e a discriminação, pela maior parte da desigualdade salarial por gênero. Em relação à parcela atribuída à discriminação, verificou-se que o efeito discriminatório mais forte sobre os salários se deu no grupo das mulheres não brancas em comparação aos homens brancos. Considerando-se a discriminação por gênero, o efeito observado no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste ficou acima do nível nacional. O Nordeste apresentou o menor impacto da discriminação por cor em ambos os anos. A discriminação do homem branco contra a mulher não branca foi mais expressiva no Sul e Centro-Oeste. No que se refere à discriminação do homem não branco contra a mulher branca, aquela foi mais expressiva no Nordeste em ambos os anos analisados. Quanto à mudança temporal, verificou-se que houve estreitamento do hiato salarial com aumento do efeito da discriminação nas seguintes decomposições: por gênero no Sudeste, entre homem branco e mulher não branca no Centro-Oeste, entre homem não branco e mulher branca no Brasil, no Centro-Oeste e Sudeste. Verificou-se que a desigualdade salarial e a discriminação por gênero aumentaram no Centro-Oeste. Com base nos resultados encontrados, conclui-se que o combate à discriminação salarial por gênero e cor de pele dos indivíduos deve ser mais efetivo no país, principalmente na macrorregião Centro-Oeste, onde a mulher de pele não branca é mais discriminada.