Função de produção e produtividade total dos fatores da indústria no Paraná no período 2000-2006
Alisson Ortiz Rigitano, Sidnei Pereira do Nascimento
Data da defesa: 23/01/2012
Este trabalho analisa as diferenças na Produtividade Total dos Fatores da indústria entre as mesorregiões paranaenses e seus respectivos setores no período 2000-2006. São estimadas funções de produção de um painel desbalanceado de variáveis agregadas por Classes Industriais provenientes da Pesquisa Industrial Anual (IBGE) abrangendo firmas com 30 ou mais funcionários. O método de estimação consiste em um modelo semi-paramétrico em dois estágios com inversão da função de demanda por insumos intermediários como expressão da produtividade, desenvolvido por Olley e Pakes (1996) e adaptado por Levinsohn e Petrin (2003). Os resultados apontaram maior elasticidade do capital em comparação com o trabalho em todas as regressões. Foi possível observar que mesorregiões com maior produtividade apresentam maiores participações na produção dos setores, e que setores com maior produtividade também apresentam maiores participações nos produtos das regiões. No entanto, esse fenômeno não foi capaz de fazer com que a Região Metropolitana de Curitiba, que detém a maior participação no produto estadual e a maior razão entre Valor da Transformação e Pessoal Ocupado, apresentasse a maior média ponderada de produtividade entre seus setores, ficando atrás da região Centro Oriental. Além disso, a região Norte Central (terceira maior em termos de participação no VTI estadual) não conseguiu se destacar em relação às regiões Noroeste, Centro Ocidental e Sudoeste, superando apenas as regiões Sudeste, Norte Pioneiro e Centro-Sul. Sobretudo, foi possível concluir que esses desempenhos não foram capazes de amenizar as grandes diferenças encontradas entre as regiões.
Envelhecimento populacional e mudanças no padrão de consumo : impactos na estrutura produtiva do Brasil
Rodrigo Rafael Zanon, Antonio Carlos Moretto
Data da defesa: 13/02/2012
Este trabalho teve como objetivo principal analisar como o envelhecimento populacional pode afetar a estrutura produtiva brasileira, dadas as mudanças previstas no padrão de consumo da população entre os anos de 2005, 2030 e 2050. Assim, para atingir esse objetivo utilizou-se da análise insumo-produto em conjunto com informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2005 e da Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 1980-2050. Como resultados destacam-se: a) os produtos com maior diferença no consumo em favor das famílias idosas foram aqueles relacionados à saúde e ao bem-estar do idoso, como Intermediação Financeira e Seguros, Saúde Mercantil, Serviços Domésticos e Produtos Farmacêuticos, enquanto que em favor das famílias não idosas foram Educação Mercantil, Vestuário, Calçados e Produtos do Couro e Serviços Prestados às Famílias e Associativos; b) quando calculada e comparada a produção necessária à satisfazer o consumo das famílias nos anos de 2005, 2030 e 2050, verificou-se que os setores com maior crescimento devem ser aqueles responsáveis pelos produtos com maior consumo pelas famílias idosas, com destaque para os setores Produtos Farmacêuticos, Saúde Mercantil, Intermediação Financeira e Seguros, Outros Serviços, Aparelho/Instrumento Médico-Hospitalar, Medida e Óptico, Serviços Imobiliários e Aluguel, e Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana, ao passo que os setores com menor crescimento de sua produção devem ser Perfumaria, Higiene e Limpeza, Material Elétrico, Eletrônico, Informática e Comunicação, Transporte, Armazenagem e Correio, Veículos Automotores, Peças e Equipamentos, Produtos do Fumo, Serviços de Alojamento e Alimentação, Vestuário, Calçados e Produtos do Couro e Educação Mercantil; c) as diferentes taxas de crescimento dos setores podem sinalizar, quando verificada a distribuição da ocupação e da renda entre eles, que os impactos no mercado de trabalho deverão ser positivos, com melhoria em relação ao quadro atual de emprego e remuneração da população em geral.
A economia solidária no Brasil : políticas públicas e desenvolvimento local
Sinival Osório Pitaguari, Márcia Regina Gabardo da Camara
Data da defesa: 20/12/2010
O objetivo da dissertação é estudar a economia solidária no Brasil e as contribuições que as políticas públicas e privadas de fomento a este segmento podem proporcionar ao desenvolvimento local. A pesquisa é de caráter descritivo e analítico, realizada através de aplicação da teoria econômica para análise das informações selecionadas pela pesquisa bibliográfica e documental sobre o objeto de estudo. Adicionalmente utiliza-se o método econométrico MQO para verificar os principais fatores que influenciam a existência de empreendimentos solidários no Brasil, tendo como base as informações disponíveis no Sistema Nacional de Informações da Economia Solidária (SIES), elaborado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES). O trabalho realiza uma interpretação baseada no método do materialismo histórico-dialético marxista para identificar os motivos que condicionaram a evolução da economia solidária internacionalmente e no Brasil, e discute os problemas relacionados ao funcionamento dos empreendimentos de economia solidária - construção de uma administração autogestionária, organização de redes de apoio e de comercialização, financiamento, qualificação profissional e desenvolvimento de tecnologias sociais. Analisa as evidências empíricas da economia solidária no Brasil, destacando a política de fomento desenvolvida pela SENAES e outras entidades. O estudo revela que a economia solidária ocupa um papel marginal na economia capitalista brasileira, mas apesar de ter surgido a partir da iniciativa dos movimentos sociais para encontrar uma alternativa ao desemprego ou para melhorar a renda de trabalhadores autônomos, vem sendo ampliada com o apoio do Estado, podendo vir a se constituir em importante contribuição para a inclusão sócio-econômica da população mais pobre e para o desenvolvimento local. Concluiu-se que as políticas públicas e privadas têm estimulado a criação e desenvolvimentos dos empreendimentos de economia solidária no Brasil.