Comparação de eficiência das instituições de ensino superior públicas e privadas no desempenho acadêmico dos alunos concluintes em ciências sociais aplicadas : 2012 e 2015
Felipe César Marques, Márcia Regina Gabardo da Camara
Data da defesa: 05/02/2018
O objetivo do estudo é avaliar o desempenho das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas em relação à sua capacidade de agregar conhecimento acadêmico aos alunos concluintes em ciências sociais aplicadas, nos cursos de administração, ciências contábeis, direito e ciências econômicas, com base nas notas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) nos anos de 2012 e 2015. Para tanto, o trabalho divide-se em duas etapas; na primeira parte, aplica-se a técnica de Mínimos Quadrados Ordinários para o controle dos fatores pessoais e sociais, cognitivos e demográficos dos alunos. Na segunda etapa utiliza-se a decomposição da Análise Envoltória de Dados em dois componentes: um relativo ao desempenho do aluno, e outro relacionado à eficiência das IES; avalia-se também, por meio do índice de Malmquist adaptado, as mudanças de produtividade ocorridas entre 2012 e 2015 para o conjunto dos estabelecimentos públicos e privados. Os resultados da regressão linear apontam como fatores pessoais positivos no desempenho acadêmico dos discentes: o conhecimento prévio do aluno, renda familiar, ensino médio em escola privada, rotina de estudos, e a política de cotas. Entre as variáveis de influência negativa estão: a região da IES, a idade do aluno, gênero feminino, condições de moradia, etnia, e trabalho. A análise de eficiência resulta em desempenho superior das IES públicas, tanto sob o ponto de vista dos alunos quanto das instituições. Ainda assim, IES privadas apresentam potencial para a redução das disparidades. Na maior parte dos casos, observa-se também aumento de produtividade entre os anos avaliados, para ambas instituições públicas e privadas.
Análise dos determinantes de eficiência dos gastos públicos em saúde : uma abordagem entre países por grupo de renda
Daniel Guilherme Alves Bento, Sidnei Pereira do Nascimento
Data da defesa: 11/10/2019
Os dispêndios públicos com saúde, além de apresentarem constante aumento, possuem níveis de eficiência heterogêneas entre os países. Este trabalho, visa agregar delineamentos à tomada de decisão em políticas públicas de saúde, específicas a cada grupo de renda dos países. Para tanto, utilizou-se dados de 151 países, divididos em 4 grupos de renda, a partir da tradicional abordagem em dois estágios: estágio 1) estimou-se índices de eficiência e estágio 2) como fatores não discricionários os influenciam. Análise por Envoltória de Dados (DEA) e o Índice de Qualidade dos Gastos Públicos (IQGP) foram aplicados ao primeiro estágio, Análise de Painel Tobit e o algoritmo 1 de Simar e Wilson (2007) foram aplicados no segundo estágio. A utilização de duas metodologias para cada estágio, visou trazer melhor robustez ao trabalho. Os resultados apontam os escores do IQGP classificam mais unidades como eficientes relativamente ao DEA e que não comportam uma posterior regressão, mesmo a Tobit e Fracionada. Houve consideráveis diferenças entre os 4 estratos do estudo. Países de baixa renda, apresentaram influência positiva e estatisticamente significativa em seus índices de eficiência, para as variáveis ambientais PIB per capita, escolaridade e controle de corrupção. Enquanto a poluição, medida pelos níveis de emissão de CO2, apresentou relação negativa com a eficiência. Entretanto, países alta renda demonstraram influência negativa do PIB per capita na eficiência dos gastos públicos em saúde, tanto no modelo em painel quanto no transversal.
Análise do nível de eficiência na produção ambulatorial do SUS dos municípios paranaenses em 2013
Auberth Henrik Venson, Márcia Regina Gabardo da Camara
Data da defesa: 21/01/2016
O objetivo do estudo foi analisar o nível de eficiência na utilização dos recursos físicos disponíveis para a produção ambulatorial do SUS nos municípios do estado do Paraná e seus determinantes. Para isto foi empregada uma abordagem semiparamétrica em dois estágios. No primeiro estágio foi construída uma fronteira de eficiência não-paramétrica por meio da aplicação do modelo de Análise Envoltória de Dados (DEA), com retornos de escala variáveis e com orientação para o produto, tendo como produtos os procedimentos ambulatoriais realizados aprovados para pagamento divididos por grau de complexidade e como insumos as quantidades de ambulatórios, leitos ambulatoriais, equipamentos, médicos e profissionais não médicos disponíveis ao SUS. No segundo estágio para avaliar os determinantes da eficiência na produção ambulatorial dos municípios foram aplicados os modelos de regressão paramétricos tobit e logit ordenado. A partir dos resultados do modelo DEA, utilizado no primeiro estágio, foi verificado que 11,78% dos municípios foram plenamente eficientes; também foi identificada uma baixa eficiência média. Foi observado que a eficiência média é mais elevada e o predomínio de municípios com eficiência fraca é menor entre os municípios mais populosos. Também se verificou uma grande incidência de municípios com deseconomias de escala, principalmente entre os municípios fracamente eficientes. Os resultados dos modelos tobit e logit ordenado, aplicados no segundo estágio, mostraram que municípios de maior população tenderam a ser mais eficientes; verificou-se que aumentos nas transferências do SUS tiveram impacto positivo sobre a eficiência, evidenciando que a estratégia de descentralização do SUS tem contribuído para a melhora na eficiência do sistema de saúde dos municípios e também que variações nos gastos em saúde com recursos próprios do município não afetaram de forma significativa a eficiência na produção ambulatorial.