Relação entre emprego e tecnologia : um estudo para quarenta países (1995-2009)
Renan Henrique Luquini, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 03/03/2017
O presente estudo teve como objetivo calcular a decomposição estrutural da variação do número de postos de trabalho em efeitos intensidade do uso do fator, tecnologia, proporção da demanda final e volume da demanda final estimando-se as causas da variação dos postos de trabalho e o papel da mudança estrutural para o crescimento do emprego (Índice de Modificação Estrutural-IME) a partir dos dados do World Input-Output Database (WIOD) de quarenta países no período de 1995 a 2009. Os principais resultados foram: i) a China apresenta valores elevados de ganhos de produtividade já o México é o único país onde se verifica perca de produtividade; ii) o Brasil (-11,90%) não acompanhou os ganhos de produtividade dos demais países em desenvolvimento; iii) a variação da tecnologia ocorreu a favor da geração de empregos na maioria dos países; iv) o efeito da proporção da demanda final (estrutura/tipo de consumo) demonstra tendência de que os resultados sejam negativos tanto por regiões como por países levando a diminuição dos postos de trabalho nos países mais industrializados e aumento nos países em desenvolvimento; v) o efeito do volume da demanda final (crescimento econômico) foi o principal gerador de empregos e compensou o efeito tecnológico (negativo), com exceção do Leste da Ásia onde não foi suficiente para aumentar o número total de empregos; vi) os índices de modificação estrutural dos quarenta países apresentaram uma alta volatilidade.
Decomposição estrutural da variação do emprego e dos salários no Brasil entre 1990-2007
Alessandro Koiti Ymai, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 08/04/2011
Este trabalho tem como objetivo principal quantificar e analisar as principais fontes de variação do emprego e dos salários no período de 1990 e 2007 no Brasil através da teoria insumo-produto. Assim, para atingir este objetivo, utiliza-se neste trabalho a metodologia de decomposição estrutural da variação do emprego e dos salários para uma economia aberta. No período de 1990 a 2007, o país passou por transformações importantes, tais como a intensificação da abertura comercial e estabilização da moeda, impactando o mercado de trabalho através de alterações tecnológicas e de demanda agregada. Os principais resultados sinalizam que a maior parte da variação final do emprego e dos salários são explicadas através das variações do volume da demanda final que representaram uma variação total de 34.340,3 milhares de ocupações e uma variação na massa de salários de R$ 293.153,4 milhões. Este resultado demonstra a importância do conceito de demanda efetiva para determinação do emprego e dos salários. O período de 2000-2007 foi quando o efeito da variação do volume da demanda final mais impactou o emprego e os salários, representando uma variação no emprego de 19.258,8 milhares de ocupações e uma variação nos salários de R$ 166.885,9 milhões. A variação do volume do consumo das famílias foi o fator explicativo mais forte no efeito da variação do volume da demanda final representando uma variação no emprego de 17.538,1 milhares de ocupações e uma variação nos salário de R$ 116.619,9 milhões entre 1990 e 2007. Considerando a literatura sobre o período no Brasil, este fato está relacionado à quase estagnação da economia brasileira na década de 1990 decorrente da abertura comercial e da implantação do Plano Real. Outro fator que se mostrou importante na explicação da variação do emprego e dos salários foi o efeito intensidade, representando uma variação de -11.180,0 milhares de ocupações e uma variação na massa de salários de R$ -111.009,3 milhões. O período de de 1990-1995 foi o período que mais impactou o emprego, representando uma variação de -6.105,5 milhares de empregos. Para os salários o efeito intensidade impactou fortemente o período de 1990-2000, representando uma variação de R$ -106.997,6 milhões. O efeito intensidade demonstra o aumento da produtividade do fator trabalho que ocorreu na década de 1990 na economia brasileira. Além disso, o efeito intensidade se mostrou negativo em praticamente todos os anos do período de análise, demonstrando a existência da tendência da queda da demanda setorial por emprego por unidade de produção. Considerando a literatura sobre o período no Brasil, verifica-se que o grande aumento da produtividade do fator trabalho está relacionado às alterações provocadas pela restruturação da produção que ocorreu no país.
Decomposição estrutural das variações de emissões de gases do efeito estufa (GEE) a partir da matriz de insumo-produto mundial (1995 – 2009)
Fabiano Prado Pedroso, Irene Domenes Zapparoli
Data da defesa: 23/02/2016
As emissões dos Gases do Efeito Estufa (GEE) despertam preocupações e fomentam políticas de controle de poluições. Atualmente os estudos, sobre a decomposição estrutural da Matriz Insumo-Produto (MIP), são utilizados para identificar às relações econômicas mundiais, as quais são desdobradas em efeitos internos e externos. Assim o objetivo geral é analisar e identificar as variações de emissões dos GEE sobre os quatro efeitos da decomposição estrutural da MIP mundial: intensidade, tecnologia, estrutura e variação da demanda, no período de 1995 - 2009. Para atingir o objetivo a metodologia está embasada em decompor a estrutura das variações de GEE. A MIP foi carregada com dados de emissões mundiais, dispostos no World Input Output Database (WIOD), orientada por filtro em gases e países. Na análise dos gases o monóxido de carbono foi o que obteve maior variação de emissão chegando a aumentar em 185 milhões de toneladas e o metano teve participação significativa, com 96 milhões de toneladas, nas emissões para a atmosfera no efeito variação da demanda. O efeito estrutura comportou-se de forma análoga à variação quando, conjuntamente, aumentaram de forma significativa as emissões. O efeito intensidade reduziu para o mundo nos oito gases analisados.Já o efeito tecnologia reduziu as emissões nos gases metano, óxido de nitrogênio e amônia e comportou-se entre os países de forma heterogênea. É importante ressaltar que o dióxido de carbono é o líder em volume, devido a unidade de medida ser em kilotonnes. Já na análise dos países identificou-se as seguintes emissões: a Indonésia aumentou em 78% as emissões em CO2, dobrou suas variações em SOx e variou em 97% as emissões em Nox, mostrou-se como o país que foi líder em variações em três gases. No CH4, a Turquia aumentou as emissões em 95%. A Lituânia chegou a acrescentar em 63% suas emissões em N2O. A Índia foi líder no gás CO, dobrando suas emissões. A Coréia variou em 41% as emissões NMVOC. Malta acrescentou 72% de variação na emissão do gás NH3. A pesquisa permite concluir que são ambiciosas as metas definidas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas quanto à redução de emissões dos GEE pelo mundo, pois existem nações que ficam abaixo que outras no cumprimento das normas discutidas primeiramente em 1997 e, por último em, 2005.A sugestão para nova pesquisa fica por conta da projeção desta análise baseando-se na perspectiva de crescimento econômico para 2020.