Desigualdade da renda e decomposição das parcelas de rendimento domiciliar per capita para o Brasil e região nordeste, de 1995 a 2011
Dimitri da Costa Bessa, Carlos Roberto Ferreira
Data da defesa: 18/02/2013
A desigualdade da distribuição da renda no Brasil é tema constante na literatura econômica brasileira, com destaque em dois momentos: na década de 70, por conta dos resultados do censo de 1970, em que apontaram um aumento na concentração da renda, num momento em que o país mais crescera (época do "Milagre econômico"), e nos primeiros anos do século XXI, pela magnitude da redistribuição de renda que o Brasil lograra. As razões citadas para esse fenômeno são diversas, como a estabilidade econômica, mudanças na estrutura no mercado de trabalho e a política das transferências sociais de renda. A região Nordeste, historicamente marcada pelos graves problemas sociais e por ter os maiores índices de concentração da renda, também acompanhou a tendência de redistribuição de renda do país. De tal maneira, este trabalho tem como objetivo principal mensurar a desigualdade de renda para o Brasil, a região Nordeste e seus estados, entre os anos de 1995 e 2011, usando como metodologia a decomposição do índice de Gini e informações da base de dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD). Os resultados mostraram que, em 2011, o Brasil e o Nordeste continuaram a tendência de queda da concentração de renda, mas a região nordestina apresentou uma taxa de queda na desigualdade de renda menor que a taxa nacional (11,36% no Brasil contra 9,96% no Nordeste), na região há uma menor participação das parcelas de rendimento oriunda do trabalho perante ao restante do país, e uma grande importância dos programas de transferência condicionais de renda para esta queda, principalmente depois do ano de 2004, quando foi implantado o Programa Bolsa Família.